Que som é esse?

Vamos começar esta unidade trabalhando o nosso ouvido poético!

É importante proporcionar ao aluno a oportunidade de desenvolver o seu “ouvido” poético1, relacionando sonoridade com sensações e interpretações possíveis.

As perguntas visam inspirar uma conversa em grande grupo. Estimule os alunos a ler em voz alta, reler com diferentes entonações e ritmos, soletrar, repetir, ouvir, aproveitando suas considerações e hipóteses para discutir efeitos de sentido da sonoridade, sentimentos que despertam e interpretações que possibilitam. Incentive-os a trazerem exemplos de outros textos que apresentam efeitos semelhantes (quadrinhas, trava-línguas, cantigas, brincadeiras infantis, etc.).

 

Atividades

  1. Quais são os sons que mais se repetem nos poemas? Assinale-os.
  2. Qual é a posição dos sons que se repetem:
    a) em relação à posição em que se encontram nas palavras (início, meio ou fim)?
    b) em relação à posição em que se encontram nos versos e estrofes?
  3. Que sensações e sentidos você acha que as repetições de sons produzem?
  4. As palavras que se repetem são próximas? Distantes? Contrárias? Que sentidos são construídos nessas relações?
  5. Em que outros textos que você leu ou ouviu a repetição de sons também aparece?

 

Outras atividades...

Dependendo do nível de maturidade dos alunos, pode ser interessante trabalhar com o poema Brasil com P. Convide os alunos a escutarem ou verem o vídeo, pedindo que pensem sobre as sensações que o poema provoca e que anotem de 3 a 5 palavras mais marcantes do poema. Na discussão, explore esses termos e estimule os alunos a compartilhar suas impressões. Em seguida, peça para que comentem sobre os efeitos da letra P e explore com eles as perguntas 3 e 4 já propostas para os outros poemas. Para explorar a forma e o sentido, selecione trechos específicos e proponha uma discussão em grupos sobre a história contada no trecho, sobre como essa história é construída e sobre os efeitos do som do P.

Trechos sugeridos:

I.

Pedro Paulo

Passatempo predileto, pandeiro

Pandeiro parceiro

Preso portando pó passou pelos piores pesadelos

Presídio porões problemas pessoais

Psicológicos perdeu parceiros passado presente

Em que melhor se beba

Pais parentes principais pertences

II.

Paramos pensamos profundamente

Por que pobre pesa plástico papel papelão pelo pingado pela passagem pelo pão?

Experimente também omitir palavras nos trechos acima (como pedreiro, pandeiro, parceiro, pobre, pingado, pão) e pedir que os alunos sugiram termos para preencher os versos.

 


1Para mais ideias de como explorar as figuras de linguagem, dê uma olhada no material Poetas da Escola, especialmente a Oficina 8 – Sonoridade na Poesia. https://www.escrevendoofuturo.org.br/caderno_virtual/caderno/poema/index.html
2LEMINSKI, Paulo. Toda Poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 40.
3FREITAS, Angélica. Rilke shake. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7Letras, 2007. p. 26.