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Encerrando 2022: percursos formativos

Portal Escrevendo o Futuro

06 de agosto de 2023

Encerrando 2022: percursos formativos

Encerrando 2022: percursos formativos

Olímpia rememora as reflexões e os caminhos formativos trilhados ao longo deste ano, além de destacar os pontos principais das palestras apresentadas nos encontros de encerramento das formações docentes.

 

Queridas leitoras, queridos leitores

Chegamos ao final de mais de ano e, como de costume, escrevo para rememorar nosso caminho reflexivo e, ainda, iluminar algumas das iniciativas formativas do Programa Escrevendo o Futuro.

Falando primeiro da coluna “Pergunte à Olímpia”, vivenciamos juntas(os) um ano recheado de variados assuntos, a partir de publicações mensais, que manteve o compromisso de caminhar ao lado de vocês e apontar na direção da formação continuada atrelada a temáticas significativas e aderentes ao fazer pedagógico.

Nesse sentido, conseguimos compor um percurso marcado pelas publicações: Chegou 2022! - convite ao esperançar; Hora de compartilhar as inquietações pedagógicas; Um olhar para a priorização curricular; O diagnóstico como estratégia de recomposição das aprendizagens; Inquietações docentes sobre avaliação diagnóstica e ensino; Avaliação e o processo de aprendizagem; Convite para live “Leitura e escrita: dimensões inseparáveis para a produção de textos”; Aquecendo os motores: a articulação entre leitura e escrita; Do diálogo entre Cadernos Docentes e competências e habilidades da BNCC e, finalmente, Literatura de braços abertos!

Esse diversificado conjunto de textos convidou cada uma(um) de vocês a refletir sobre contextos de retorno às aulas presenciais, investindo em estratégias para a recomposição das aprendizagens e para o efetivo trabalho com as práticas de linguagem, com especial ênfase aos eixos da leitura/escuta e da produção de textos. Esse exercício de mobilização da atenção em torno da investigação de cada realidade e das reais necessidades de aprendizagem de cada turma de estudantes foi impulsionado por lives realizadas ao longo do ano e, mais recentemente, pela análise dos Cadernos Docentes, no diálogo de cada oficina com a BNCC e, finalmente, por um trabalho que envolve a literatura afro-brasileira e revela um posicionamento cada vez mais consistente e comprometido com a educação antirracista.

Para além dos textos apresentados por aqui, vale destacar um conjunto de cinco encontros virtuais, intitulados “Saberes da prática: convite à partilha”, que ocorreram como culminância de processos formativos voltados a docentes das regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul.

O Programa convidou três professoras-formadoras, com trajetórias acadêmicas vinculadas ao estudo e a pesquisas sobre leitura, literatura e produção de textos, para conversar sobre experiências atreladas à escrita de narrativas, tanto voltadas a discentes quanto docentes:

“Narrativas escritas sobre a prática docente”

Iracema Santos do Nascimento, professora doutora da pós-graduação e da graduação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), partiu da definição de relato de prática enquanto texto autoral que comunica experiência singular; narrativa instrumental (auto)formativa transformadora. Defendeu a possibilidade de o relato favorecer o olhar para a própria prática docente, (re)escrevê-la, revivê-la, refletir sobre ela, permitindo (re)conhecer-se como educadora. Acrescentou que a narrativa da prática provoca mudanças no modo como cada docente percebe sua prática e os outros sujeitos nela inseridos, possibilitando sair do automatismo e da reprodução pedagógica e promovendo a percepção do quanto escrever é árduo, mas pode também se tornar um exercício prazeroso.

Marcadas pela vivência do ciclo proposto por Paulo Freire – ação, reflexão, ação – as narrativas de práticas pedagógicas favorecem a autonomia pedagógica e a autoria intelectual, constituindo-se como um processo de constante aperfeiçoamento e um exercício crítico-interpretativo que considera incertezas e fracassos, valoriza conquistas (de si, da turma, de cada estudante e da escola). Ressaltou ainda, em função da análise de trechos de relatos de prática elaborados por docentes integrantes da formação, que se apresentam como desafios a inclusão da prática do relato no projeto pedagógico da escola, assegurando um trabalho colaborativo e reafirmando a escola como local autêntico de (auto) (co)formação em serviço.

“O diário de leitura e a dimensão narrativa dos sujeitos: reflexões em torno de práticas autorais de leitura e escrita”

Maria Coelho Araripe de Paula Gomes, doutoranda pela Universidade de São Paulo (USP) e docente de Literatura e Língua Portuguesa do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), partiu da ideia de que o trabalho com o diário de leitura fundamenta-se na literatura como experiência estética, no protagonismo da relação texto-leitor e na dimensão narradora. A partir das questões “como redimensionar o tempo da escola para o tempo da narrativa” e “como fazer emergir o sujeito-leitor no sujeito escolar?”, defendeu a utilização do diário de leitura como ferramenta de escrita cotidiana, cujo objetivo é ser testemunho das experiências de leitura; um espaço pessoal que conjuga subjetividade e análise a partir dos registros de leitura feitos por estudantes de modo processual.

Ressaltou potencialidades do diário de leitura: promoção da expansão cooperativa dos sentidos, respeito à singularidade dos sujeitos e ao caráter processual da apropriação leitora e pluralidade de tempos de aprendizagem, envolvendo expansão, suspensão, reverberação e rememoração.

Em função da análise de diários de leitura elaborados por suas(seus) estudantes, afirmou ter vivenciado numerosos impactos e contribuições do uso da ferramenta, entre eles, o aprender enquanto ensina; a relevância da autoria docente e discente nas práticas de leitura e de escrita no contexto escolar; a compreensão de que a leitura subjetiva e a leitura crítica coabitam a trajetória do leitor e contribuem mutuamente para o aprofundamento uma da outra; o diário como uma escrita viva, polifônica, aberta às contradições que envolvem o sujeito e suas leituras; a valorização das subjetividades leitoras promove uma relação implicada do sujeito com os textos, com a construção de sentidos e com a comunidade a qual pertence e, ainda, redimensiona os objetivos do ensino de língua e literatura para um campo de experimentação estética e ética com a palavra.

“Diário de bordo: reflexões sobre a prática docente a partir do relato de estudantes”

Gina Vieira, mestre em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB) e autora do Projeto “Mulheres Inspiradoras”, iniciou sua fala a partir de uma questão, “por que os jovens resistem ao que a escola propõe?”, no intuito de revelar a presença de um modelo ultrapassado e acrítico de educação, que desconsidera a presença de estudantes nativos digitais e da urgência de problematizar e ressignificar a prática pedagógica. Defendeu o lugar do protagonismo discente, por meio do uso do diário de bordo, entendido como uma proposta de escrita autoral, a partir da qual as(os) estudantes relatam o que aconteceu nas aulas, fazem avaliações, expressam-se sobre como se sentiram em relação ao que foi proposto pela(o) docente.

Partindo da compreensão da escrita como prática social, da sala de aula como um espaço para o exercício da cidadania e da democracia e do estudante como sujeito, agente e protagonista dentro do processo pedagógico, destacou a dinâmica de escrita dos relatos sobre as aulas, no decorrer do ano, e o fato de cada estudante-autora(or) ser convidada(o) a compor sua escrita a partir de uma ficha orientadora com os principais aspectos a serem considerados na construção do texto.

Com um feedback afetivo e pedagógico, cada estudante vivencia a leitura de seu texto no início de cada aula, o que promove variados ganhos, tais como, a construção de uma memória coletiva do percurso do ano, o fortalecimento da sala de aula como espaço de expressão e autoria e, ainda, as oportunidades de a(o) docente aprimorar a própria prática por meio das devolutivas das(os) estudantes e de cada estudante avaliar e aperfeiçoar a sua escrita, despertando a consciência autoral.


Diante dessas reflexões, provocações e desses desafios para a prática docente, esperamos ter contribuído para o fortalecimento e a ampliação das experiências em sala de aula.

Desejamos um excelente final de ano, ótimas festas e que 2023 seja repleto de luminosas inspirações, realizações, partilhas e abundante sucesso!

Um abraço carinhoso e muito obrigada pela companhia,

Olímpia

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