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“Idéia” ou “ideia”? – em cena, o acordo ortográfico

Teresa N. Santos

01 de agosto de 2023

“Idéia” ou “ideia”? – em cena, o acordo ortográfico

“Idéia” ou “ideia”? – em cena, o acordo ortográfico

Professora Olímpia,

Gostaria de saber como faço para ensinar bem a Nova Ortografia aos alunos. Eles acham muito difícil.

Atenciosamente,

Teresa N. Santos

Professora picoense

Cara professora Teresa,

Quer dizer que você mora em Picos, no Piauí? Já ouvi falar de sua cidade, tanto pelo comércio quanto pelas oportunidades de estudo no Ensino Superior! Se puder, deixe seu comentário, contando sobre as belezas de seu lugar, combinado?

Bem, para além da alegria por receber sua mensagem, precisamos falar de um assunto que anda “tirando o sono” de professores e estudantes, não é mesmo? Afinal, em 2016, teremos de assegurar o uso das novas regras, mas, é claro, não esperaremos até lá para começarmos a ensiná-las!

A “Nova Ortografia” envolve uma discussão abrangente e “quente”, no sentido de ser considerada polêmica, com direito a muitas vozes discordantes e motivações diversas... Mas, no meio de tudo isso, estamos nós, que precisamos ensinar as regularidades e irregularidades de nosso sistema ortográfico, considerando as “novidades”. Penso que seja exatamente por esse aspecto que a reflexão em sala de aula possa começar, ou seja, pela ideia de que a ortografia integra nosso sistema de escrita, já que ele é considerado de natureza alfabética-ortográfica. Assim, falar sobre ortografia significa colocar em questão a língua e o constante e vivo movimento de transformação.

Ao entendermos que a ortografia também é viva, podemos dialogar com nossos alunos sobre a importância de ampliarmos o olhar para as relações entre “o que dizemos” e, especialmente, “como escrevemos”.

Conforme afirma Faraco, um famoso estudioso da Língua Portuguesa, “a ortografia é a roupa com que a língua se apresenta quando na forma escrita”. Assim, vale apostar na possibilidade de investirmos em um trabalho que retrate, assim como ocorre com as roupas, as inovações com o passar do tempo. Para tanto, sugiro que você invista na discussão das regularidades, ou seja, de todas as situações em que podemos prever a forma correta de escrita da palavra, mesmo sem nunca tê-la visto, já que existe uma regra que envolve seu uso.  

Um exemplo para facilitar nossa prosa: com o acordo ortográfico, o ensino das regularidades tende a enfatizar a “combinação de conhecimentos”, como as regras de acentuação e a regra ortográfica, nos casos de ideia e joia. Trata-se de um ditongo aberto, presente nas palavras paroxítonas, que deixaram de ser acentuadas. O que não vale para as oxítonas, como herói.

Essa aposta no ensino das regularidades não deve estar aliada a um foco meramente transmissivo, mas ao ensino significativo, a partir de textos, tendo como referência a questão da regra vinculada ao contexto.

Atualmente, há variados recursos, como jogos virtuais, que enfatizam as questões do acordo ortográfico, com vistas a favorecer a compreensão das regras pela tentativa de se colocar em evidência situações nas quais diferentes modos de escrever são apresentados, assim como desafios e perguntas que mobilizam os alunos a refletir sobre tais formas de escrever.

Bem sei que há casos complexos, como o uso de hífen, mas tendo a concordar com Artur Gomes de Morais, quando afirma que "assim como não se espera que um indivíduo descubra sozinho as leis de trânsito - outro tipo de convenção social -, não há por que esperar que os alunos das nossas escolas descubram sozinhos a forma correta de grafar as palavras". Penso que tais afirmações valem para o ensino inicial da ortografia, assim como para as questões relativas ao novo acordo ortográfico, já que está em cena a condição de o aluno refletir sobre a norma como objeto de conhecimento, como uma faceta da língua sobre a qual ele poderá se apropriar, contando com diferentes situações de aprendizagem, promovidas em sala de aula.

Para terminar, seguem variadas indicações sobre o assunto:

Recursos didáticos:

Textos da “nossa” seção (pensando em uma reflexão mais geral, voltada ao ensino da ortografia, com dicas de leitura que podem “iluminar o caminho”):

Outras referências:

Desejo muito sucesso e agradeço pelo envio de sua pergunta.

Um abraço e até já,

Olímpia

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