Saltar para o conteúdo Saltar para o menu Saltar para o rodapé

sua aula / planos de aula

Linguagem inclusiva: uma face do processo de variação da língua

Marcos Paulo Santos

04 de maio de 2022

Tema

O estudo dos processos de variação linguística e a construção de uma língua inclusiva para a sociedade atual.

Público-alvo

Estudantes da 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio.

Nº de aulas

10 a 13 aulas.

Tema

O estudo dos processos de variação linguística e a construção de uma língua inclusiva para a sociedade atual.

Público-alvo

Estudantes da 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio.

Nº de aulas

10 a 13 aulas.
Habilidade E Competências (BNCC)

Competência Específica nº 2

Compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitando as diversidades e a pluralidade de ideias e posições, e atuar socialmente com base em princípios e valores assentados na democracia, na igualdade e nos Direitos Humanos, exercitando o autoconhecimento, a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, e combatendo preconceitos de qualquer natureza.


Habilidades:

EM13LP20 Compartilhar gostos, interesses, práticas culturais, temas/problemas/questões que despertam maior interesse ou preocupação, respeitando e valorizando diferenças, como forma de identificar afinidades e interesses comuns, como também de organizar e/ou participar de grupos, clubes, oficinas e afins. EM13LP42 Acompanhar, analisar e discutir a cobertura da mídia diante de acontecimentos e questões de relevância social, local e global, comparando diferentes enfoques e perspectivas, por meio do uso de ferramentas de curadoria (como agregadores de conteúdo) e da consulta a serviços e fontes de checagem e curadoria de informação, de forma a aprofundar o entendimento sobre um determinado fato ou questão, identificar o enfoque preponderante da mídia e manter-se implicado, de forma crítica, com os fatos e as questões que afetam a coletividade. EM13LP01 Relacionar o texto, tanto na produção como na leitura/escuta, com suas condições de produção e seu contexto sócio-histórico de circulação (leitor/audiência previstos, objetivos, pontos de vista e perspectivas, papel social do autor, época, gênero do discurso etc.), de forma a ampliar as possibilidades de construção de sentidos e de análise crítica e produzir textos adequados a diferentes situações.

Competência Específica nº 3

 

Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais) para exercer, com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem o outro e promovam os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável, em âmbito local, regional e global.


Habilidades:

EM13LP20 Compartilhar gostos, interesses, práticas culturais, temas/problemas/questões que despertam maior interesse ou preocupação, respeitando e valorizando diferenças, como forma de identificar afinidades e interesses comuns, como também de organizar e/ou participar de grupos, clubes, oficinas e afins.
 

Competência Eespecífica nº 4

Compreender as línguas como fenômeno (geopolítico, histórico, cultural, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo suas variedades e vivenciando-as como formas de expressões identitárias, pessoais e coletivas, bem como agindo no enfrentamento de preconceitos de qualquer natureza.


Habilidades:

EM13LP10 Analisar o fenômeno da variação linguística, em seus diferentes níveis (variações fonético-fonológica, lexical, sintática, semântica e estilístico-pragmática) e em suas diferentes dimensões (regional, histórica, social, situacional, ocupacional, etária etc.), de forma a ampliar a compreensão sobre a natureza viva e dinâmica da língua e sobre o fenômeno da constituição de variedades linguísticas de prestígio e estigmatizadas, e a fundamentar o respeito às variedades linguísticas e o combate a preconceitos linguísticos. EM13LP09 Comparar o tratamento dado pela gramática tradicional e pelas gramáticas de uso contemporâneas em relação a diferentes tópicos gramaticais, de forma a perceber as diferenças de abordagem e o fenômeno da variação linguística e analisar motivações que levam ao predomínio do ensino da norma-padrão na escola.
 

Objetivos Gerais

Objetivos Gerais

  • Apresentar, ou retomar, aos alunos e alunas as noções relativas à variação linguística, em seus diversos níveis de ocorrência.

  • Introduzir a noção de uso da língua como uma ferramenta de poder que pode ser usada como instrumento de empoderamento dos sujeitos, por exemplo, as mulheres.

  • Possibilitar a reflexão sobre movimentos atuais de mudança e de variação da língua presentes nas mídias, sobretudo no meio digital, e reconhecer os conflitos ideológicos existentes nesses processos, sobretudo nas propostas de uma linguagem inclusiva.
ETAPA 1 - A língua em movimento: processos de variação no uso da língua (2 aulas)

Objetivos

  • Refletir sobre a variação linguística.

  • Identificar e comparar fenômenos reais de variação da língua portuguesa em uso.

Atividades

Apresente brevemente o que é a variação linguística e a noção de “níveis de variação” (lexical, fonético, morfológico, etc.). Reproduza o vídeo Variações Linguísticas Regionais que traz um compilado de comentários sobre a variação linguística diatópica, com exemplos de variação lexical, fonética, morfológica, etc.

Peça aos alunos e alunas para identificarem quais níveis de variação linguística eles(as) reconhecem no vídeo e seus respectivos exemplos. É esperado que a turma consiga identificar uma grande quantidade de elementos de variação lexical, que é mais comum no uso da língua em diferentes localidades, contudo é importante que a turma seja levada a considerar também os exemplos de variação fonética, como os sotaques regionais, além de variações morfossintáticas, como a alteração do pronome de tratamento “vossa mercê” para “você”, e formas mais reduzidas, “ocê” e “cê”. O objetivo é que consigam compreender a língua como fenômeno social em constante variação.

Divida a turma em 5 grupos, eles receberão o nome de uma das cinco regiões brasileiras (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul). Cada grupo deverá pesquisar ou discutir entre si fenômenos de variação linguística presentes em cada uma das regiões. Nesta etapa é importante que estimule a pesquisa em sites confiáveis sobre o assunto.

É importante ter previamente alguns exemplos para auxiliar os grupos que possam ter dificuldades na pesquisa, o site do projeto ALiB – Atlas Linguístico do Brasil (Projeto ALiB) contém publicações que podem ser uma fonte interessante de dados de variação, em especial esta publicação de catalogação de variados artigos.

Os resultados deverão ser apresentados para os demais, pode-se elaborar a apresentação em formato de slides, cartazes, pequenas cartilhas, etc.

ETAPA 2 - Língua e poder: pode a língua excluir as pessoas? (1 ou 2 aulas)

Objetivos

  • Refletir e compreender a língua como um instrumento de poder social.

  • Identificar processos de preconceito linguístico e compreendê-lo como um fenômeno social de marginalização.

Atividades

Organize a sala de aula em formato de círculo.

Proponha a leitura do texto Português brasileiro tem nota menor e rede discriminação em escolas e universidades em Portugal. Adapte o texto se julgar necessário.

Instigue os alunos e alunas a refletirem se já sofreram algum tipo de preconceito linguístico, se vivenciaram ou presenciaram alguma situação em que a forma de falar de uma pessoa foi motivo de piada ou de preconceito. Importante que a turma reflita sobre o que é esse tipo de preconceito. Retome os exemplos do texto lido e apresente outras formas desse tipo de exclusão pela língua, se necessário. Uma excelente fonte de referências é o livro Preconceito Linguístico o que é, como se faz”, do linguista Marcos Bagno; também a linguista Marta Scherre aborda a temática em entrevista publicada pela UFF.

Peça aos alunos e alunas que elaborem, ainda que hipoteticamente, como eles(as) imaginam que a língua possa ser usada como instrumento de poder, para incluir e não segregar as pessoas. Incentive que haja uma troca de ideias entre a turma.

É importante que os alunos e alunas sejam levados(as) a compreender o preconceito linguístico como uma forma de poder que algumas pessoas exercem sobre outras. Aqui, a ideia de que a língua é um instrumento que pode segregar é relevante, mas também é imprescindível que eles e elas a entendam igualmente, como uma ferramenta usada para incluir, gerar identificação e representatividade entre os indivíduos falantes.

ETAPA 3 - A mulher na sociedade, a mulher na língua! (1 ou 2 aulas)

Objetivos

  • Discutir sobre o papel da mulher na sociedade contemporânea.

  • Compreender e refletir sobre como as mudanças do papel social das mulheres podem estar refletidas no uso da língua.

Atividades

Organize a turma em um círculo. Exiba o vídeo “Mulheres Fantásticas” de Wangari Maathai” - o vídeo faz parte de uma série de pequenas animações sobre a história de grandes mulheres produzida pela Rede Globo, há diversos disponíveis no YouTube, escolha outro se achar necessário.

A partir da história relatada no vídeo, peça que a turma reflita sobre o lugar da mulher na sociedade, instigue a pensarem e compartilharem sobre quais são as mudanças que ocorreram desde o século XX no papel das mulheres em nossa sociedade e no mundo. É relevante que eles troquem informações sobre as mudanças em todas esferas sociais (trabalho, política, artística, cotidiana, etc.). A atividade pode ser realizada com a turma em círculo, para uma roda de conversa em que todos(as) sejam estimulados(as) a trocar ideias e participar.

Proponha à turma agora uma questão: “As mudanças sociais da mulher podem mudar a forma como a língua é usada?” Espera-se que a turma justifique e explique suas respostas.

Fundamental ter em mente que a resposta para essa pergunta é positiva, a mudança das dinâmicas políticas, por exemplo, passou a exigir novas nomenclaturas para cargos políticos, novos nomes para profissões, entre outros contextos de uso. O texto a seguir proposto como leitura serve como ilustração concreta desse processo de mudança da língua em decorrência das mudanças da estrutura política.

Realize a leitura do texto “Falar “presidenta” é tão correto quanto “presidente” - CartaCapital”. Após a leitura, contextualize a “polêmica” presente no texto, considere que muitos alunos e alunas possam desconhecer o debate gerado em torno da escolha da palavra “presidenta” pela então presidenta Dilma Rousseff em 2011.

Peça que os alunas e as alunas reflitam e apresentem outros exemplos de usos da língua que passaram por mudanças devido às transformações do papel social das mulheres. A atividade pode ser realizada com a turma em círculo, para uma roda de conversa em que os alunos e alunas sejam estimulados/as a trocar ideias e participar. Para guiar as discussões, proponha perguntas como:

ETAPA 4 - Língua(gem) inclusiva: o que é e como se faz? (2 a 3 aulas)

Destaca-se como é importante ter em mente o que é o conceito de linguagem ou língua inclusiva, já que esse é um assunto muito recente e pouco debatido, mesmo entre as(os) profissionais da língua (linguistas, professoras/es) de língua, etc.). Por isso, sugerimos abaixo, alguns materiais de estudo que podem ser úteis para a preparação do conteúdo dessas aulas.


Objetivos

  • Compreender a linguagem (ou língua) inclusiva como um processo de variação da língua em uso e como um fenômeno recente.

  • Identificar e comparar os processos envolvidos na proposta de uma linguagem inclusiva e refletir sobre como e onde eles têm sido usados.

Atividades

Peça que os alunos e alunas se dividam em pequenos grupos, 3 ou 4 integrantes.

Apresente à turma a ideia geral do que é a linguagem inclusiva. Destaque de modo geral os objetivos da proposta (uma maior marcação da figura das mulheres, quando necessário, no uso da língua, ou até a neutralização de gênero). Destaque como esse assunto é amplo e complexo, com diferentes vertentes, e como muitos debates sociais têm ocorrido recentemente, sobretudo a nível político.

Cada grupo deverá pesquisar a respeito do que é a linguagem inclusiva (a atividade pode ser feita na sala de informática da escola ou, se não houver disponibilidade ou possibilidade de uso dessa sala, a pesquisa poderá ser realizada em casa). Peça que os alunos e alunas registrem suas pesquisas no caderno, identificando a fonte das informações, sites, autores, etc., e os principais pontos encontrados sobre o tema. Destaque que o registro é essencial, pois ele será usado posteriormente. Pode-se apresentar algumas perguntas para guiar as pesquisas dos grupos:

  • O que é a linguagem inclusiva de gênero?

  • Quais os objetivos propostos para o uso dessa forma de linguagem?

  • O que são os “pronomes neutros”?

    • Não há uma lista exata de pronomes considerados neutros, há apenas usos sendo feitos, sobretudo na internet, que tentam expressar uma marcação neutra de gênero gramatical, como os pronomes “tode(es)”, “elu”, “delu”, etc., ou até marcas em substantivos ou adjetivos, como “amigues”, “menine”, “bonite”, etc. É importante ter em mente que esse é um assunto em discussão e em construção, como veremos na etapa 5, não há qualquer prescrição normativa desses usos, apenas se propõe levar para a sala de aula uma reflexão crescente na sociedade.
  • Como os símbolos “x” e “@” são empregados na internet como forma de linguagem inclusiva?

    • Assim como as marcas de gênero gramatical neutro, há pessoas, em geral nos textos escritos na internet, que fazem uso de símbolos, “x” e “@”, em substituição aos morfemas de gênero de algumas palavras de referência a seres humanos, como: “alunxs”, “menin@s”, etc.

  • Quais os argumentos e ideias daqueles que defendem o tema?

  • Quais os argumentos e ideias daqueles que são contrários ao tema?

    • Destaca-se aqui como o tema pode ser “polêmico”, e as pesquisas trazerem ideias muito conflitantes, como a defesa do uso ou a colocação das propostas como incompatíveis com a língua e até mesmo com o ambiente escolar (sobretudo ao se falar em pronomes “neutros”, ou gênero gramatical “neutro”). Nesse sentido, professor(a), é essencial o seu papel como mediador desses conflitos de ideias junto aos grupos e na proposta de atividade a seguir.

Após as pesquisas, divida os grupos em dois conjuntos e proponha um debate entre elas(es). Um conjunto deverá “defender” as propostas nas ideias da linguagem inclusiva, o outro conjunto se posicionará contrário ao processo de variação. Destaque a importância da defesa das ideias de modo fundamentado, com bons argumentos.

Finalizadas as trocas do debate, destaque como o tema é recente e gera na sociedade as discussões ali presentes.

Por fim, sugere-se que seja apresentado à turma o Manual para uso não sexista da linguagem.indd – Manual elaborado em 2014 pelo então governo do estado do Rio Grande do Sul como instrumento de uso da linguagem inclusiva e de promoção da igualdade de gênero. A apresentação do texto pretende permitir aos alunos e alunas o contato com a ideia de que a discussão sobre a linguagem inclusiva é ampla e pode se dar de forma concreta. Sugere-se que o(a) professor(a) busque no manual os exemplos práticos apresentados de como a linguagem pode ser usada mais inclusiva.

ETAPA 5 - Na escola, há espaço para “todes”? (2 aulas)

Objetivos

  • Comparar as propostas da linguagem inclusiva com as regras da norma-padrão da língua portuguesa para refletir sobre os contextos de uso das variantes linguísticas.

Atividades

Organize a turma em um círculo para uma roda de conversas.

Retome as noções gerais da linguagem inclusiva discutidas nas aulas anteriores, apresente sobretudo as ideias relacionadas às propostas de uma “linguagem neutra” com o uso de “pronomes neutros”. Discuta com os alunos e alunas sobre as pesquisas que eles realizaram na etapa 5, sobre o que mais pode ter chamado a atenção deles, etc.

Proponha uma discussão entre a turma a partir da seguinte pergunta: “Posso usar uma expressão como ‘todes’ em texto de uma prova ou vestibular, por exemplo?”. Espera-se, neste momento, que a turma seja capaz de apresentar ideias divergentes sobre o questionamento, além de elaborar uma resposta que leve em consideração a noção de situações comunicativas, isto é, há determinados contextos para determinados usos linguísticos, seja em uma comunicação oral, seja em uma comunicação escrita.

É imprescindível destacar como as avaliações, ou mesmo texto formais que circulam socialmente, ainda devem seguir as regras da norma-padrão da língua portuguesa. Assim como não usamos variantes informais ou orais em textos escritos formais, não podemos fazer uso de formas que não estão presentes na norma-padrão do português, como os “pronomes neutros”.

Sugere-se retomar alguns exemplos apresentados na aula anterior, retirados do “Manual para o uso não sexista da linguagem: o que bem se diz bem se entende”, para reforçar como é possível realizar o uso de uma linguagem inclusiva e também respeitar as regras gramaticais da norma-padrão.

Sugere-se que, como atividade final, os alunos e alunas produzam materiais de divulgação sobre o tema, como cartazes ou mesmo cartilhas, físicos ou digitais. Essa produção tem como objetivo a retomada geral de todos conceitos abordados, desde a noção de variação linguística, passando pelo uso da língua como uma ferramenta de poder e de inclusão das pessoas.

Nessa atividade final, a abordagem da linguagem inclusiva e neutra tem o objetivo de ser refletida sobre os contextos de uso, considerando que alunos e alunas podem fazer uso desse recurso em seu dia a dia e devem compreender aspectos relacionados às formas e aos momentos de usar, ou não, tais estratégias.

ETAPA 6 - Língua(gem) inclusiva: quando pode? (2 aulas)

Objetivos

  • Comparar as propostas da linguagem inclusiva com as regras da norma-padrão da língua portuguesa para refletir sobre os contextos de uso das variantes linguísticas.

Atividades

  Organize a turma em um círculo para uma roda de conversas.

Retome as noções gerais da linguagem inclusiva discutidas nas aulas anteriores, apresente sobretudo as ideias relacionadas às propostas de uma “linguagem neutra” com o uso de “pronomes neutros”. Discuta com os alunos e alunas sobre as pesquisas que eles realizaram na etapa 5, sobre o que mais pode ter chamado a atenção deles, etc.

Proponha uma discussão entre a turma a partir da seguinte pergunta: “Posso usar uma expressão como ‘todes’ em texto de uma prova ou vestibular, por exemplo?”. Espera-se, neste momento, que a turma seja capaz de apresentar ideias divergentes sobre o questionamento, além de elaborar uma resposta que leve em consideração a noção de situações comunicativas, isto é, há determinados contextos para determinados usos linguísticos, seja em uma comunicação oral, seja em uma comunicação escrita.

 É imprescindível destacar como as avaliações, ou mesmo texto formais que circulam socialmente, ainda devem seguir as regras da norma-padrão da língua portuguesa. Assim como não usamos variantes informais ou orais em textos escritos formais, não podemos fazer uso de formas que não estão presentes na norma-padrão do português, como os “pronomes neutros”.

  Sugere-se retomar alguns exemplos apresentados na aula anterior, retirados do “Manual para o uso não sexista da linguagem: o que bem se diz bem se entende”, para reforçar como é possível realizar o uso de uma linguagem inclusiva e também respeitar as regras gramaticais da norma-padrão.

  Sugere-se que, como atividade final, os alunos e alunas produzam materiais de divulgação sobre o tema, como cartazes ou mesmo cartilhas, físicos ou digitais. Essa produção tem como objetivo a retomada geral de todos conceitos abordados, desde a noção de variação linguística, passando pelo uso da língua como uma ferramenta de poder e de inclusão das pessoas.

 Nessa atividade final, a abordagem da linguagem inclusiva e neutra tem o objetivo de ser refletida sobre os contextos de uso, considerando que alunos e alunas podem fazer uso desse recurso em seu dia a dia e devem compreender aspectos relacionados às formas e aos momentos de usar, ou não, tais estratégias.

 


Referências

ABRAÇADO, Jussara. Entrevista com Maria Marta Pereira Scherre sobre preconceito lingüístico, variação lingüística e ensino. Revista Cadernos de Letras da UFF–Dossiê: Preconceito lingüístico e cânone literário, Rio de Janeiro, n. 36, p. 11-26, 2008. Disponível em: http://moodle.stoa.usp.br/file.php/1103/textos/Norma_e_Ensino/SCHERRE_entrevista.pdf. Acesso em: 25 abr. 2022.

ALib - Projeto Atlas Linguístico do Brasil. Disponível em: https://alib.ufba.br/. Acesso em: 25 abr. 2022.

 AMARAL, Eduardo Tadeu Roque; SANTOS, Marcos Paulo. Mudanças nas estratégias nominais para a referência a seres humanos em discursos parlamentares do Rio Grande do Sul (Brasil). Études romanes de Brno. Vol. 42, iss. 1, pp. 163-183. 2021. Disponível em: https://digilib.phil.muni.cz/handle/11222.digilib/144085. Acesso em: 25 abr. 2022.

 Atlas linguístico do Brasil: descrevendo a língua, formando jovens pesquisadores. 2009. Disponível em: https://alib.ufba.br/sites/alib.ufba.br/files/descrevendo_a_lingua_formando_jovens_pesquisadores_-_dvd_1_2009.pdf. Acesso em: 25 abr. 2022.

 CARTACAPITAL (Brasil). Falar “presidenta” é tão correto quanto “presidente”. CartaCapital, 29 nov. 2014. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/politica/falar-201ca-presidenta201d-e-tao-correto-quanto-201ca-presidente201d-3220. Acesso em: 18 abr. 2022.

 Diplomas de graduadas terão que grafar profissões no feminino. Extra. Disponível em: https://extra.globo.com/noticias/brasil/diplomas-de-graduadas-terao-que-grafar-profissoes-no-feminino-4497560.html. Acesso em: 25 abr. 2022.

 FAROL DA BAHIA. Português brasileiro tem nota menor e rende discriminação em escolas e universidades de Portugal. Farol da Bahia. Disponível em: https://www.faroldabahia.com.br/noticia/portugues-brasileiro-tem-nota-menor-e-rende-discriminacao-em-escolas-e-universidades-de-portugal. Acesso em: 25 abr. 2022.

 JANA VISCARDI. “Língua para todes: um ensaio sobre o gênero neutro”. Blog: Anderson Rodrigues. Disponível em: https://andersonrodrigues.pro.br/lingua-para-todes-um-ensaio-sobre-o-genero-neutro/. Acesso em: 25 abr. 2022.

 Linguagem neutra e sua inclusão na comunicação. YouTube: TV UFMG. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=o4CKf3PTgck. Acesso em: 25 abr. 2022.

 Mulheres Fantásticas #10 | Wangari Maathai. YouTube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=pu5uSL5w7WA. Acesso em: 25 abr. 2022.

 SANTOS, Marcos Paulo. Sexismo linguístico e nomes gerais: a construção de uma língua inclusiva. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos da UFMG). Faculdade de Letras da UFMG, Belo Horizonte, 2019. Disponível em: http://hdl.handle.net/1843/LETR-BAERAK. Acesso em 18 abr. 2022.

 TOLEDO, Leslie Campaner de et al. Manual para o uso não sexista da linguagem: o que bem se diz bem se entende. Porto Alegre: Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 2014. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3034366/mod_resource/content/1/Manual%20para%20uso%20n%C3%A3o%20sexista%20da%20linguagem.pdf. Acesso em: 18 abr 2022.

 VARIAÇÕES Linguísticas Regionais. YouTube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=iu4ra9tkFWM. Acesso em: 18 abr. 2022.

Sobre o autor

Sobre o autor

Marcos Paulo Santos é mestre em Variação e Mudança Linguística pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Recebeu o Prêmio de Melhor Dissertação do Poslin/UFMG de 2019 com o estudo da temática da linguagem inclusiva. Atua como professor de língua portuguesa na rede pública estadual de Minas Gerais, professor de redação para o ensino médio e revisor de textos na rede privada de Belo Horizonte.

Acompanhe as novidades

Imagem de capa de Volta às aulas: a importância do planejamento docente
especiais

Volta às aulas: a importância do planejamento docente

Veja materiais selecionados para te apoiar na organização do trabalho letivo

planejamento docente, gestos didáticos, planejamento de aula, sequência didática

Imagem de capa de Poemas de Luiz Gama
textos literários

Poemas de Luiz Gama

Leia três poemas do escritor que introduziu a voz negra na literatura brasileira

poema, poesia, texto literário, Luiz Gama

Imagem de capa de Campanha: atualize seus dados de raça/cor no cadastro do Portal
sobre o Programa

Campanha: atualize seus dados de raça/cor no cadastro do Portal

Veja como atualizar suas informações e saiba mais sobre o processo de autodeclaração

Imagem de capa de Na Ponta do Lápis: revista chega ao número 40 com edição especial sobre culturas indígenas
sobre o Programa

Na Ponta do Lápis: revista chega ao número 40 com edição especial sobre culturas indígenas

Confira os conteúdos sobre línguas e literaturas indígenas de autoras(es) de diversas etnias do país

formação docente, educação para as relações étnico-raciais, revista NPL, línguas indígenas, literatura indígena

Comentários


Ninguém comentou ainda, seja o primeiro!

Ver mais comentários

Deixe uma resposta

Olá, visitante. Para fazer comentários e respondê-los você precisa estar autenticado.

Clique aqui para se identificar
inicio do rodapé
Fale conosco Acompanhe nas redes

Acompanhe nas redes

Parceiros

Coordenação técnica

Iniciativa

Parceiros

Coordenação técnica

Iniciativa


Objeto Rodapé

Programa Escrevendo o Futuro
Cenpec - Rua Artur de Azevedo, 289, Cerqueira César, São Paulo/SP, CEP 05.404-010.
Telefone: (11) 2132-9000

Termos de uso e política de privacidade
Objeto Rodapé

Programa Escrevendo o Futuro
Cenpec - Rua Artur de Azevedo, 289, Cerqueira César, São Paulo/SP, CEP 05.404-010.
Telefone: (11) 2132-9000