Cara professora Francisca,

Sua pergunta é muito importante, pois está relacionada ao modo como recomendamos que o ensino dos gêneros seja desenvolvido, envolvendo diferentes oficinas, em uma sequência didática (SD).Assim, pela realização de diversas atividades, pensadas de forma articulada e que ganham em complexidade ao longo do trabalho, entendemos que a SD possa ser uma grande aliada do professor, no processo de ensino-aprendizagem de nossos “gêneros olímpicos”!

Mas, afinal, qual é a relação entre a SD e a produção inicial, foco da sua pergunta? A resposta está na ideia de que ao lado de uma roda de conversa para a investigação sobre os conhecimentos prévios dos alunos (o que eles já sabem sobre o gênero), está a produção inicial, entendida como uma forma de o professor conhecer o que alunos conseguem escrever,ainda no começo do percurso de aprendizagem.

Pensando dessa forma, a produção inicial não deve ser foco de correção, mas sim de nossa cuidadosa análise, a fim de mapearmos os saberes dos alunos e podermos eleger quais os principais pontos de destaque para o trabalho com as oficinas propostas no material. Dito de outro modo, os escritos iniciais revelam o que precisaremos ensinar.

Mas a importância dessa produção não está limitada ao pontapéinicial, já que esse mesmo texto ainda voltará para as mãos de nossos estudantes, no final da SD, para ser analisado pelo aluno-autor, de modo que ele possa escrever uma nova versão, em função de todo o seu aprendizado.

Por fim, gostaria de sugerir, para além da contínua consulta e utilização dos Cadernos do Professor, que ganharam uma versão virtual em 2014, a leitura do texto “Sequência didática – por que trilhar o caminho proposto”, de autoria de Sonia Madi, publicado recentemente na Revista Na Ponta do Lápis.

Obrigada pelo envio da sua pergunta e sucesso no trabalho!

Um abraço e até já,

Olímpia