Lendo mulheres: a literatura de autoria feminina nas salas de aula
ensino de literatura, formação leitora, literaturas e identidades, literatura de autoria feminina
Chega a sua 14º edição a Festa Literária Internacional de Paraty, popularmente conhecida como FLIP. A Festa ocorre anualmente na cidade de Paraty, às margens do rio Perequê-Açu e, desde sua primeira edição, em 2003, preocupa-se em organizar palestras, discussões e oficinas, sempre possuindo como foco a literatura. Somando-se a tudo isso, a organização do evento traz ainda atividades ligadas ao público mais novo – a Flipinha, para as crianças, e a Flipzona, para os jovens.
A Festa acontecerá entre os dias 29 de junho e 03 de julho e os ingressos podem ser adquiridos antecipadamente em postos de vendas específicos até o dia 28 de junho. A partir do dia 30, os ingressos só poderão ser adquiridos na bilheteria oficial do evento. A transmissão ainda poderá ser visualizada gratuitamente a partir dos telões disponibilizados pela organização, na cidade de Paraty.
O evento homenageia, a cada ano, uma figura literária nacional - Clarice Lispector, Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade são alguns dos autores que já passaram pela feira. Este ano a homenageada será a poeta Ana Cristina César. A escritora, junto de autores como Chacal, Waly Salomão e Francisco Alvim, fez parte de um círculo de poetas que compuseram o movimento chamado Poesia Marginal. Por terem como ponto de partida o abandono aos meios tradicionais de circulação de livros – como editoras e publicações periódicas – e devido à coerção e a censura militar, esse grupo de intelectuais buscava maneiras alternativas de publicação, tendo como ferramenta principal o mimeógrafo, o que levou o grupo a também ser conhecido como Geração Mimeógrafo.
Certos traços são visíveis em grande parte dos autores desse grupo: a influência da contracultura, do universo pop e do tropicalismo; a poesia vinculada ao coloquialismo; a busca da relação entre arte poética e musicalidade, etc. Essas caracteríscas permeam a obra de Ana Cristina César, misturando-se com traços intimistas e fragmentos do cotidiano, desenvolvendo uma poesia independente, com tons confessionais e desatada às amarras estéticas e temáticas.
Ana Cristina Cruz Cesar (Rio de Janeiro RJ 1952 - idem 1983). Poeta, ensaísta, tradutora. Filha de Maria Luiza César e do sociólogo e jornalista Waldo Aranha Lenz César, um dos responsáveis, com o editor Ênio Silveira (1925-1996), pela fundação da editora ecumênica Paz e Terra. Aos sete anos, Ana Cristina tem seus primeiros poemas publicados no jornal Tribuna da Imprensa. Entre 1969 e 1970, interrompe o curso clássico no Colégio de Aplicação da Faculdade Nacional de Filosofia, para estudar inglês no Richmond School for Girls, em Londres, pelo programa de intercâmbio da juventude cristã. Ingressa, em 1971, na Faculdade de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ). Desde a vida universitária, participa ativamente da cena cultural carioca e do movimento da poesia marginal, convivendo com poetas como Cacaso (1944-1987) e intelectuais como Heloísa Buarque de Hollanda (1939). Ainda em 1971, inicia a atuação como professora, em escolas de 2º grau e de idiomas. Após a conclusão da graduação, em 1975, colabora para publicações como Opinião, Jornal do Brasil, Folha de S.Paulo, com destaque para Beijo, importante periódico de cultura, com sete números impressos, cujo processo acompanha desde sua criação. Em 1979 lança, de forma independente, o primeiro livro de poesia, Cenas de Abril. Seguem-se Correspondência Completa, uma carta ficcional, e Luvas de Pelica, publicado em 1980. Dessa mesma época datam as primeiras traduções, atividade que se torna objeto de estudo na pós-graduação: em 1981, torna-se mestre em teoria e prática da tradução literária pela Universidade de Essex, Inglaterra. De volta ao Brasil, é contratada como analista de textos pela Rede Globo de Televisão e lança, em 1982, A Teus Pés - reunião de títulos publicados até então e ainda o inédito que nomeia o volume. Aos 31 anos, em 1983, comete suicídio. Após sua morte, o poeta e amigo Armando Freitas Filho (1940) organiza sua obra e promove o lançamento dos livros Inéditos e Dispersos, em 1985, Escritos da Inglaterra, 1988, e Escritos no Rio, 1993.
Fonte: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa2866/ana-cristina-cesar
Leitura do poema “Samba-canção”
Viviana Bosi, professora da USP, fala sobre a poesia de Ana Cristina César
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