Uma festa para os livros e para a leitura
literatura, formação leitora, livros, feiras literárias
Às margens de um Igarapé em Manaus (AM), a comunidade Sovaco de Cobra foi tema do poema do aluno Ângelo Raphael Albuquerque Ferreira, um dos vencedores da Olimpíada de Língua Portuguesa na edição de 2016. Transformada em livro digital pelo projeto Leia para uma Criança, o poema “Sovaco da Cobra” ganhou animações, efeitos sonoros e pode chegar às mãos de leitores de todo o país.
“Quem olha assim logo pensa
Que é só mais uma invasão,
Mas pra mim é um lugar
De muita muita diversão.”
Os versos do menino vão nos revelando a vida de uma criança feliz, que brinca pelas ruas do bairro, ainda que não possa se banhar no igarapé cheio de lixo. Com a ajuda do avô, ele descobre a história das primeiras famílias que foram morar ali e do igarapé de águas cristalinas de então.
“Meu avô Geó contou
Que em 90 aqui chegou.
Havia um igarapé
De águas cristalinas
Onde brincavam homens,
Mulheres, meninos
E meninas.”
Crônica
“A flor que chegou primeiro”, também transformado em livro digital, é a crônica da aluna Mayara de Aleluia Pereira, uma das vencedoras da categoria na edição 2016. Em seu texto, ela nos leva até o boteco da comunidade de Caraíba (Vianopólis – GO), o ponto de encontro dos fins de semana, onde se fica sabendo de tudo que acontece.
Ali, em frente à estação de trem, acompanhamos a discussão dos moradores sobre a origem do nome Caraíba. Surgem diversas versões, até que um velho senhor se põe a falar – assim como no poema de Ângelo, nesta crônica, é ouvindo os mais velhos que a menina consegue compreender melhor o lugar onde vive:
“– Há muito tempo, aqui parecia um jardim encantado, com jatobás, ipês, pequizeiros e caraíbas. Era a mais bela paisagem. Até que um dia foram construídas a estação ferroviária e a linha de ferro, em 1923. Todos que passavam por aqui se maravilhavam. Mas como era possível falar de um lugar sem nome? Uma exibida caraíba, que florescia todos os anos ao lado da estação, havia encantado o maquinista. Então, numa conversa entre ferroviários, ele disse “aqui poderia se chamar Caraíba”. E, dessa forma, foi registrado o nome –, disse o homem com lágrimas nos olhos.”
Os textos foram adaptados pelo escritor Jessé Andarilho e são os primeiros títulos assinados por crianças a integrar a coleção do Leia para uma Criança. Por meio deles, é possível conhecer mais do cotidiano dos alunos brasileiros e se aproximar de sua visão de mundo, além de ser um grande incentivo aos pequenos leitores e escritores de todo o país.
O projeto Leia para uma Criança é uma das iniciativas voltadas à educação promovidas pelo Itaú. As diferentes histórias da série Kidsbook são assinadas por autores renomados, como Conceição Evaristo, Fernando Veríssimo, Zeca Baleiro, entre outros. A coleção conta agora com 15 títulos e todos estão disponíveis gratuitamente para leitura interativa. Clique na imagem abaixo para acessar a página:
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BNCC, ensino e aprendizagem de língua portuguesa, multissemiose, práticas de linguagem contemporâneas, multimodalidade, letramentos
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