Lendo mulheres: a literatura de autoria feminina nas salas de aula
formação leitora, literatura de autoria feminina, literaturas e identidades, ensino de literatura
Atualmente estou trabalhando na sala de leitura, sou apaixonada por livros e, por isso, gostaria que você me indicasse algumas sugestões para estimular bastante o gosto dos alunos pelos livros e pela leitura de diversos gêneros.
Quais as dicas mais interessantes para chamar a atenção do alunado para o ato de ler por prazer?
Marianalva Almada
Sou Noêmia, professora de Língua Portuguesa há vinte anos. Atualmente trabalho com o sexto e sétimo anos na Escola Municipal Eduardo Maciel. Os alunos não têm muito o hábito de leitura, são, na sua maioria, alunos da zona rural, sendo que muitos pais são analfabetos ou de baixa escolaridade. Como incentivar esses alunos a ler por prazer (ir além do que propomos em sala de aula) e melhorar a escrita que, em geral, possui muitos erros de ortografia, concordância, etc.?
Noêmia Alves - Cotegipe, BA
Boa noite,
Sou professor e gostaria de desenvolver um projeto com o objetivo de fazer com que os alunos aprendam a gostar de ler por prazer. Você poderia me ajudar?
Obrigado.
Att,
Nilton Cesar - Dom Eliseu, PA
Caros Marianalva, Noêmia e Nilton,
Que alegria receber a pergunta de vocês e poder conversar um pouquinho sobre uma questão tão importante: a leitura por prazer.
Entendo que exercemos um papel fundamental na formação de nossos alunos como leitores, em diferentes frentes, mas totalmente relacionadas: como leitores apreciadores de textos, que veem a leitura como fonte de conhecimento e diversão, mostrando aos alunos os efeitos de sermos alimentados por textos; como incentivadores da relação de aproximação (que queremos, de intimidade) entre alunos e leitura, ao elegermos situações e atribuirmos ao ler diferentes sentidos e objetivos; e como mediadores desse processo, quando ensinamos capacidades de leitura que favorecem um olhar amplo e diversificado para o mundo letrado, despertando o interesse em ler mais e melhor.
Sempre que falo em leitura e no prazer em ler, lembro-me de Daniel Pennac, em seu livro “Como um romance”. O autor inicia seus escritos afirmando que o verbo ler não suporta o imperativo. Aversão que partilha com alguns outros: o verbo ”amar”… o verbo ”sonhar”…
É incrível pensar como, de fato, as práticas de leitura voltadas ao ”ter de ler”, ao ”leia!”, como tarefa e obrigação, sem que ao menos os alunos entendam por que e para que fazem isso, acabam afastando-os da leitura e, mais ainda, da possibilidade de entendê-la como diversão, entretenimento e prazer.
Precisamos dar aos nossos alunos oportunidades de viver e experimentar a leitura para além da relação com cobranças e tarefas, em projetos que tenham como objetivo central apreciar textos. Afinal, precisamos da paixão por livros/materiais escritos (citada pela Marianalva) e da preocupação com ações voltadas ao ler por prazer (como enfatizou o Nilton), para conseguirmos avançar em termos da realidade de alunos que não têm o hábito da leitura (conforme anunciou a Noêmia). Mas, como fazer?
Vamos incorporar à rotina diária de nossas salas de aula, independente do ano escolar em que trabalharmos, as “rodas de leitura”, momentos em que nós, professores, podemos ler (uma prática muito comum na Educação Infantil e cada vez mais rara no Ensino Fundamental), mostrando comportamentos leitores, ritmos, velocidades de fala, entonações e vozes que dão ao texto um colorido especial, chamando a atenção dos alunos para os efeitos desses “modos de ler” que emocionam, fazem rir, chorar e viajar até o cenário em que a história se passa, como mais uma personagem que observa e aprecia tudo em volta! Sem perguntas, sem solicitações; apenas para deleite, diversão, como forma de despertar o interesse pelos mundos que se abrem quando lemos…
Vamos observar, com olhos bem atentos, as reações de nossos alunos, a fim de convidá-los a assumir a frente em uma outra viagem, com um livro (ou qualquer outro portador de texto) que possa ser pego, aberto e descoberto no tempo do aluno, no lugar que ele escolher.
Vamos incentivar as “rodas de conversa”, apenas abrindo espaço para que cada um conte, o que e se quiser, o que saltou aos olhos, o que mais interessou, a fim de promover que outros colegas possam pegar carona na viagem…
E, se pudermos, vamos romper o espaço da sala de aula: embaixo de uma árvore, em um jardim, em uma biblioteca ou praça podemos criar excelentes espaços para essas leituras e conversas.
Para terminar, uma dica: acessem o link Indicação de leitura, aqui na nossa Comunidade Virtual, com sugestões incríveis para essas rodas!
Obrigada pelo envio das perguntas, um abraço e até já,
Olímpia
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