Volta às aulas: a importância do planejamento docente
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Após a escuta docente, Olímpia analisa os dados e traz referências de especialistas em ensino híbrido e tecnologias digitais.
Educadoras e educadores,
Depois do período de maior participação de vocês, nossos queridos leitores e leitoras, no qual retrataram fragmentos de práticas pedagógicas em tempos de pandemia, vamos iniciar um movimento de “análise propositiva”, diante dos dados da “escuta docente”.
Para tanto, volto a apresentar o gráfico 4, publicado no último texto, que anunciou as dificuldades enfrentadas por professoras e professores:
Desde a nossa primeira análise, dois aspectos tomaram a cena, correspondendo a 82% dos relatos apresentados em nosso mural: o domínio das tecnologias digitais (41%) e a articulação dessas tecnologias a práticas pedagógicas (41%).
Nos diferentes escritos, salta aos olhos a quantidade de relatos atrelados a dificuldades em lidar com plataformas, ferramentas, recursos; enfim, a variados modos de apresentar, disponibilizar e discutir conteúdos e, de alguma forma, promover, acompanhar e monitorar a participação dos estudantes.
Nesse contexto, uma questão importante a ser considerada é a forma como o “ensino remoto”, permeado pelas TDICs (tecnologias digitais da informação e comunicação), “invadiu” a prática docente. Na maior parte dos relatos, há registros de que não houve tempo para o planejamento de momentos de formação para os professores, assim como não houve tempo para que fosse apresentada, pesquisada e defendida a proposta de uso das tecnologias digitais e suas diversificadas formas de favorecer o encontro com o conhecimento. Na realidade, como tanto tem sido dito em lives e textos escritos por educadores e pesquisadores, estamos diante da condição de oferecer um “ensino remoto emergencial”, que bem pouco guarda de relações com a condição indispensável de planejamento, pesquisa e reflexão para o efetivo ensino mediado pelas tecnologias.
Se, por um lado, como muitos de vocês destacaram, esse período trouxe inegáveis aprendizados, conquistas e ampliação de conhecimentos para a ação docente, por outro, precisamos estar cientes de que esse caminho permeado pelas TDICs apenas começou a ser trilhado, já que se avizinha a possibilidade (ou única alternativa) de retorno às aulas a partir de um ensino híbrido.
Diante desse cenário, tal qual nossa “escuta docente” já evidenciou, a questão da ausência do domínio das tecnologias digitais convoca - ainda que todos os professores já tivessem se apropriado desses conhecimentos - a urgência de se pensar sobre a articulação dessas tecnologias às práticas pedagógicas.
Entre outros dizeres, a questão das metodologias ativas vem ganhando maior destaque, entre elas, o ensino híbrido, pois apostam no protagonismo dos alunos e na personalização, rompendo a lógica de exposição de conteúdos. Não se trata de uma noção nova, mas precisa ser bem compreendida, considerando as TDICs, como esclarece o Prof. Dr. José Moran, uma referência no assunto:
Como puderam conferir, as metodologias ativas – mediadas ou não pelas tecnologias – são foco de nossa reflexão há bastante tempo, não é mesmo? Talvez, para muitos professores, a “novidade” esteja atrelada ao modo como as tecnologias digitais podem favorecer a construção do conhecimento e de que forma o ensino híbrido pode e deve anunciar uma compreensão muito além da existência de momentos presenciais (na escola) e virtuais (em casa) de aprendizagem.
Sobre as tecnologias digitais e o modo como devem ser exploradas na atualidade, a Profª. Drª. Lilian Bacich lança o alerta:
“As tecnologias digitais favorecem a personalização, na coleta de dados e na identificação de quem são esses alunos, quais são suas dificuldades e facilidades, e como as experiências de aprendizagem podem melhor atender ao objetivo de desenvolver habilidades e competências. Assim, as tecnologias digitais não têm apenas o papel de levar uma aula expositiva a um grupo de alunos que não está presente na escola. Reforço o que muitos outros pesquisadores têm afirmado nesse momento: se as tecnologias digitais forem utilizadas para reproduzir um sistema de ensino centrado na explicação do professor, não teremos oportunidade de desenvolver pensamento crítico, argumentação, comunicação e colaboração como poderia ser feito se as tecnologias forem bem utilizadas e realmente assumirem importante papel nesse momento. Entender os alunos como prosumers, que consomem, mas também produzem no ambiente digital, é fundamental ao elaborar o desenho do papel das tecnologias digitais nesse momento”.
Como forma de começarmos a “ajustar nossos óculos” para uma consistente análise sobre o ensino híbrido, segue novo vídeo com o Prof. Dr. José Moran:
Nos tempos atuais (e sempre!), há muito a ser discutido e refletido sobre práticas pedagógicas e modos de potencializar a aprendizagem de nossos estudantes... Na realidade, entendo que este texto apenas possa colaborar como ponto de partida, como um passo em meio ao longo, desafiador e complexo caminho do fazer docente em tempos de pandemia.
Para finalizar, quero deixar algumas dicas, considerando o perfil bastante diversificado de segmentos de atuação dos docentes, revelado pelos escritos em nosso mural:
Bj, obrigada e até já,
Olímpia
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