Início de conversa

Certamente, há várias maneiras de iniciar os alunos e as alunas no estudo e na produção de um gênero textual. Nesta oficina, propomos a você que ouça com eles e elas dois trechos de livros de memórias literárias, que estão disponíveis no menu Coletânea, do livro de mesmo nome, Transplante de menina, de Tatiana Belinky; e Parecida mas diferente, de Zélia Gattai.

Atividades

  1. Após a audição, algumas questões podem nortear a conversa:
    • Quais temas são tratados nos trechos?
    • Quem vivenciou e está narrando os acontecimentos na primeira história? E na segunda?
    • Elas se parecem com alguma situação que vocês já vivenciaram?
    • Há acontecimentos marcantes na vida de vocês, que mereçam ficar registrados para sempre na memória?

    Segundo o Dicionário Houaiss da língua portuguesa, memória é “aquilo que ocorre ao espírito como resultado de experiências já vividas; lembrança, reminiscência”.

    No mesmo dicionário, encontramos para memórias: “relato que alguém faz, muitas vezes na forma de obra literária, a partir de acontecimentos históricos dos quais participou ou foi testemunha, ou que estão fundamentados em sua vida particular”.

  2. Converse com a turma sobre o significado das palavras “memória” e “memórias”, depois, leia as definições presentes no dicionário e anote-as na lousa.
  3. Explique-lhes que todos nós temos episódios da vida para lembrar: uma festa, uma travessura, um passeio, uma viagem, um costume. Alguns deles são tão importantes e marcantes que merecem ser registrados.
  4. Leia para a classe o seguinte trecho do livro Velhos amigos, de Ecléa Bosi:
  5. De onde vêm as histórias? Elas não estão escondidas como um tesouro na gruta de Aladim ou num baú que permanece no fundo do mar. Estão perto, ao alcance de sua mão. Você vai descobrir que as pessoas mais simples têm algo surpreendente a nos contar.

    Quando um avô fica quietinho, com o olhar perdido no passado, não perca a ocasião. Tal como Aladim da lâmpada maravilhosa, você descobrirá os tesouros da memória. Se ter um velho amigo é bom, ter um amigo velho é ainda melhor.

    Ecléa Bosi. Velhos amigos. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

    Para saber mais

    Conversa com os idosos

    Ecléa Bosi, em seu livro Memória e sociedade – Lembranças de velhos (São Paulo: Companhia das Letras, 1994), escreve memórias de pessoas mais velhas que moram na cidade de São Paulo. Ecléa nos ensina que não devemos perder a oportunidade de conversar com os idosos, pois com certeza eles têm muito que nos contar.

  6. Proponha à turma que se organize individualmente ou em pequenos grupos para conversar com pessoas mais velhas. Podem ser pessoas da própria escola ou de casa – um vizinho, um parente…
  7. Faça com a classe uma lista dessas pessoas. Elas devem ter disponibilidade para receber os alunos e as alunas. Pais, avós e outros membros da comunidade também podem ajudar nessa tarefa de identificar os moradores escolhidos. Pessoas comuns podem narrar fatos engraçados ou tristes, expressando o modo como sentiram e viveram esses acontecimentos. O que interessa é que as lembranças sejam fortes e significativas para quem as conta.
  8. Em razão do risco de contágio pelo novo coronavírus, tais atividades podem ser realizadas pela internet ou por telefone para evitar aglomerações com pessoas idosas. Uma sugestão, se a atividade for realizada na escola, é projetar a imagem do entrevistado ou entrevistada em um telão para que a turma interajam com ele ou ela ao vivo.

  9. Os alunos e as alunas podem iniciar o contato perguntando a essas pessoas se teriam disponibilidade para conversar, emprestar objetos e fotos antigas, contar as lembranças que têm do lugar. Para isso, podem fazer-lhes perguntas como:
    • O(a) senhor(a) se lembra de alguma passagem marcante da sua vida nesta cidade? Que fato é esse? Por que ele foi marcante?
    • O(a) senhor(a) tem algum objeto antigo ou foto que lembre essa passagem de sua vida? (Marcador em bolinha preta fechada)
  10. Converse com a turma a respeito da importância do registro; dê sugestões e dicas para que eles e elas anotem o maior número possível de informações durante a conversa com a pessoa escolhida.
  11. Em classe, reunidos em pequenos grupos, peça aos alunos e às alunas que contem o que ouviram e organizem um quadro com os seguintes dados:
  12. Nome e idade do entrevistado Fato lembrado Temas mencionados O que mais chamou a atenção
           
  13. Peça a alguns alunos que recontem brevemente o que ouviram. Pergunte-lhes também o que mais chamou a atenção do grupo nesse relato. Essa é uma boa oportunidade para que você explore a percepção da turma em relação aos fatos narrados pelos entrevistados e também à forma como essas lembranças foram contadas. Para facilitar a conversa, pode-se questionar: Compreenderam o que o(a) entrevistado(a) disse? O que sentiram ao ouvi-lo(la)? Ficaram surpresos em conhecer as histórias antigas do lugar? Que lembranças mostram como os tempos passados são diferentes dos de hoje?
  14. Os alunos e alunas podem destacar o que consideraram mais interessante na forma como o depoimento foi dado. Oriente-os(as) para que guardem os registros, pois serão usados nas próximas oficinas.

A importância de participar

Lembre-se de que as atividades deste Caderno foram planejadas para abordar alguns dos conteúdos de ensino de língua portuguesa. Todos os e as estudantes devem participar das oficinas, pois poderão alcançar uma escrita mais aprimorada.