Poemas de Luiz Gama
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Cara Sônia,
Fiquei intrigada ao ler sua pergunta, pois, geralmente, os alunos do Ensino Fundamental gostam muito de atividades que envolvem a criação de efeitos cômicos, irônicos e até críticos em textos orais e escritos, como é o caso da paródia. Isso me fez supor que, talvez, a dificuldade encontrada por eles esteja voltada a aspectos como o conhecimento ainda não tão significativo sobre o gênero ou mesmo sobre o exercício de interpretação para criação, ou seja, a atribuição de sentidos presentes no texto original, de modo a promover mudanças de enunciados, palavras e assuntos para a construção de um novo texto, com novos sentidos.
Aliás, essa é a chave da paródia, não é mesmo? O diálogo entre textos, de forma que o leitor possa reconhecer qual o texto utilizado como base e, ao mesmo tempo, deparar-se com o inusitado, com um “jeito diferente” de cantar, recitar, assistir e ler produções já conhecidas.
Bem, pensando nisso, vamos a um possível caminho para, como você salientou, ”vencer esse obstáculo”.
Entendo que você poderá investigar o que os alunos já sabem sobre a paródia (por meio de uma roda de conversa), a fim de trilhar os passos de acordo com as necessidades da turma. Depois, é hora de assistir, escutar e ler muitas paródias disponíveis na Internet, com uma escolha bem ampla de textos orais e escritos e de modos de compor as informações. Se houver alguma limitação em relação ao acesso à Internet na escola, vale a pena imprimir e levar as produções para a sala de aula, ok?
Ao longo desse trabalho, é importante que os alunos possam ter contato com os textos originais, a fim de compararem versões e começarem a entender a relação entre o que foi mantido e o que foi retirado para dar lugar ao novo. Fazendo dessa forma, penso que a análise contrastiva tende a favorecer o olhar mais cuidadoso dos alunos para as paródias.
Seguindo esse percurso, uma produção coletiva poderá ser realizada, além de análises em pequenos grupos, permitindo a elaboração de outras versões.
Que tal apostar também em eleger a canção favorita da turma para uma paródia? Como você bem sabe, propostas vinculadas ao grupo têm sempre mais chances de sucesso, certo?
É possível ainda contar com programas de TV, rádio e diferentes materiais impressos que possam ser alvo de discussão e posterior produção de paródias.
Para terminar, uma sugestão “fresquinha” de leitura: a Revista Na Ponta do Lápis, número 23, especialmente o texto ”Sequência didática – por que trilhar o caminho proposto”, escrito por sua xará, Sônia Madi, a coordenadora da nossa Olimpíada.
Estou certa de que seus alunos poderão desfrutar desse caminho e, quem sabe, querer trilhá-lo também com os gêneros da Olimpíada a partir do 5o ano!
Obrigada pelo envio da pergunta.
Um abraço e até já,
Olímpia
Poemas de Luiz Gama
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