Lendo mulheres: a literatura de autoria feminina nas salas de aula
literaturas e identidades, ensino de literatura, formação leitora, literatura de autoria feminina
Cara Olímpia,
Considerando que minha cidade é bastante "jovem", posso considerar as pessoas com 40 anos como possíveis de serem entrevistadas para os textos do Gênero Memórias Literárias?
Professora Rita de Cássia da Silva - Nova Aliança do Ivaí, PR
Cara professora Rita,
Como sou moradora de São Paulo, uma cidade bem antiga, fiquei imaginando como seria interessante vivenciar esse contraste! Há inúmeros cenários que não conhecemos, assim como tantas histórias de pessoas que se misturam a de lugares onde elas vivem, não é mesmo? É por isso que considero fundamental a oportunidade de termos acesso a paisagens, culturas, histórias e realidades, por meio de textos dos quatro gêneros da Olimpíada, que retratam o tema “O lugar onde vivo”.
Bem, mas olhando de perto para um deles, o gênero “memórias literárias”, foco da sua pergunta, entendo que duas considerações podem ajudá-la: a primeira, diz respeito ao porquê da orientação, no Caderno do Professor “Se bem me lembro…”, para a escolha de um antigo morador, visando à entrevista e posterior produção do texto; a segunda, refere-se ao que buscamos quando, nesse contexto, entrevistamos um morador.
Acredito que a busca por um antigo morador da cidade justifica-se pelo fato de que essa pessoa, provavelmente, ao relatar sua história de vida, permitirá que se revele também a história do lugar onde ela viveu tantas experiências. Geralmente, o entrevistado conta como eram as casas, as ruas, os lugares preferidos da juventude da época, possibilitando, assim, que os alunos consigam pensar nas transformações, podendo construir imagens de cenários que não existem mais, pelo menos da maneira como esse morador apresenta. Dessa forma, esse momento da entrevista fornece não apenas dados para a produção escrita, mas também preciosos momentos de reconstrução da história do lugar onde vivem nossos alunos, contribuindo para que eles conheçam e se envolvam ainda mais com as questões desse lugar. Além disso, cabe sempre ressaltar os incríveis efeitos de uma ação intergeracional, para jovens e idosos, não é mesmo? Um exemplo de alguns frutos desse encontro está disponível aqui no Portal, na envolvente seção “Histórias da Olimpíada”, em “Lembranças que viram histórias”.
Pensando no caso de sua cidade jovem e falando um pouquinho sobre o que queremos com a busca de dados (via entrevista) para a elaboração de textos de memórias literárias, acredito que as histórias – de vida e do lugar – possam ser também retratadas por pessoas mais jovens que tenham a condição de “dar vida”, pelo relato oral, a experiências vividas por familiares mais antigos ou mesmo que, por meio de fotos e objetos (da família, da comunidade, da escola), consigam evidenciar tempos passados, ainda que não tão distantes da época atual. Assim, se a cidade é nova, a pessoa entrevistada poderá retratar o surgimento da primeira escola ou mesmo ter lembranças sobre o lugar de origem dos primeiros habitantes.
O mais importante é poder contar com um relato que favoreça o passeio pelo ontem e o hoje, de forma a levar o leitor a apreciar acontecimentos que possam transportá-lo para o cenário original, trazendo-o de volta, ainda na mesma viagem, aos dias atuais, em um movimento marcado pelas transformações próprias do “passar dos anos”.
Para terminar, lembre-se de que esse passeio, como bem sabemos, ganha colorido especial pelo enfoque literário convocado pelo gênero. Então, capriche no uso, por exemplo, das figuras de linguagem, combinado?
Obrigada pelo envio da sua pergunta e muito sucesso!
Um abraço e até já,
Olímpia
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