Cara professora Silvania,

Que satisfação saber que você está conosco há tanto tempo, integrando esse time de professores que participam da Olimpíada e acreditam no estudo das sequências didáticas para o ensino de gêneros do discurso!

Conheço bem o desafio de trabalhar com “alunos ativos” do 5º ano e por isso pensei em algumas dicas, que poderão ajudá-la a seguir em frente. Vamos lá?

Bem, para começar, entendo ser essencial retomarmos a proposta, anunciada no Caderno Virtual “Poetas da escola”, de investigação dos saberes dos alunos sobre poemas. Isso porque, muitas vezes, as dificuldades na compreensão das oficinas se relacionam ao desconhecimento da turma sobre o gênero ou sobre a condição plural de se fazer poesia. Explico melhor: em uma roda de conversa, para levantamento dos conhecimentos prévios, é importante que o professor possa provocar a discussão sobre poemas e poetas conhecidos, assim como gêneros da tradição oral que convidam para a brincadeira com as palavras, ritmos e rimas, tais como parlendas, trava-línguas e cantigas de roda. Esse exercício tende a ajudar os alunos a fazerem relações entre os gêneros: se têm rimas, se são recitados ou cantados, quais os objetivos e as situações de produção de cada um deles.

Com essa conversa, vocês poderão fazer a leitura de alguns poemas, trazidos por você e pelos alunos (após consulta a familiares e comunidade), acompanhada da proposta de um levantamento de nomes de poetas locais, a fim de promover uma visita na escola. É ainda interessante envolvê-los na ideia de um mural de poemas, com a exposição de todos os textos que foram lidos, lembrados e registrados por escrito.

Talvez você já tenha feito tudo isso, mas penso que os frutos desse trabalho devam ser discutidos e sempre retomados, ao longo das oficinas, de forma que a turma possa recorrer ao conhecido para avançar.

Pensando agora nas dificuldades voltadas à produção escrita de poemas, acredito que três dicas sejam essenciais: a primeira é a sua análise cuidadosa da produção inicial, de forma a obter dados precisos sobre o que eles sabem e ainda não sabem. Assim, você terá informações claras visando aos maiores enfoques, em relação ao trabalho com características específicas de poemas, no decorrer das oficinas. Isso significa que algumas delas deverão envolver mais tempo de trabalho, assim como um número maior de textos e de atividades para a reflexão.

Jogo virtual “Arquipélago poético”

A segunda dica refere-se à sistematização das vivências em cada oficina, a fim de favorecer o maior acompanhamento dos alunos. Em outras palavras, sugiro que você coloque um cartaz na parede de sua sala de aula, com o título “Características de poemas”, e vá preenchendo-o com a turma, a cada elemento do gênero destacado nas diferentes oficinas. Assim, eles contarão com a possibilidade de acompanhar cada passo, voltando à lista de características não apenas ao longo da sequência didática, mas também nos momentos de produção dos textos coletivo e individual, além das propostas de reescrita. Desse modo, mesmo que a atenção dos alunos tenha “escapado” durante as atividades, será no momento de sistematização, quando perguntarmos “o que aprendemos sobre poemas nessa(s) última(s) aula(s)?”, que eles terão chances de “retomar o foco”.

Por fim, a terceira dica: conte também com a preciosa ajuda do jogo virtual “Arquipélago poético”, que anda encantando nossos nativos digitais!

Obrigada pelo envio da sua pergunta. Desde agora, estou na torcida pelo seu sucesso!

Um abraço e até já,

Olímpia