Lendo mulheres: a literatura de autoria feminina nas salas de aula
literatura de autoria feminina, literaturas e identidades, ensino de literatura, formação leitora
Boa noite, Olímpia.
Gostaria de obter ajuda em relação à correção de caderno de redação dos meus alunos. Alguns deles do 8°ano encontram dificuldades para expor suas ideias na escrita. Conversamos sobre o assunto sugerido, mas, no papel, a realidade é outra. Muitos desses alunos sentem vergonha por escrever errado. Fazem atividades pela metade. Eles adoram a leitura já impressa, música, contos, relatos diferentes. Dialogamos, abordamos o assunto, há uma participação de todos. Mas, para desenvolverem no caderno, identifico suas dificuldades.
Obrigada,
Ana Cristina A. Santos
Cara professora Ana Cristina,
Saber que seus alunos apreciam a leitura de textos diversos já é uma excelente notícia! Afinal, as portas abertas pela leitura favorecem a escolha diante de uma vasta gama de possibilidades, quando a questão é escrever, não é mesmo?
Bem, mas pelo que você comentou, seus alunos do 8o ano participam de maneira efetiva das atividades de leitura e discussão oral, mas quando chega a hora de escrever, tudo parece mais difícil... Diante desse cenário, penso ser importante refletirmos juntas sobre uma hipótese, que pode explicar a diferença no desempenho da turma: a necessidade de se considerar as operações envolvidas na produção textual.
Explico melhor: essa discrepância, observada em sala de aula, pode estar voltada a todo o movimento reflexivo exigido na produção do texto escrito. Digo isso pois, muitas vezes, os alunos leem e falam sobre o assunto em questão, conseguem estabelecer relações entre os textos lidos previamente e os conhecimentos já internalizados, assumem a fala do colega como referência para outros comentários orais, mas, no momento da escrita, parece que as ideias voam e não há quem consiga fazê-las habitar o papel...
Então, ainda antes de falarmos sobre a sua correção, é preciso destacar o fato de que ao tomarem o lápis e o papel para a escrita, os alunos precisam seguir alguns passos, entendidos como “operações da produção textual”. Isso porque escrever não se limita a utilizar informações anteriormente apresentadas, em uma situação de produção oral, como uma roda de conversa, ou mesmo de uma leitura coletiva. Essas situações são bem-vindas como um trabalho de contextualização da proposta, mas não são suficientes para que os meninos possam escrever com autonomia e aderência às características do gênero em destaque.
Assim, para que você possa se deparar com um panorama mais favorável, acredito ser necessário apostar no trabalho de produção escrita em 5 passos (anteriores às intervenções do professor, do ponto de vista da “correção”): 1. Contextualização; 2. Elaboração e tratamento dos conteúdos temáticos; 3. Planificação; 4. Textualização; e, finalmente, 5. Releitura, revisão e reescrita do texto.
De forma bastante breve, tentarei resgatar a essência de cada etapa, em função dos escritos de Dolz, Gagnon e Decândio, no livro Produção Escrita e Dificuldades de Aprendizagem:
Agora sim! Depois de todo esse trabalho, você terá condições de avaliar em qual dessas etapas cada aluno apresentou maior dificuldade, assim como pensar em estratégias para favorecer a efetiva produção escrita.
Em síntese: as dificuldades observadas na produção final dos alunos podem, na realidade, ser retratos de dificuldades vividas em momentos anteriores. Então, para que sua correção seja cada vez mais “certeira”, aposte na vivência de cada etapa e na possibilidade de os alunos conseguirem compor as informações, de forma mais organizada e consistente.
Ainda, vale a pena planejar situações de aprendizagem de um determinado gênero, em função de uma sequência didática (SD), a fim de que a turma possa refletir sobre cada uma das dimensões implicadas na produção de um gênero: discursiva, textual e linguística. Assim, os escritos dos estudantes evidenciarão os efeitos tanto da ação cuidadosa e objetiva de investigação e análise, explorada nas oficinas que compõem a SD, quanto das vivências atreladas a cada operação do processo de produção, certo?
Para terminar, seguem algumas dicas de leitura:
Obrigada pelo envio de sua pergunta, um abraço e até já,
Olímpia
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