A prosa desta semana envolve um assunto bastante interessante e, certamente, comum a muitos professores, em maior ou menor escala, independente da escola na qual trabalha. Abordá-lo agora, no final do ano, poderá iluminar práticas futuras...
Curiosos? Vamos acompanhar a mensagem da professora Marília, que trabalha com variadas turmas de EFII, para descobrir do que se trata:
Olímpia,
Gosto muito das sequências didáticas da Olimpíada e tenho ótimos resultados com os alunos. O problema é que não consigo realizar o trabalho com todas as minhas turmas de EFII, o que me angustia. Como resolver esse problema? De que forma posso fazer, pensando em todos os alunos?
Um beijo e muito obrigada, Marília
Como podem observar, a professora Marília tem um desafio de fôlego pela frente, pois, de fato, conseguir envolver todas as turmas do EFII em um mesmo trabalho requer um cuidadoso planejamento e um constante monitoramento das atividades, visando ao replanejamento e ajustes sob medida de cada sala de aula.
Ainda assim, entendo valer muito a pena esse exercício! No intuito de ajudá-la, apontarei algumas dicas. Clique nos botões abaixo para visualizar:
Como sabem, nosso ponto de partida é selecionar um gênero discursivo que possa vir ao encontro das necessidades e interesses dos alunos. Por meio de uma roda de conversa, é possível investigar saberes prévios e, assim, definir o foco da sequência didática (SD), mesmo que isso demande ter de pensar em mais de uma SD, considerando diferentes turmas, com vistas a acolher os dizeres dessa prosa inicial. No caso da Olimpíada, para o EFII, temos três gêneros com SDs completas (poema, memórias literárias e crônica). Em função das propostas já desenhadas, é bastante possível inspirar-se no movimento reflexivo apresentado, elaborando/adaptando atividades vinculadas a esses e outros gêneros.
Sei que um dos motivos para a angústia da professora Marília é o tempo didático, sempre bastante diferente do tempo do relógio! Entendo que o planejamento das aulas, em função das etapas de uma SD, possa minimizar “efeitos do tempo”, promovendo ajustes mais precisos. Afinal, uma das vantagens do trabalho com SD é justamente a possibilidade de antecipar etapas que demandarão mais tempo – em função da investigação prévia do conhecimento dos alunos -, favorecendo a realização das propostas. Como sabemos, cada turma demanda um trabalho particular e, portanto, quanto mais informações tivermos sobre o perfil de conhecimento dos alunos, maiores nossas chances de um planejamento bem ajustado, que otimize o tempo e as condições de aprendizado.
Um outro aspecto que tende a auxiliar o desenvolvimento do trabalho com SD é a aposta em parcerias, no interior das salas de aula, ou seja, entre os alunos, e fora dela, pensando em alunos de outras turmas e demais professores. Explico melhor: ao ministrar aulas para variadas turmas, é bastante possível contar com a troca de informações, vídeos e textos, entre os alunos, de modo que o conhecimento possa ser ampliado por todos. Igualmente, é viável contar com a ajuda de outro professor que, vinculado pelo assunto, poderá trabalhar com um material da SD que favoreça e amplie a reflexão. Vale lembrar: ler e escrever são compromissos de todas as áreas! Se pudermos exercitar esse olhar, certamente, colheremos resultados melhores!
Como seus alunos estão no EFII, entendo ser possível realizar uma avaliação constante, inclusive com o investimento em propostas de autoavaliação, que tendem a qualificar as ações de todos, com vistas ao cumprimento das expectativas de aprendizagem previstas. Assim, adaptações das grades de avaliação pensadas pelo Programa, para avaliação de textos, poderão ser desenvolvidas pelas turmas, de modo a promover a regulação do processo.
Em nosso Seminário, que promoveu a apresentação de diferentes propostas, realizadas por diversos professores, tivemos a oportunidade de aprender e descobrir modos efetivos de iniciar o trabalho com uma turma, contando com a possibilidade de multiplicação das práticas, não apenas com a ajuda da turma que havia vivenciado o processo, mas também de professores de outras disciplinas. Entre alguns dos excelentes exemplos, quero destacar o trabalho da professora Quitéria Éden Leite, da cidade de Pesqueira (PE). A profª Éden realizou um cuidadoso estudo do gênero resenha literária, integrando turmas, professores e muito aprendizado! Para além do que eu poderia afirmar, entendo que o vídeo a seguir, com a voz da professora-autora, possa revelar o que, de fato, marcou essa ampla condição de construir conhecimentos:
Uma dica final: fiquem de olho, pois o relato de prática da professora Quitéria Éden e os de outros professores estarão disponíveis, em breve, aqui no Portal!
Agora, estou certa de que você, professora Marília, e nossos leitores terão muitos motivos para permanecer nesse caminho, repleto de SDs e grandes encontros!
Um bj carinhoso, muito obrigada e até já
Olímpia
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