Saltar para o conteúdo Saltar para o menu Saltar para o rodapé

sua prática / sala de professoras

BNCC: espichando a prosa sobre o tópico mais votado

Portal Escrevendo o Futuro

05 de agosto de 2023

BNCC: espichando a prosa sobre o tópico mais votado

BNCC: espichando a prosa sobre o tópico mais votado

Olímpia conversa sobre as práticas de linguagem na BNCC: oralidade, leitura, produção e análise linguística.

 

Queridos educadores,

 

No texto da semana passada, começamos a refletir sobre as relações entre práticas de linguagem e campos de atuação, o tópico mais votado em nossa enquete.

Dada a abrangência do assunto, continuaremos nossa prosa, agora focando a atenção nas práticas de linguagem: oralidade, leitura/escuta, produção (escrita e multissemiótica) e análise linguística/semiótica.

Para tanto, é fundamental considerar que tais práticas:

  • envolvem tanto gêneros consagrados pela escola, ligados à cultura do impresso, quanto gêneros digitais, vinculados aos novos letramentos;

  • evidenciam o trabalho com os gêneros do discurso, em diversas esferas/campos de atuação, sendo entendidas como eixos de organização para o elenco de habilidades referentes a cada ano escolar.

Vamos analisar de que forma essas ideias aparecem, lendo alguns trechos do texto da BNCC?

 

1 Fragmento 1 – Práticas de linguagem contemporâneas (p. 66)

As práticas de linguagem contemporâneas não só envolvem novos gêneros e textos cada vez mais multissemióticos e multimidiáticos, como também novas formas de produzir, de configurar, de disponibilizar, de replicar e de interagir. As novas ferramentas de edição de textos, áudios, fotos, vídeos tornam acessíveis a qualquer um a produção e disponibilização de textos multissemióticos nas redes sociais e outros ambientes da Web. Não só é possível acessar conteúdos variados em diferentes mídias, como também produzir e publicar fotos, vídeos diversos, podcasts, infográficos, enciclopédias colaborativas, revistas e livros digitais etc. Depois de ler um livro de literatura ou assistir a um filme, pode-se postar comentários em redes sociais específicas, seguir diretores, autores, escritores, acompanhar de perto seu trabalho; podemos produzir playlists, vlogs, vídeos-minuto, escrever fanfics, produzir e-zines, nos tornar um booktuber, dentre outras muitas possibilidades.


Percebem como a questão do ensino de gêneros aparece de forma ampliada? Isso significa que nosso desafio, em sala de aula, será o de favorecer a discussão sobre esses diferentes gêneros, seus usos e funções, de forma que os estudantes sejam capazes de pesquisar, selecionar e utilizar um determinado gênero, de acordo com a situação de produção, de forma crítica e ética.

 

2 Fragmento 2 – Leitura (p. 69)

O Eixo Leitura compreende as práticas de linguagem que decorrem da interação ativa do leitor/ouvinte/espectador com os textos escritos, orais e multissemióticos e de sua interpretação, sendo exemplos as leituras para: fruição estética de textos e obras literárias; pesquisa e embasamento de trabalhos escolares e acadêmicos; realização de procedimentos; conhecimento, discussão e debate sobre temas sociais relevantes; sustentar a reivindicação de algo no contexto de atuação da vida pública; ter mais conhecimento que permita o desenvolvimento de projetos pessoais, dentre outras possibilidades.


Essa prática de linguagem, então, vincula-se não apenas a textos escritos, mas também a imagens estáticas (fotos e quadros, por exemplo) e em movimento (como em vídeos), assim como o som (música). Assim compreendida, a leitura será contemplada por meio do trabalho com habilidades diversas, definidas de modo progressivo, ao longo do Ensino Fundamental.

 

3 Fragmento 3 – Produção de textos (p. 74)

O Eixo da Produção de Textos compreende as práticas de linguagem relacionadas à interação e à autoria (individual ou coletiva) do texto escrito, oral e multissemiótico, com diferentes finalidades e projetos enunciativos como, por exemplo, construir um álbum de personagens famosas, de heróis/heroínas ou de vilões ou vilãs; produzir um almanaque que retrate as práticas culturais da comunidade; narrar fatos cotidianos, de forma crítica, lírica ou bem-humorada em uma crônica; comentar e indicar diferentes produções culturais por meio de resenhas ou de playlists comentadas; descrever, avaliar e recomendar (ou não) um game em uma resenha, gameplay ou vlog; escrever verbetes de curiosidades científicas; sistematizar dados de um estudo em um relatório ou relato multimidiático de campo; divulgar conhecimentos específicos por meio de um verbete de enciclopédia digital colaborativa; relatar fatos relevantes para a comunidade em notícias; cobrir acontecimentos ou levantar dados relevantes para a comunidade em uma reportagem; expressar posição em uma carta de leitor ou artigo de opinião; denunciar situações de desrespeito aos direitos por meio de fotorreportagem, fotodenúncia, poema, lambe-lambe, microrroteiro, dentre outros.

 

Como podemos observar, a produção de textos abrange diferentes linguagens e mídias, de modo a promover um trabalho guiado por práticas situadas e significativas, atreladas a diversos gêneros. Assim, precisamos ampliar o estudo do texto, a fim de contemplar a reflexão para além do escrito/impresso, partindo da análise das condições de produção de cada gênero.

 

Agora, as duas últimas práticas de linguagem, oralidade e análise linguística:


4 Fragmento 4 – Oralidade (p. 76-77)

O Eixo da Oralidade compreende as práticas de linguagem que ocorrem em situação oral com ou sem contato face a face, como aula dialogada, webconferência, mensagem gravada, spot de campanha, jingle, seminário, debate, programa de rádio, entrevista, declamação de poemas (com ou sem efeitos sonoros), peça teatral, apresentação de cantigas e canções, playlist comentada de músicas, vlog de game, contação de histórias, diferentes tipos de podcasts e vídeos, dentre outras. Envolve também a oralização de textos em situações socialmente significativas e interações e discussões envolvendo temáticas e outras dimensões linguísticas do trabalho nos diferentes campos de atuação.

 

5 Fragmento 5 – Análise linguística (p. 78)

O Eixo da Análise Linguística/Semiótica envolve os procedimentos e estratégias (meta)cognitivas de análise e avaliação consciente, durante os processos de leitura e de produção de textos (orais, escritos e multissemióticos), das materialidades dos textos, responsáveis por seus efeitos de sentido, seja no que se refere às formas de composição dos textos, determinadas pelos gêneros (orais, escritos e multissemióticos) e pela situação de produção, seja no que se refere aos estilos adotados nos textos, com forte impacto nos efeitos de sentido.


Com a apresentação desses dois trechos, fica ainda mais evidente uma das grandes contribuições da BNCC: avançar na reflexão acerca do estudo e análise dos gêneros do discurso – anunciados como foco desde os PCNs -, de modo a permitir um olhar contemporâneo para as práticas de linguagem e as formas pelas quais os textos são produzidos e circulam socialmente.

 

Assim, nesse contexto, caberá a todos nós, educadores, uma dupla tarefa: levar para as salas de aula a reflexão sobre a efetiva atuação dos alunos em práticas de linguagem que envolvem a leitura e a produção de textos, buscando sempre problematizar e analisar a experiência de realização dessas práticas.

Por enquanto, é isso! Continuo à espera da voz de vocês, ok? Deixem comentários, perguntas e registros da experiência de contato com a BNCC em sua escola.

Um bj carinhoso, obrigada e até já

Olímpia

Acompanhe as novidades

Imagem de capa de Lendo mulheres: a literatura de autoria feminina nas salas de aula
especiais

Lendo mulheres: a literatura de autoria feminina nas salas de aula

Veja conteúdos selecionados para apoiar a leitura de mais escritoras em suas aulas de Língua Portuguesa

ensino de literatura, formação leitora, literaturas e identidades, literatura de autoria feminina

Imagem de capa de Poemas de Luiz Gama
textos literários

Poemas de Luiz Gama

Leia três poemas do escritor que introduziu a voz negra na literatura brasileira

Luiz Gama, poesia, poema, texto literário

Imagem de capa de Campanha: atualize seus dados de raça/cor no cadastro do Portal
sobre o Programa

Campanha: atualize seus dados de raça/cor no cadastro do Portal

Veja como atualizar suas informações e saiba mais sobre o processo de autodeclaração

Imagem de capa de Na Ponta do Lápis: revista chega ao número 40 com edição especial sobre culturas indígenas
sobre o Programa

Na Ponta do Lápis: revista chega ao número 40 com edição especial sobre culturas indígenas

Confira os conteúdos sobre línguas e literaturas indígenas de autoras(es) de diversas etnias do país

línguas indígenas, literatura indígena, educação para as relações étnico-raciais, formação docente, revista NPL

Comentários


Ninguém comentou ainda, seja o primeiro!

Ver mais comentários

Deixe uma resposta

Olá, visitante. Para fazer comentários e respondê-los você precisa estar autenticado.

Clique aqui para se identificar
inicio do rodapé
Fale conosco Acompanhe nas redes

Acompanhe nas redes

Parceiros

Coordenação técnica

Iniciativa

Parceiros

Coordenação técnica

Iniciativa


Objeto Rodapé

Programa Escrevendo o Futuro
Cenpec - Rua Artur de Azevedo, 289, Cerqueira César, São Paulo/SP, CEP 05.404-010.
Telefone: (11) 2132-9000

Termos de uso e política de privacidade
Objeto Rodapé

Programa Escrevendo o Futuro
Cenpec - Rua Artur de Azevedo, 289, Cerqueira César, São Paulo/SP, CEP 05.404-010.
Telefone: (11) 2132-9000