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Ensino Médio: a aposta no trabalho com projetos

Portal Escrevendo o futuro

01 de agosto de 2023

Ensino Médio: a aposta no trabalho com projetos

Ensino Médio: a aposta no trabalho com projetos

Olá!

Sou Francisca Gilvania, da cidade de Quixeramobim, Ceará, coordenadora escolar do Ensino Médio da rede estadual Dr. Andrade Furtado II. Há algum tempo, tento desenvolver um projeto que trabalhe os clássicos da literatura explorando a História e a Geografia da região, mas tenho encontrado dificuldades, principalmente no que se refere à metodologia de trabalho, considerando o pouco interesse pela leitura da maioria dos nossos jovens. Teria alguma sugestão para o desenvolvimento desse projeto?

Cara educadora Francisca,

Quando li sua mensagem, de imediato, pensei: puxa, que beleza saber que Quixeramobim conta com educadores que acreditam no trabalho com projetos no EM!

Ainda sob efeito da alegria dessa constatação, passei a relembrar oportunidades de acompanhamento de trabalhos dessa natureza, assim como obstáculos e desafios bem similares aos que você apontou: a integração de disciplinas e a busca por caminhos que promovam o encontro dos alunos com a pesquisa, por meio de práticas de leitura e investigação.

Sobre o diálogo entre disciplinas, entendo ser essencial elegermos um tema que possa acolher diversos assuntos de interesse por parte dos alunos, de modo que a literatura seja a porta de entrada para a pesquisa sobre as questões que os rodeiam e que suscitam reflexões. Tomemos um exemplo, a fim de facilitar nossa conversa: podemos apresentar a proposta de estudo sobre o sertão (a vegetação, o clima, o solo árido, a caatinga e o homem do sertão), tendo como base para a pesquisa os escritos de autores brasileiros que elegem esse cenário como palco para a composição de textos (como Euclides da Cunha, em Os Sertões, 1902; Graciliano Ramos, em Vidas Secas, 1938 e João Cabral de Melo Neto, em Morte e Vida Severina, 1954). Assim, por meio de variadas perguntas - Como cada um retrata esse lugar? Quais as coincidências e peculiaridades apresentadas por cada autor? Quais são os efeitos de sentido promovidos por cada “modo de contar”? Quais relações entre o “retrato do sertão” e o que se passa nesse lugar, em cada um dos textos estudados? - poderemos levá-los a explorar obras da literatura, sob diferentes pontos de vista, com vistas a promover o encontro entre disciplinas. Entendo ser esse trabalho que convocará os próximos passos, “convidando” a Geografia e a História para promover maior densidade aos estudos, de forma a compor uma reflexão mais ampla e aderente aos propósitos didáticos do projeto. Assim, continuando nosso exemplo, o professor de Geografia poderá trabalhar com a cartografia da região, as características do clima, da vegetação, a paisagem hostil e o homem sertanejo. Na aula de História, nesse mesmo raciocínio, o docente poderá contextualizar o período em que o livro foi escrito, explorar com os alunos a visão da sociedade da época, assim como o lugar social e político do autor de cada obra.

Já em relação à metodologia de trabalho, considerando, como você afirmou, “o pouco interesse pela leitura da maioria de nossos jovens”, acredito que podemos pensar em algumas saídas! Uma delas é apostar no interesse dos adolescentes pelas redes sociais, usando as hipermídias para instigar o gosto pela literatura: vídeos de entrevistas de autores contemporâneos, blogs de resenhas de livros, músicas, animações, filmes e teatro.

Eis algumas indicações, ainda de acordo com o exemplo citado:

Mestres da literatura – TV Escola


Filme: Vida Secas, de Nelson Pereira dos Santos


Animação: Morte e Vida Severina (baseada no poema) – TV Escola

Videoclipe: Norte Nordeste me Veste (sobre cultura nordestina) - RAPadura


Blog Perdidos na Biblioteca


Vale ainda enfatizar o trabalho de mobilização para a leitura, considerando: a importância da seleção dos textos, as possibilidades de mediação, a leitura pelo professor de trechos que possam chamar atenção para a obra, as rodas de leitura e até mesmo os saraus! 

Por fim, seguem três dicas para ampliar nossa conversa:

-       O curso virtual “Leitura vai, escrita vem: práticas em sala de aula”, que terá várias edições previstas ainda para este ano;

-       O texto “A literatura e os leitores jovens”, de Maria Zélia Versiane Machado, publicado na revista Na Ponta do Lápis, 17;

-       Entrevista com Yolanda Reys, especialista colombiana, que discute a formação de leitores

Agora, passo a voz para nossos leitores que, certamente, terão outras ideias e sugestões para continuarmos a conversa.

Obrigada pelo envio de sua pergunta e sucesso!

Um abraço e até já,

Olímpia

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