Lendo mulheres: a literatura de autoria feminina nas salas de aula
literatura de autoria feminina, ensino de literatura, literaturas e identidades, formação leitora
Sou professora do 1º e 2º anos do Ensino Médio. Como tenho que lecionar gramática, literatura e redação, pergunto: como divido minhas aulas, que aliás, são 4,5 em cada série? Pode me ajudar a planejá-las?
Flávia Fabiano
Cara professora Flávia,
Acredito que sua preocupação deva retratar o contexto de trabalho de muitos professores de Ensino Médio, em diferentes regiões do nosso país. Então, quero agradecê-la pelo envio de sua pergunta, pois assim tenho a oportunidade de falar um pouquinho sobre a metodologia proposta pelo programa Escrevendo o Futuro que, entendo, ilustra uma possível alternativa para contemplar essa variedade de componentes envolvidos no ensino da Língua Portuguesa.
Como sabe, no nosso programa trabalhamos com a ideia de que o ensino da língua deva ser orientado pelo estudo e análise de gêneros discursivos, tomados como um instrumento cultural e didático.
Pensando na prática pedagógica, significa dizer que o planejamento do professor precisa contemplar a seleção de gêneros a serem ensinados ao longo do ano, assim como a construção de sequências didáticas, voltadas a diferentes práticas de linguagem e dimensões do gênero, com vistas a favorecer a ampla reflexão por parte dos alunos, de forma contextualizada e articulada. E é nesse ponto que nossa conversa ganha maior destaque!
Vamos relembrar essa noção para pensarmos juntas? Para tanto, recorro à definição presente no glossário do curso virtual “Sequência didática: aprendendo por meio de resenhas”:
Sequências didáticas (SD) são sequências de atividades — de diferentes tipos e níveis de complexidade — que se articulam entre si e se organizam como oficinas. Centrada num gênero discursivo de interesse pedagógico, cada oficina visa objetivos parciais bem definidos: identificar um gênero como a crônica, com base em comparações entre textos diversos; (re)conhecer o plano geral do texto de um artigo de opinião; identificar as situações de comunicação próprias das memórias literárias; depreender os recursos linguístico-gramaticais mobilizados por narrativas ficcionais; etc. O objetivo comum a todas as oficinas que compõem uma SD é o desenvolvimento da proficiência, oral e/ou escrita, num certo gênero, assim como a reflexão sobre aspectos pertinentes da língua e da linguagem.
Elegendo o trabalho com a SD para suas aulas, você poderá desenvolver diferentes oficinas com seus alunos e, por meio delas, contemplar propostas de leitura (contando com uma diversidade de textos, autores e temas), produção oral e escrita, análise e reflexão sobre a língua e a linguagem, em diferentes momentos, sendo todos integrados e voltados a um determinado gênero discursivo. Entre outros, entendo que um ganho significativo do trabalho com SD seja a possibilidade de ultrapassarmos a barreira do ensino segmentado, a fim de promovermos desafios, descobertas e encontros mais efetivos de nossos alunos com a Língua!
Bem, mas como “exemplos falam mais (e melhor) que mil palavras”, deixarei você e os demais leitores em excelente companhia: os Cadernos Virtuais da Olimpíada, que retratam exatamente cada etapa do percurso para o ensino de gêneros, em função do trabalho com oficinas.
- Caderno Virtual “A Ocasião faz o escritor” (proposta de ensino do gênero crônica, voltado a alunos de 9º ano do Ensino Fundamental e 1º ano do Ensino Médio).
- Caderno Virtual “Pontos de Vista” (focado no gênero artigo de opinião e dirigido a alunos do 2º e 3º anos do Ensino Médio).
Para terminar, seguem mais duas dicas, a fim de provocar mais reflexões sobre SD e, espero, encorajá-la a esboçar uma sequência didática em um outro gênero de interesse dos seus alunos:
- Texto produzido por Sonia Madi, coordenadora da Olimpíada, e publicado na Revista Na Ponta do Lápis: “Sequência didática: por que trilhar o caminho proposto”.
- Curso Virtual “Sequência didática: aprendendo por meio de resenhas”, oferecido pelo Programa no decorrer do ano.
Agradeço pelo envio de sua pergunta. Espero que muitos colegas possam deixar comentários e sugestões para proveito de todos nós!
Um abraço e até já,
Olímpia
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