Volta às aulas: a importância do planejamento docente
planejamento docente, gestos didáticos, sequência didática, planejamento de aula
Gostaria de melhor entender o procedimento correto para a elaboração de resenhas críticas. Sou professora de Matemática e tenho dificuldade na elaboração desses textos.
Maria Terezinha Vitória
Cara professora Maria Terezinha,
Ao ler seus escritos, publicados como um comentário à resposta que ofereci sobre o trabalho do professor com a prática de devolutivas escritas para os textos dos alunos, logo pensei que seria uma boa ideia poder prosear um pouquinho sobre as nossas dificuldades ao escrever. Afinal, não são apenas os estudantes que “ficam às voltas” diante do papel em branco, não é mesmo?
Nós, professores, que trabalhamos com a linguagem o tempo todo, em todas as disciplinas, assim como os alunos, temos nossos pontos fortes e fracos, ou seja, gêneros com os quais estabelecemos uma relação de maior proximidade, pensando nas práticas orais, de leitura e produção, e outros menos requisitados no cotidiano ou mesmo pouco escolhidos para deleite, nos momentos “de recreio”, e que, por isso, tendem a nos desafiar mais, quando precisamos produzi-los.
Esse parece ser o seu caso com a resenha, certo? De fato, embora esse gênero possa ter sido tomado para estudo “na época da escola”, o tempo foi passando e outras demandas, constituídas por tantos outros gêneros, tomaram o lugar de destaque. Mas, então, o que é preciso buscar na memória sobre resenha para poder escrevê-la?
Entendo ser importante começarmos com a busca por lugares de circulação desse gênero. Atualmente, as resenhas e seus “gêneros irmãos”, como a sinopse, o resumo e a crítica, podem ser encontrados, por exemplo, em jornais e revistas (impressos e virtuais), especialmente como possibilidades de apresentação e/ou apreciação de diversos produtos culturais, como filmes, programas de TV e livros. Também é possível, na esfera acadêmica, encontrarmos resenhas integrando o capítulo teórico de monografias, dissertações, teses e artigos científicos. Assim, diante da leitura de alguns exemplares desse gênero, você fará uma atualização de informações, tanto do ponto de vista das características do texto (plano global), tanto dos temas e focos eleitos para a produção (conteúdo temático), assim como de alguns recursos da língua próprios das resenhas (estilo).
Para além dessa leitura inicial, que abrirá as portas para o movimento de análise, com vistas à produção, acredito ser importante relembrar o objetivo do texto, ou seja, a resenha está centrada na proposta de avaliar um produto cultural e, para tanto, são utilizadas sequências descritivas e avaliativas, favorecendo o movimento do leitor em termos da apresentação das principais informações sobre esse produto, aliadas à análise crítica, com o ponto de vista de quem escreve o texto.
Ainda, vale ressaltar que a mera apresentação das informações não gerará esse efeito analítico e, para provocá-lo, entram em cena os recursos estilísticos, tais como a combinação já anunciada de sequências textuais, a escolha de um registro formal, a presença de organizadores textuais que estruturam o texto, como os conectores temporais (“em primeiro lugar”) e os conectores lógico-argumentativos (“entretanto”, “porque”), a utilização de modalizadores (“parece que”), os adjetivos (“envolvente” para qualificar uma análise), entre outros.
Então, a partir da apresentação e avaliação do resenhista, o leitor ativará o seu repertório de conhecimentos, dialogando com o texto, de forma a compor a sua avaliação pessoal e, assim, estabelecer novas relações entre textos e discursos que possam ampliar seu modo de olhar e dizer sobre o produto cultural em destaque, assim como outros.
Para terminar, seguem algumas dicas:
- Artigo das autoras Eliana Ruiz e Melissa Faria, sobre a intertextualidade nas resenhas;
- Clarice Lispector desembarca nos Estados Unidos;
Obrigada pelo envio de sua pergunta e até já,
Olímpia
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