Saltar para o conteúdo Saltar para o menu Saltar para o rodapé

biblioteca / sobre o Programa

Da oralidade à escrita: premiação promove troca de saberes com os estudantes que venceram a 6ª Olimpíada

Marina Almeida

07 de agosto de 2023

Realizado em parceria com A Casa Tombada, curso on-line promove interação e produção dos vencedores nas categorias Poema, Crônica e Memórias Literárias

Na segunda reportagem desta série, conhecemos a experiência de formação que fez parte da premiação dos alunos vencedores nas categorias Poema, Crônica e Memórias Literárias em 2019, adaptada para o formato on-line por conta da pandemia. Realizado em parceria com A Casa Tombada - Lugar de Arte, Cultura e Educação, o curso “Que coisa incrível é!” abordou a oralidade, a escrita e o livro como objeto de leitura e de arte.

Giuliano Tierno de Siqueira, formador d’A Casa Tombada, explica que foram realizados oito encontros on-line, além de ter sido criado um ambiente virtual de aprendizagem para trocas e produções. “Éramos quatro formadores e utilizamos a conversa como método, trazendo os enunciados e proposições ao longo da troca com os estudantes. Também buscamos aguçar a curiosidade deles e proporcionar o deleite com a linguagem para que eles entrassem nesse lugar de produção de linguagem”, diz.

Abrir de câmeras e histórias

“O grupo de jovens estudantes, de 12 a 15 anos, chegou tímido, desanimado, câmeras fechadas e fazendo comentários restritos no chat. Mas a mediação experiente e afetuosa dos(as) formadores(as) dissipou a apatia. Histórias foram contadas, livros apresentados, vaivém de conversas no grupo de WhatsApp, provocações que encorajavam a escrita e o nome do curso ‘Que coisa incrível é!’ transformou-se em lema, no slogan da turma. Vínculo construído, a escrita, até então guardada, aflorou”, conta Maria Aparecida Laginestra, coordenadora do Programa Escrevendo o Futuro.

Para Giuliano, as câmeras, que começaram fechadas e foram se abrindo ao longo do tempo, são uma boa metáfora do processo de abertura dos próprios estudantes. Foi o que aconteceu com Lavínia Soares Cardoso Bastos, de Alpinópolis (MG), vencedora na categoria Memórias literárias. “Sou tímida, mas aos poucos fomos nos abrindo, falando mais, ligando cada dia um pouco mais a câmera.”

Maria Aparecida lembra das atividades realizadas durante o curso. “A partir do livro Listas fabulosas, da Eva Furnari, surgiram muitas ideias de listas: de palavras que eu gosto de falar, o que eu não quero esquecer daqui a dez anos, brinquedos que ninguém criou. Assim, a escrita seguiu seu curso, vieram os (des)manuais, (des)receitas, histórias fantásticas, contos, cordéis e, finalmente, um livro incrível. No encerramento da formação, adolescentes emocionados desdenharam a despedida e só aceitaram o até breve.”

A formação também apresentou aos alunos diferentes tipos de livros, como livro-álbum, ilustrado ou de design. E os estudantes foram convidados a produzir um livro conceitual, além de terem produzido textos e apresentações orais.

Giuliano conta que ficou surpreso com os artistas trazidos pelos estudantes. “É curioso como eles transitam entre muitas referências, da cultura popular de diversas regiões do Brasil, como cordel, cultura pop, cultura urbana até Harry Potter e Mia Couto.” Essa troca de experiências surpreendeu, inclusive, Giuliano. “Foi inédito para nós trabalhar com essa faixa etária, mas falávamos de igual para igual. Foi realmente um intercâmbio de saberes e geracional”.

Escrita com liberdade

Já os jovens se encantaram com a liberdade das propostas. “O que mais me chamou atenção foi a não obrigatoriedade das tarefas e até mesmo de nos expor. Ficamos muito livres, muito à vontade, o que fez com que aquele momento do curso fosse tão esperado a cada semana”, diz Lavínia.

Nicole Rodrigues Florentino, de Belo Horizonte (MG), vencedora na categoria Poema, conta que também se surpreendeu. “Diferente do que eu imaginava, não foi chato e nem cansativo. A maneira como eles conduzem o curso é muito divertida. Depois que você termina um encontro, fica ansioso, com vontade de ter outro o mais rápido possível. Com eles eu aprendi que não tem regra para escrever e consegui fazer da minha escrita algo um pouco mais livre.”

Eles nos fizeram enxergar a escrita com outros olhos. Apesar desse novo formato on-line, eu consegui debater com meus colegas, fiz novas amizades e o trabalho em equipe foi muito importante”, conta Davi Henrique Teófilo de Azevedo Lima, de Bom Jesus (RN), também vencedor na categoria Poema. Ele ainda comenta o formato remoto: “sinto falta do calor humano, mas num momento tão difícil como esse que estamos vivendo, conseguimos nos animar mesmo que em casa, em um curso online.” Nicole conta que teve alguns problemas de conexão, mas também viu vantagens no formato: “Não importava onde eu estivesse, bastava ter internet que podia participar do curso, mesmo não estando em casa”.

Acompanhe as novidades

Imagem de capa de Poemas de Luiz Gama
textos literários

Poemas de Luiz Gama

Leia três poemas do escritor que introduziu a voz negra na literatura brasileira

poema, texto literário, Luiz Gama, poesia

Imagem de capa de Campanha: atualize seus dados de raça/cor no cadastro do Portal
sobre o Programa

Campanha: atualize seus dados de raça/cor no cadastro do Portal

Veja como atualizar suas informações e saiba mais sobre o processo de autodeclaração

Imagem de capa de Consciência Negra: o compromisso cotidiano do fazer docente para o enfrentamento ao racismo
especiais

Consciência Negra: o compromisso cotidiano do fazer docente para o enfrentamento ao racismo

Confira o especial com artigos planos de aula, entrevistas e textos literários para as suas aulas

educação antirracista, planejamento docente, literatura, literatura negra, educação para as relações étnico-raciais

Imagem de capa de Na Ponta do Lápis: revista chega ao número 40 com edição especial sobre culturas indígenas
sobre o Programa

Na Ponta do Lápis: revista chega ao número 40 com edição especial sobre culturas indígenas

Confira os conteúdos sobre línguas e literaturas indígenas de autoras(es) de diversas etnias do país

literatura indígena, formação docente, revista NPL, línguas indígenas, educação para as relações étnico-raciais

Comentários


Ninguém comentou ainda, seja o primeiro!

Ver mais comentários

Deixe uma resposta

Olá, visitante. Para fazer comentários e respondê-los você precisa estar autenticado.

Clique aqui para se identificar
inicio do rodapé
Fale conosco Acompanhe nas redes

Acompanhe nas redes

Parceiros

Coordenação técnica

Iniciativa

Parceiros

Coordenação técnica

Iniciativa


Objeto Rodapé

Programa Escrevendo o Futuro
Cenpec - Rua Artur de Azevedo, 289, Cerqueira César, São Paulo/SP, CEP 05.404-010.
Telefone: (11) 2132-9000

Termos de uso e política de privacidade
Objeto Rodapé

Programa Escrevendo o Futuro
Cenpec - Rua Artur de Azevedo, 289, Cerqueira César, São Paulo/SP, CEP 05.404-010.
Telefone: (11) 2132-9000