O trabalho com a argumentação e a relação com a tese é o tema da conversa com a professora Olímpia.
Dedicados educadores
Depois de navegar pelo passo a passo para acesso a todos os conteúdos dos Cadernos Virtuais da Olimpíada – versões Android e Iphone – é hora de retomarmos nosso diálogo habitual, em função de perguntas enviadas por vocês.
Nessa semana, trataremos de uma questão que, seguramente, não inquieta apenas professores do 3o ano do Ensino Médio! Vamos descobrir por quê? Leiam a mensagem do professor Marcelo:
Olá, Olímpia! Sou Marcelo Pinto, professor de Língua Portuguesa do 3º ano do EM da Escola Estadual Presidente Arthur da Silva Bernardes, em Cerquilho (SP). Tenho notado grande dificuldade de meus alunos em identificar a tese e construir argumentos. São carentes de informação e seus argumentos são fracos e redundantes. O que fazer para melhorar esta situação? Obrigado.
Como puderam perceber, falar sobre a necessidade de ultrapassar as “dificuldades dos alunos em identificar a tese e construir argumentos” nem de longe é uma preocupação para poucos, certo? Então, vamos tentar ajudá-los!
No caminho de aprendizado dos argumentos, encontramos diferentes possibilidades, em termos de gêneros que convocam esse exercício. Porém, pensando na nossa Olimpíada, temos no artigo de opinião uma oportunidade de trabalho bastante abrangente, não apenas com a construção de argumentos, mas também com a relação entre eles e a tese, em busca de tentar convencer o leitor sobre um determinado ponto de vista, no olhar para uma questão polêmica.
Para dinamizar nossa conversa, seguem três aspectos centrais, no trabalho com os alunos:
1º aspecto: planejar o trabalho com o artigo de opinião, em função da sequência didática sobre o gênero. Agora que contamos com as SDs em celulares e tablets, a tendência é que fique mais fácil promover a leitura e a realização das propostas organizadas nas diferentes etapas. Assim, logo no início do trabalho, será possível investigar os saberes dos alunos sobre o gênero, os assuntos que mais conhecem e os modos pelos quais costumam “tomar a palavra”. Esse movimento gerará uma condição mais aderente e consistente de planejamento, em termos da relação entre os conhecimentos prévios e o trabalho pensado em cada etapa.
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2º aspecto: apostar, de forma abrangente, nas ações voltadas à alimentação temática. Se os “argumentos são fracos e redundantes”, significa que podem estar faltando alimentos para reflexão, ou seja, possibilidades – encontradas em entrevistas, documentários, reportagens, artigos científicos, debate, notícia, entre outros – de apreciação de textos orais e escritos, nos quais há presença abundante de dados e/ou pontos de vista, análises de realidades e tomadas de posição. Podemos também considerar que, apesar da apresentação e estudo de variados gêneros, os alunos ainda revelam dificuldades na produção escrita. Então, será a vez de planejarmos uma ação mais direcionada, ou seja, poderemos eleger um assunto polêmico (que mobilize a atenção dos alunos), a ser pesquisado por toda a turma, em função da divisão de gêneros para cada grupo, seguida de uma rodada de discussão sobre os achados e seleção do material para a escrita coletiva ou em pequenos grupos, levando em conta os dados e organização de diferentes tipos de argumento. Uma outra possibilidade é o trabalho com o jogo “QP Brasil” (Questões Polêmicas do Brasil), desenvolvido pelo Programa para auxiliar na reflexão sobre tipos de argumento, teses e questões polêmicas ou, ainda, os Jogos Virtuais do Caderno “Pontos de Vista”. Em resumo: um argumento para se tornar “forte” requer, em primeiro lugar, que os alunos tenham o que dizer!
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3º aspecto: favorecer muitos momentos de discussão. O debate, por exemplo, é um gênero oral que tende a auxiliar os alunos a compreender o que significa “defender um ponto de vista”, ultrapassando os limites da “achismo” ou das falas descontextualizadas, com vistas a um olhar para os tipos de argumento e a articulação textual. Para além das orientações presentes no Caderno Pontos de Vista, vale consultar um outro texto, escrito aqui na seção “Pergunte à Olímpia”, que destaca o trabalho com o debate.
Também é possível consultar os debates realizados em oficinas regionais da Olimpíada, a fim de levá-los à sala de aula para uma análise com a turma. Ainda, dedique um tempo à leitura das dicas presentes no Especial do gênero artigo de opinião. Mostrar textos com comentários sobre fortalezas e fragilidades, como os presentes no Especial ou no texto “As opiniões sobre o artigo de opinião: como é a avaliação desse gênero de texto?”, do prof. Luiz Percival Britto, poderá fomentar a reflexão para uma produção escrita mais consistente.
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Agora, passo a voz a vocês, a fim de que possam continuar a prosa, indicando os aspectos 4, 5, 6...
Obrigada pelo envio da pergunta, um bj a todos e até já
Olímpia
