Lendo mulheres: a literatura de autoria feminina nas salas de aula
literaturas e identidades, formação leitora, ensino de literatura, literatura de autoria feminina
O jogo da escrita
"Se bem me lembro", minhas emoções com a Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro começaram em 2008 com as palavras das memórias do lugar onde vivo, em Taguatinga, no Distrito Federal. Os anos passaram, emocionei-me com crônicas que invadiram meu mundo em 2012, já que "O escritor faz a ocasião" do cotidiano da cidade e fazem de um cronista, um semifinalista.
Depois de ter participado de quatro edições da Olimpíada, ainda havia espaço para mais emoções que "Os pontos de vista" trariam em 2014 nos artigos de opinião. Confesso que tive receio, afinal tinha participado em edições anteriores com os gêneros Memórias literárias e Crônicas, mas não com Artigo de opinião. Seria difícil? A arte de planejar e, com certeza, as experiências anteriores ajudaram-me nesse momento, além da leitura atenta do Caderno do Professor, de textos de finalistas, e da publicação "O que nos dizem os textos dos alunos".
Muitas dúvidas, mas para mergulhar nesse percurso, pensei em um tabuleiro de um jogo, com um caminho a ser percorrido. Conseguem visualizar? O professor joga os dados e os alunos são os pinos coloridos que percorrem um caminho até a escrita final. Usando esta metáfora, trilho a sequência didática que segui para chegar até aqui.
Na largada, lancei os dados. O vídeo da semifinal de Artigo de opinião de 2012 foi o pontapé inicial do trabalho em sala de aula. A música me emocionou e voltaram lembranças de anos anteriores. Os alunos se envolveram com o debate apresentado no vídeo. Todos os pinos saíram do tabuleiro, empolgados e acreditando na proposta da Olimpíada.
Cada casa do tabuleiro é uma oficina do Caderno do Professor. Percorremos a notícia "Menino de 9 anos é internado após agressão na escola". Esse texto provocou muita discussão em sala de aula. Andamos mais um pouco; levei para a classe jornais com notícias diversas e artigos de opinião publicados no DF. Formamos grupos, discutimos os assuntos abordados, lemos textos de apoio.
Uma parada interessante foi a escolha de dois temas para debates em cada sala. Discussões, argumentos favoráveis e contrários, opiniões, brigas. Acredito que foram as melhores aulas das oficinas, e ainda hoje me perguntam "Quando vai ter debate novamente?". Valeu a pena.
A partir dos debates, os alunos escreveram o primeiro artigo de opinião. Sabia que o trabalho seria árduo para levar todos juntos até a escrita final. Agora o caminho precisa ser mais detalhado e os dados jogados devagar para todos acompanharem. Veio o estudo das características do gênero: argumentos, vozes, elementos articuladores.
Vocês podem pensar que tudo foi fácil? Que nada! Tudo muito trabalhoso! Relutância de alguns alunos, cansaço da professora. Ufa! Como é difícil explicar que para escrever, temos que conhecer a situação de produção, ler textos, analisar o gênero para aprendê-lo.
A oficina da pesquisa para a escrita (alimentação temática) teve a contribuição do professor de Geografia. Escolhemos questões polêmicas sobre problemas urbanos do DF. Coletamos muitos temas que poderiam ser abordados, como crescimento habitacional, desigualdade social, mobilidade urbana.
Fizemos um retrato do lugar onde vivemos. Os alunos formaram grupos e apresentaram slides para socialização dos resultados e discussões.
Mas sobre qual questão polêmica escrever? O jogo traça trilhas, e agora? Muitas dúvidas entre os alunos, mas, ainda assim fizeram o artigo de opinião! A correção foi complicada, pois muitos textos não se adequavam completamente ao gênero; eram dissertativos. A revisão foi sofrida, dolorosa. Tive que anotar as principais características no quadro, fazer bilhetes orientadores, pedir para refazer. Agora vejo um dos maiores benefícios da Olimpíada: o processo de aprimoramento, admitir que o texto não está pronto, precisa ser reorganizado, reescrito.
Com tudo isso, alguns textos foram escolhidos para a comissão escolar e um pino do nosso jogo imaginário chegou à semifinal.
Sei que o jogo da escrita apresenta dificuldades e desafios a serem vencidos, mas por que participar mais uma vez? Porque acredito na escrita como formadora de cidadãos conscientes, acredito nas lágrimas dos semifinalistas de conseguirem mostrar sua opinião para o Brasil e compor vozes que escrevem o futuro.
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