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A poesia concreta de São Paulo

 

Alguma coisa acontece no meu coração

Que só quando cruza a Ipiranga e Av. São João

É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi

Da dura poesia concreta de tuas esquinas

Da deselegância discreta de tuas meninas”

[Sampa, Caetano Veloso]

 

São Paulo é a segunda maior metrópole da América Latina, com seus mais de 12 milhões de habitantes. A cidade recebe pessoas de diferentes lugares do Brasil e do mundo, que contribuem, com suas culturas e influências, para a diversidade que encontramos aqui.

A poesia de São Paulo, como a própria cidade, é construída não só por paulistanos, mas também por quem vem de fora. Sampa, a música de Caetano Veloso, que é baiano, é uma das canções mais populares sobre a cidade, pois conseguiu colocar em palavras a “dura poesia concreta” de nossas esquinas.

A música São, São Paulo, do também baiano Tom Zé, é outra canção que se tornou emblemática ao falar das contradições da cidade: São oito milhões de habitantes/ Aglomerada solidão/ Por mil chaminés e carros/ Caseados à prestação/ Porém com todo defeito/ Te carrego no meu peito. /São, São Paulo/ Quanta dor/ São, São Paulo/ Meu amor.

Com o mesmo espírito crítico, Criolo, esse sim paulistano, escreveu Não existe amor em SP, onde critica a vaidade e a ganância de muitos habitantes da cidade.

Na poesia em seu formato mais tradicional, a cidade abrigou autores como Hilda Hilst – que falava de temas filosóficos sobre a existência, o amor, o sexo e a morte – e José Paulo Paes, que utilizava elementos do concretismo numa poesia de forte tom satírico e crítica político-social. Mas talvez o poeta mais conhecido de São Paulo ainda seja Álvares de Azevedo, que viveu na cidade em meados do século XIX. O autor, que pertenceu ao romantismo brasileiro, deixou uma vasta obra, marcada pela idealização, melancolia e também sarcasmo.

 

Vida cultural

 

Em São Paulo, a poesia está presente no dia a dia, e talvez essa seja a descoberta mais interessante para os nossos escritores do futuro. Nos saraus, que acontecem no centros e periferias da cidade, todos podem ler seus poemas, ouvir as declamações, as músicas e as diversas apresentações culturais que acontecem nesses espaços.

Já nos Slams acontecem as batalhas poéticas: os escritores apresentam suas composições no palco e ganha quem receber mais votos do público. Nessas apresentações,a regra é usar apenas a força das palavras e dos gestos para ganhar o coração e os aplausos da plateia. E alguns Slams são voltados para grupos específicos. No Slam das Minas, como forma de incentivar a maior participação feminina, só mulheres podem competir. Já no Slam do Corpo, as apresentações são feitas em duplas formadas por um surdo e um ouvinte. Esse formato brinca com as traduções entre o português e a Libras (Língua Brasileira de Sinais) para os poemas, e com o corpo e a expressão em sinais.

 

O que visitar

 

As atividades culturais não param por aí. A cidade ainda tem muitos museus, centro culturais, cinemas, teatros, exposições, parques e monumentos. Um passeio pelo centro da cidade revelará importantes prédios históricos, como o Mercado Municipal, a Catedral da Sé e o Theatro Municipal – palco da Semana de Arte Moderna, em 1922, marco do modernismo brasileiro.

Já na Avenida Paulista, grandes prédios acompanham a caminhada dos visitantes entre livrarias, cafés, cinemas e exposições. Quadros clássicos e contemporâneos podem ser vistos no Museu de Arte de São Paulo (Masp), já o Instituto Moreira Salles (IMS) dedica-se à fotografia e ao documentário.

 

 

 

O que levar?

 

– Roupas: O tempo em São Paulo pode ser bastante imprevisível e a temperatura pode variar bastante de um dia para o outro, por isso é bom estar preparado. É importante trazer roupas frescas para os dias mais quentes, como camisetas de algodão, mas não esqueça de incluir um casaco fino para a noite, quando a temperatura pode cair. Inclua também um casaco mais quente de reserva. Aposte na combinação de roupas leves com um casaquinho ou jaqueta, caso o dia esfrie. A previsão para novembro é de que a temperatura varie entre 18° e 35°.

– Sapatos: Não esqueça de trazer tênis confortáveis para poder caminhar, além de um sapato fechado, caso chova. Um guarda-chuva também é uma boa pedida para esta época do ano.

– Proteção: Não esqueça o protetor solar. O clima em grande parte do ano pode ser bastante seco e o sol pode castigar. Também é importante cuidar da hidratação e beber muita água.

– Saúde: Traga um pequeno kit com remédios que já tenha o costume de usar. Por conta do ar seco, soro para o nariz e antialérgicos são importantes para quem tem problemas respiratórios.

– Caneta e papel: o poeta deve estar sempre atento ao que acontece à sua volta, por isso, não esqueça de trazer caneta e um bloquinho de papel para anotar suas ideias e inspirações.