Cara professora Luciana,

Que alegria receber sua dúvida, em resposta ao meu convite para ”começarmos o ano juntas”, divulgado na semana passada, como reinício de nossa seção “Pergunte à Olímpia”!

Você captou perfeitamente a ideia, pois retratou elementos importantes para que pudéssemos conversar um pouquinho sobre o assunto. Então, vamos lá?

Atendendo ao seu pedido, há três aspectos que considero centrais no trabalho com o diagnóstico inicial dos alunos:

1. organização da turma - investigar o repertório de conhecimento dos alunos é fundamental, especialmente pelo fato de que esse “retrato inicial” favorecerá o planejamento de atividades que venham ao encontro das necessidades e interesses da turma. Como você terá 32 alunos, acredito que uma boa forma de promover essa atividade seja organizá-la em dois momentos: primeiro, em pequenos grupos e, depois, individualmente. Isso porque precisamos refletir sobre os modos de participação dos alunos em propostas realizadas em colaboração e sozinhos, a fim de traçarmos um perfil mais fiel de “saberes e não saberes”; 

2. planejamento da proposta - no primeiro momento, sugiro que você eleja um gênero que será estudado no decorrer do 5^o ano e distribua um texto desse gênero pelos grupos, a fim de que os alunos possam fazer a leitura e refletir sobre questões que envolvem o contexto de produção do texto (Qual é o gênero? Quem escreveu? Quando? Para quem? Para quê? O que já sabem sobre esse gênero, autor ou assunto?). As respostas poderão ser registradas por um dos componentes do grupo, para serem lidas e discutidas por você e pela turma. É fundamental anotar e retomar falas dos alunos, levando-os a estabelecer relações entre informações. Já no segundo momento, você solicitará que cada aluno produza um texto, em função do que conhece sobre o gênero em destaque; 

3. análise dos resultados – um bom diagnóstico só é bom mesmo se favorece o nosso fazer e o aprendizado dos alunos, não é mesmo? Nesse sentido, o seu olhar sobre as produções da turma (em grupo e individual) deverá fazer toda a diferença! Sugiro que você realize uma análise cuidadosa dos textos escritos individualmente, em função de três focos, a saber, aspectos discursivos, textuais e linguísticos (se tiver dúvidas sobre isso, navegue pelo nosso Portal para apreciar o material da Olimpíada, especialmente o curso on-line autoinstrucional “Avaliação de Textos”. Entendo ser fundamental que você consiga retratar qual ou quais dessas três dimensões do gênero exigirão maior enfoque no trabalho em sala de aula. 

Agora, sobre as dicas que envolvem alunos que, conforme você mencionou, ”não sabem ler e escrever no 5º ano”, indico a leitura de dois de meus textos, publicados em 2014: ”Leitura, escrita e portadores de texto” e “Aluno lê bem, mas não sabe escrever: o que fazer?”.

Bem, espero ter ajudado, pelo menos um pouquinho! Fiquem todos à vontade para continuar esse nosso papo, ok? Deixem comentários (clicando no título desse texto) e enviem novas perguntas (pelo e-mail escrevendocomunidade@cenpec.org.br ).  

Um abraço e até já,

Olímpia