Volta às aulas: a importância do planejamento docente
gestos didáticos, planejamento de aula, planejamento docente, sequência didática
Olá Professora Olímpia
Sou professora do 3º ano do ensino fundamental da EMEF Irmã Irene Alves Lopes -Irmã Zoé - Paraibuna - SP.
Gostei muito desse espaço e resolvi perguntar: Como ensinar verbos para crianças pequenas (7 a 8 anos) de maneira que entendam realmente o que estou falando? Acho muito complexas e abstratas as abordagens que vejo nos livros didáticos.Para nós adultos é tão óbvio,mas para as crianças não acho nada fácil.
Aguardo resposta
Grata,
Robélia
Cara Robélia,
Ao ler sua pergunta, lembrei-me de quando eu vivia às voltas com as crianças, tentando fazê-las aprender o que, aos olhos de gente grande, como você bem disse, parecia muito simples…
Bem, mas o que parece ser uma tarefa fácil para os adultos, quevivem no mundo da escrita há bastante tempo, pode ser realmente um mistério aos olhos de quem está em pleno processo de construção de conhecimentos sobre a leitura e a escrita.
Entendo que o ensino de verbos está intimamente ligado à promoção de situações de uso da linguagem, ou seja, a práticas que acontecem a todo tempo na escola. Explico melhor: especialmente nos anos iniciais do EF, penso que a nossa atenção, como professores, deve estar muito mais centrada na relação entre a informação e os sentidos pretendidos por quem a produziu e muito menos na necessidade de nomear a categoria gramatical. Em outras palavras, nossos alunos precisam entender o efeito da palavra no texto, o efeito do verbo naquele enunciado e não decorar listas isoladas de verbos que, no momento do uso, ficam distantes da fala e da escrita deles, não é mesmo?
Isso significa que precisamos centrar esforços em duas frentes - as práticas de leitura e as perguntas que levam nossos alunos a olhar com mais atenção para determinada questão presente no texto. Vamos pensar em um exemplo, bem coladinho à prática de sala de aula?
Estamos em uma turma de 3o. ano pretendemos conversar com os alunos sobre verbos. Uma das primeiras ideias que deve estar clara para eles é que vamos falar sobre palavras que indicam ações (já que essa é a porta de entrada para o estudo de verbos, a fim de promover, nos anos finais do EF, a análise sobre variações de tempo, modo, pessoa, entre outras).
Basicamente, queremos mostrar que verbos indicam ações que acontecem agora, já aconteceram ou acontecerão certo? Para isso, não vejo melhor caminho que a leitura e análise de textos, pensando nos sentidos produzidos pelos enunciados. Tomemos como norte essa informação: ao lermos um conto de fadas, encontramos muitas referências ao tempo verbal passado. Mas como tornar esse conhecimento do professor algo compreensível aos alunos, de forma que possam aprender sobre verbos?
Sugiro que seja feita a leitura de um conto de fadas e, após a roda de conversa (fundamental para troca de informações e relações entre textos), poderemos chamar a atenção para enunciados como, Era uma vez uma linda princesa que vivia no alto de um castelo.
Se queremos que nossos alunos comecem a refletir sobre os verbos, precisamos destacá-los para análise, por meio de perguntas: para vocês, essa história já aconteceu? A princesa vive hoje ou lá no passado, no tempo do era uma vez? Como vocês descobriram isso? Quais palavras ajudaram a pensar desse jeito?
Ao destacar fatos da história e levar os alunos a reler enunciados como, Então, o príncipe chegou e beijou a princesa, que despertou de seu sono profundo, entre outros, eles começarão a refletir sobre ações que já aconteceram (verbos no passado). Mas é claro que isso exige um movimento de aproximação e reflexão constantes. Afinal, nós, professores, como parceiros mais experientes, precisamos destacar informações que favoreçam o pensar dos alunos sobre o assunto.
Entendo que o cuidado central seja sempre recorrer ao texto, a enunciados conhecidos pelos alunos, que permitam a reflexão em função do que já sabem sobre o texto e o gênero, tendo, portanto, conhecimentos prévios que auxiliarão nessa análise mais pontual, mas que promove maiores relações entre informações e auxiliam na compreensão textual.
Nesse caminho, vale pensar com os alunos sobre os enunciados sem os verbos: o que aconteceria se essa história fosse assim: Então, o príncipe ea princesa, que de seu sono profundo? Essas palavrinhas farão falta, não é? Mas será que nossos alunos (e professores) já pararam para pensar sobre isso?
Obrigada pelo envio da pergunta, um abraço e até já,
Olímpia
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