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Ficha técnica | |
Instituição de ensino | Escola Classe 20 |
Localidade | Ceilândia, Distrito Federal |
Classe | 5º ano do Ensino Fundamental |
Professora | Claudeni Amélia do Nascimento Souza |
Duração do projeto | 1 trimestre |
Produto final | Audiolivro com leitura dos contos canônicos preferidos da turma |
Ao conhecer sua turma, a professora Claudeni se deparou com algumas dificuldades: a grande maioria da sala não gostava de ler e resistia ao enfrentamento de textos mais longos que dez linhas; outra singularidade era o fato de ter duas crianças com deficiência visual e uma com baixa visão.
Pensando em como ajudá-los a ter prazer em ler e a encarar leituras mais longas, a professora preferiu partir de um gênero com o qual já tivessem alguma familiaridade, tendo o cuidado de escolher os textos em função de seus enredos envolventes e conteúdos interessantes à faixa etária dos alunos. As diferentes origens das histórias (África, América, Ásia, Europa e Oceania) contribuíram para aumentar o interesse: “Como o aspecto mágico, presente em todas elas, é tratado nas narrativas pelas diferentes culturas?”.
A produção de um audiolivro com a leitura dos contos preferidos da turma, objetivo compartilhado com os alunos desde o início do projeto, contribuiu para que todos se envolvessem ainda mais com cada uma das etapas de trabalho.
Para ampliar o repertório literário e gerar o prazer da leitura nos alunos, a professora foi a primeira leitora dos contos. Dessa forma, pôde oferecer à turma um bom modelo de leitor, respeitando a entonação, a fluência, a pontuação e o ritmo dos textos. Conforme o interesse do grupo foi aumentando, outras possibilidades entraram em cena: leituras silenciosas individuais (em casa e na escola) e em voz alta por subgrupos.
Bibliografia utilizada: PHILIP, Neil. Volta ao mundo em 52 histórias. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1998.
Cada conto lido foi sendo discutido em sala. Além de impressões e opiniões, os alunos começaram a identificar o perfil das diferentes personagens, as situações iniciais, os conflitos e as formas de resolução, as expressões utilizadas no início, marcando tempos longínquos, as diferentes vozes (narrador e personagens), a presença de narração, descrição e diálogos. Convidados a recontarem as histórias que iam aprendendo, puderam transpor para a oralidade algumas dessas características.
Tendo sido bem alimentados tematicamente, os alunos escreveram, individualmente, seu conto preferido. Essa situação permitiu à professora fazer um mapeamento das dificuldades iniciais mais frequentes. Seguiu-se a essa atividade, a produção coletiva de um roteiro, que favoreceu o trabalho com a organização da sequência de um conto. A partir dela, os alunos ditaram o texto para a professora escrever, situação em que tiveram que negociar suas ideias. Nas novas produções individuais que foram sendo propostas, os alunos puderam contar com o apoio dos colegas para o aprimoramento de seus textos.
A escolha de um audiolivro como produto final é digna de nota, uma vez que todos os alunos poderiam ler em voz alta, mas a forma de escrever de alguns (braile), caso o produto final fosse um livro em papel, não seria compreendida pela maioria; no entanto, o trabalho com a escrita não foi deixado de lado.
Na prática social, escrevemos com propósitos diversos (para dar instruções, lembrar de algo, expor nossas opiniões e/ou sentimentos, conversar com alguém que está distante etc.). No caso específico da escola, além desses propósitos, é importante lembrar que nela também se escreve para aprender a escrever. Aqui não estamos falando da conquista do sistema alfabético, mas da produção de um texto escrito em toda a sua complexidade.
Na situação de produção em que os alunos registraram por escrito as histórias lidas com o objetivo de aprender a escrever, vários desafios lhes foram apresentados: organização textual, transformação das palavras dos autores em palavras próprias, ortografia, pontuação etc. Tendo os próprios colegas, conhecedores dos textos-fonte, como destinatários e revisores de suas produções, os alunos puderam contar com o auxílio uns dos outros na verificação de clareza, coesão, repetições, ausências e sugestões de alterações.
Ao pedir, logo no início do projeto, que seus alunos escrevessem um dos contos que mais tinham gostado até então, a professora pôde observar questões diversas. Diante da heterogeneidade da turma, e sabendo que seria impossível trabalhar de uma só vez com todas as questões que pediam investimento, ela analisou cada um dos textos a partir de seus aspectos positivos e dos que precisavam de maior atenção. Esse valioso registro serviu como matéria-prima de suas futuras intervenções.
O Rouxinol do Imperador
Há muito tempo atrás havia um rouxinol que cantava músicas melodiosas no meio da mata. Ao saber da existência do rouxinol, o Imperador mandou chamá-lo.
Quando o rouxinol cantava, o Imperador sempre chorava porque a cantoria dele era doce e acalmava a alma. Mas um dia o rei do Japão levou um rouxinol mecânico para o Imperador que cantava muito melhor que o rouxinol da mata.
O Imperador ficou tão encantado que foi deixando o outro rouxinol de lado e isso foi entristecendo o rouxinol da mata, que resolveu ir embora.
De tanto usar o rouxinol mecânico, o pássaro um dia se quebrou e não tinha mais conserto. Então o Imperador começou a ficar doente por falta da música do rouxinol e os servos lembraram do rouxinol da mata e foram chamá-lo de volta.
Ao retornar, o rouxinol pediu que não o colocasse na gaiola dourada e voltou a cantar as melodias que encantavam tanto o Imperador. Com o passar dos dias, logo o Imperador sarou e pediu desculpas para o rouxinol e disse que nunca mais iria trocá-lo.
Autor: Isac
A situação de revisão de texto, realizada coletivamente, com o apoio do professor, oportuniza aos alunos a coordenação dos papéis de produtores e de leitores. Após as intervenções do professor, a tarefa deles é pensar em como tornar o texto mais claro, coeso e saboroso ao leitor. Para tal, são feitas negociações sobre o que retirar, acrescentar, deslocar e/ou substituir.
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