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Sou professora e continuo aprendendo

Escrevendo o Futuro

07 de agosto de 2023

 

O relato de uma educadora mineira, que participou da Olimpíada pela primeira vez sem muito entusiasmo. Aos poucos foi se encantando e descobrindo o programa, aprendendo e conhecendo cada vez mais com os cursos que participou e com os próprios alunos. Diz que a Olimpíada e sua metodologia já estão incorporadas ao seu trabalho. Tanto que seus alunos já ganharam outros concursos nacionais de produção de texto.

 

 

Elizete Vilela de Faria

Durante meu curso de graduação costumava idealizar minha sala de aula. O emprego do possessivo na oração anterior ilustra bem o tamanho da minha expectativa. Não imaginava "uma sala" e sim a minha sala, com meus alunos, meus planos de aula, minhas crenças... Achava que este conjunto de fatores seria suficiente para fazer de mim uma professora. Ledo engano! E não precisei ter a minha própria sala para perceber isso. Ao cumprir o estágio supervisionado descobri que a tarefa de ensinar seria bem mais difícil que imaginava. Bastaram alguns dias de estágio para eu constatar que os quatro anos de faculdade não me prepararam para ser professora. O que havia idealizado estava muito longe da realidade que encontrei. E confesso que pensei em desistir.

 

Mas a vida costuma nos reservar algumas surpresas e justamente naquela ocasião saiu o resultado de um concurso que havia prestado para lecionar na Rede Municipal de Ensino. Era "pegar" ou "largar". Peguei (e não larguei mais!). Assim, concluí o curso em dezembro e em fevereiro do ano seguinte comecei a lecionar. Na minha bagagem muito medo e nenhuma experiência. Porém, muita vontade de fazer com que desse certo.

 

O primeiro passo foi perceber que os alunos são os protagonistas e agentes do processo de aprendizagem. Dessa forma, o "eu" teve que dar lugar ao “nós". Nossa sala, nossas atividades, nossos projetos, nossas coleções... O segundo, e não menos importante, foi conscientizar-me de que na relação ensino-aprendizagem o maior aprendiz é o professor. O que nos faz professores não são os conhecimentos que temos ou as teorias que dominamos e sim nossa disposição para aprender: aprender a enxergar as necessidades da turma, aprender a descobrir o melhor jeito de ministrar um conteúdo, aprender a respeitar as diferenças, aprender a motivar, aprender a buscar ajuda,  aprender a trocar experiência e a aproveitar as oportunidades que chegam até nós.

 

Ao longo desses anos de profissão procurei participar de cursos de formação e de projetos que pudessem contribuir para melhorar minha prática docente e encontrei no Cenpec uma grande parceria. A primeira vez que participei da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro não tive acesso ao material completo e apenas fiz a proposta de produção de texto. Naquela época não consegui ver nada de diferente no projeto e o encarei como um concurso qualquer de redação. Mas, como havia me cadastrado no site, comecei a receber a revista Na Ponta do Lápis e a ler as matérias e reportagens publicadas. Na edição seguinte, procurei na biblioteca da escola os cadernos das oficinas e analisei o material. Achei muito interessante a proposta e programei-me para realizar passo a passo cada uma das oficinas. Surpreendi-me com o resultado do trabalho e percebi uma melhora significativa na produção textual de minhas turmas. Até a oralidade melhorou, pois ao longo do processo ela também é muito trabalhada. Não passamos da fase municipal, mas me senti muito recompensada com o resultado obtido junto aos meus alunos.

 

Em 2012, eu e meu aluno Bruno fomos medalhistas na categoria memorias e pudemos conhecer de perto a seriedade deste projeto. Vivemos na oficina regional uma das experiências mais marcantes de nossas vidas. E isso aumentou ainda mais em mim o desejo de trabalhar cada vez mais para que meus alunos pudessem ser cada vez melhores. O objetivo não era formar medalhistas e sim estudantes capazes de expressarem suas ideias de forma coerente e consistente por meio de textos orais ou escritos. A exemplo da proposta apresentada nos cadernos da Olimpíada, passei a elaborar sequencias didáticas que procuram articular o ensino da escrita, leitura, oralidade e conhecimentos linguísticos com a programação curricular da disciplina que leciono.

 

Na ocasião descobri também o Portal Escrevendo o Futuro e percebi a dimensão desse projeto. Fiquei impressionada com a diversidade de material que é colocado à disposição do professor e com a qualidade do que é oferecido. Foi amor à primeira vista, melhor dizendo, ao primeiro clique. Sinto-me como se estivesse em uma extensão das salas dos professores e fico bastante à vontade. Por diversas vezes espelho-me em experiências contadas por colegas de diversas partes do Brasil, aprendo muito com as pessoas entrevistadas e recebo muitas indicações de leituras e vídeos. E isso reflete em minhas aulas. Encontro ali uma parceria com a qual posso contar sempre. Fiz dois dos cursos virtuais oferecidos pelo Portal e atualmente sou mediadora de um deles.

 


Sei que ainda tenho muito que aprender, mas posso afirmar que hoje me sinto realizada como professora.  Ao contrário de minha impressão inicial, não fiquei quatro anos no curso errado. Não me imagino fazendo outra coisa e sinto-me recompensada por cada avanço que percebo em meus alunos.

 

Neste ano não conseguimos chegar à fase estadual da Olimpíada, mas isso não quer dizer que o desenvolvimento das oficinas não foi válido. Assim como nas edições anteriores, os alunos melhoraram a produção textual e aumentaram a autonomia e criticidade em relação aos textos por eles produzidos. Além disso, ficamos em primeiro lugar em dois concursos nacionais de redação- da ABRACOPEL e da CGU- e ainda conseguimos a segunda colocação em um concurso local de slogans. Portanto, quando me perguntam se não estamos entre os ganhadores da Olimpíada deste ano respondo sem nenhuma dúvida: é claro que estamos! Desde a primeira oficina, todos nós saímos ganhando!  Acredito que a contribuição para a melhoria de nossas aulas seja o maior prêmio que a Olimpíada tem a nos oferecer. E apropriar-se dele depende apenas de cada um de nós.

 

Elizete Vilela de Faria é professora de língua portuguesa da rede municipal de Divinópolis (MG) e mediadora de cursos virtuais da Olimpíada. Em 2014, ela fez parte da Comissão Julgadora de Textos do Estado de Minas Gerais para a 4ª. edição da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro.

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