Lendo mulheres: a literatura de autoria feminina nas salas de aula
ensino de literatura, formação leitora, literatura de autoria feminina, literaturas e identidades
Professora Olímpia conversa sobre o trabalho de produção escrita atrelado à criatividade.
Oi, sou o professor André e trabalho com turmas do último ano do EF. Gostaria de saber como eu poderia inspirar meus alunos à escrita criativa, como contos, por exemplo! A escola ensina tanto a interpretação, as regras gramaticais, mas não incentiva muitas vezes nossos alunos a se verem como possíveis futuros escritores. Uma ajuda para a criatividade!
Um abraço,
André Martins
Caro professor André,
Sua pergunta convoca uma discussão fundamental: a urgência de investirmos em um trabalho de produção escrita atrelado à criatividade.
Concordo com a ideia de que as propostas vinculadas à “interpretação e regras gramaticais”, como você ressalta, dominam, por vezes, as práticas do professor, restando pouco “espaço e tempo para que se invista no potencial criativo dos alunos”. Se analisarmos cenários nos quais o gênero discursivo não é tomado como unidade de ensino, por exemplo, verificaremos uma forte tendência à segmentação no estudo e análise das práticas de linguagem, o que pode contribuir para uma produção escrita desprovida de “passeios literários” mais amplos ou mesmo de recursos linguístico-discursivos mais aderentes ao gênero, como nos contos, citados por você.
Parece-me indispensável pensarmos juntos sobre a criatividade, começando pelos sentidos atribuídos a ela na escola. Dentre algumas possibilidades, ficarei com duas, que permitirão um contraste interessante para nossa reflexão.
Um primeiro sentido, cotidianamente atribuído ao termo criatividade, relaciona-se ao ato de criar algo inédito, “fabuloso”, fruto da invenção do autor de um texto, em um “momento mágico”, de pura inspiração; “um dom para poucos”. Já em um segundo sentido, a criatividade está vinculada a um processo de construção de conhecimentos, visando à ressignificação; um novo arranjo de “já ditos”, ou seja, uma construção que demanda do autor uma nova forma de relacionar informações, leituras e textos já explorados, produzindo efeitos de sentido singulares.
Entendo que, ao levar para a sala de aula a noção de criatividade, tal qual prevista no primeiro sentido, o professor terá dificuldades para encontrar textos criativos, pois se trata de algo raro, que escapa à ação docente, sendo foco apenas de constatação. Fazendo o contraponto, se a criatividade for entendida como uma apropriação de algo já dito, somado ao exercício de uma composição “autoral”, que promova uma ressignificação, com formas próprias de apresentar e/ou “manejar a língua”, o professor terá a condição de apreciação de textos criativos na escola.
Estou tentando enfatizar o fato de que a criatividade exige a condição de colocar em cena todo o conhecimento já construído pelo sujeito, quer em relação ao tema, quer ao assunto, quer aos recursos textuais, discursivos e linguísticos aderentes a um determinado gênero. Coloca-se em evidência a possibilidade de o sujeito ativar conhecimentos já internalizados, empregando recursos que mobilizam o leitor, que o envolvam na “teia de sentidos” construída por cada autor. E tudo isso depende da larga atuação docente!
Bem, ainda que se entenda a noção de criatividade distante de um “dom”, resta-nos refletir sobre como o professor pode trabalhar em sala de aula, visando à produção de textos criativos. Nessa direção, entendo que há alguns elementos-chave. Entre eles, quero destacar:
É chegada a hora de terminar nossa conversa... Bem sei que não esgotei o assunto, mas deixarei você e os leitores em ótima “companhia”, certa de que ela poderá inspirar “práticas criativas”:
1. Portal Escrevendo o Futuro
2. Plataforma do Letramento – trabalho com gêneros discursivos
3. MEC
4. Textos sobre autoria e criatividade
Estou à disposição para continuarmos essa prosa, combinado?
Bj carinhoso, obrigada e até já,
Olímpia
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