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Escrever e Reescrever – a formação do produtor de textos

Portal Escrevendo o Futuro

01 de agosto de 2023

Escrever e Reescrever – a formação do produtor de textos

Escrever e Reescrever – a formação do produtor de textos

Meu nome é Luzia Galvão, atualmente trabalho com o 5º ano do Fundamental, Ciclo I, na Escola Municipal Prof.ª Daphne César Ghidella, em Caçapava, estado de São Paulo.  Minhas dúvidas são em relação ao exposto a seguir: Tenho acompanhado trabalhos com produções baseadas em reescritas de lendas, fábulas, contos e outros gêneros. Vejo que professores optam por essa modalidade, acomodam-se e não partem para outras vertentes, onde a autoria e argumentação são condições para as produções. Se questionados, dizem estar cumprindo o que fora previsto em planejamento e a modalidade acaba cobrindo quase todas as séries.

Pergunta 1: Será que é viável trabalhar com as duas modalidades de produção? Uma com conteúdo já pronto, a reescrita e outra de autoria, com exigência de conhecimentos e repertório para argumentação?

Pergunta 2: Para o aluno, um trabalho mesclando gêneros não seria mais uma ferramenta para seu melhor desempenho em outras áreas como Ciências e Geografia, uma vez que tais conteúdos nos expõem a diversos gêneros?

Cara Luzia,

Muito bom receber sua pergunta e poder conversar um pouquinho sobre reescrita e autoria!

Pelo que entendi, você considera que propostas de reescrita devem conviver com práticas de produção de texto mais autorais, nas quais não há um texto previamente determinado, lido e analisado para favorecer os escritos dos alunos.

Bem, compreendo seu ponto de vista e tendo a concordar com ele, especialmente se pensarmos no trabalho que acontece após a produção escrita da versão inicial.

Explico melhor: como estamos falando de alunos do 5o. ano do EFI, temos de considerar que ainda existe uma variedade de demandas para a reelaboração dos textos, pois, como bem sabemos, escrever é um processo repleto de idas e vindas. Assim, entendo que ao partirmos de um texto prévio (foco da reescrita), o trabalho de revisão dos textos será pautado pela versão inicialmente apresentada, ao passo que outras produções mais livres, sem um texto guia, exigirão do produtor do texto um trabalho maior com a criação e articulação de ideias.

De todo modo, as duas práticas contribuem para a formação do aluno como produtor de textos e, se bem distribuídas, poderão promover efeitos reflexivos interessantes. Vamos pensar em um exemplo concreto?

Imagine que em uma sala de aula há uma grande dificuldade dos alunos em produzir um gênero como, por exemplo, notícia. O que fazer?

Para além do trabalho que já comentei no ano passado, envolvendo a leitura de variados textos do gênero como forma de aproximar os alunos da notícia e permitir as primeiras análises, uma possibilidade é apostar na reescrita de uma notícia, a fim de investigar de que maneira os alunos entendem, apresentam e organizam as ideias do texto previamente lido.

Essa produção poderá servir para a investigação de pontos que exigirão um trabalho mais sistemático por parte do professor, em termos dos focos para o ensino. A partir disso, diferentes atividades serão realizadas e, posteriormente, os alunos poderão ter maiores condições de escrever uma notícia de forma mais autônoma, independente da escolha de um texto específico para reescrever.

Dito de outra forma, penso que a prática de reescrita de textos já prontos pode aproximar os alunos das características do gênero em estudo, de modo a abrir caminho para escritos com ideias diferentes das presentes nos textos lidos, mas que guardam, preservam o mesmo modo de contar, já que se trata do mesmo gênero. Para resumir: aposte na combinação!

Considerando o que conversamos, vale a pena abrir espaço também para as práticas de revisão dos textos dos alunos, essenciais ao processo de formação de leitores e produtores de textos, não é mesmo? Nesse sentido, eis uma dica de leitura: o texto de Maria José Nóbrega, chamado Redigindo textos, assimilando a palavra do outro.

http://iseveracruz.edu.br/revistas/index.php/revistaveras/article/view/3/2

Para terminar, retomando sua segunda pergunta, cabe apostar em uma proposta para o ensino de gêneros da forma mais ampla possível, não apenas do ponto de vista da variedade de gêneros, mas também da variedade de assuntos em cada um deles. Do mesmo modo, vale investir na leitura e produção de gêneros em aulas diferentes das de língua portuguesa, pois, afinal, ler e escrever é um compromisso de todos e de todas as áreas do conhecimento, certo?

Obrigada pelo envio da pergunta, um abraço e até já,

Olímpia

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