
TEMA:
O estudo dos processos de variação linguística e a construção de uma língua inclusiva para a sociedade atual.
PÚBLICO-ALVO:
Estudantes da 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio.
Nº DE AULAS:
- 10 a 13 aulas.
RECURSOS MATERIAIS NECESSÁRIOS:
- Multimídia (projetor, sala de informática, etc.).
- Cópias impressas do(s) texto(s) sugerido(s).
OBJETO DO CONHECIMENTO (BNCC):
Variação linguística.
HABILIDADES E COMPETÊNCIAS (BNCC):
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA nº 2
Compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitando as diversidades e a pluralidade de ideias e posições, e atuar socialmente com base em princípios e valores assentados na democracia, na igualdade e nos Direitos Humanos, exercitando o autoconhecimento, a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, e combatendo preconceitos de qualquer natureza.
HABILIDADES: EM13LP20Compartilhar gostos, interesses, práticas culturais, temas/problemas/questões que despertam maior interesse ou preocupação, respeitando e valorizando diferenças, como forma de identificar afinidades e interesses comuns, como também de organizar e/ou participar de grupos, clubes, oficinas e afins.; EM13LP42Acompanhar, analisar e discutir a cobertura da mídia diante de acontecimentos e questões de relevância social, local e global, comparando diferentes enfoques e perspectivas, por meio do uso de ferramentas de curadoria (como agregadores de conteúdo) e da consulta a serviços e fontes de checagem e curadoria de informação, de forma a aprofundar o entendimento sobre um determinado fato ou questão, identificar o enfoque preponderante da mídia e manter-se implicado, de forma crítica, com os fatos e as questões que afetam a coletividade.; EM13LP01Relacionar o texto, tanto na produção como na leitura/escuta, com suas condições de produção e seu contexto sócio-histórico de circulação (leitor/audiência previstos, objetivos, pontos de vista e perspectivas, papel social do autor, época, gênero do discurso etc.), de forma a ampliar as possibilidades de construção de sentidos e de análise crítica e produzir textos adequados a diferentes situações..
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA nº 3
Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais) para exercer, com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem o outro e promovam os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável, em âmbito local, regional e global.
HABILIDADES: EM13LP20Compartilhar gostos, interesses, práticas culturais, temas/problemas/questões que despertam maior interesse ou preocupação, respeitando e valorizando diferenças, como forma de identificar afinidades e interesses comuns, como também de organizar e/ou participar de grupos, clubes, oficinas e afins..
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA nº 4
Compreender as línguas como fenômeno (geopolítico, histórico, cultural, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo suas variedades e vivenciando-as como formas de expressões identitárias, pessoais e coletivas, bem como agindo no enfrentamento de preconceitos de qualquer natureza.
HABILIDADES: EM13LP10Analisar o fenômeno da variação linguística, em seus diferentes níveis (variações fonético-fonológica, lexical, sintática, semântica e estilístico-pragmática) e em suas diferentes dimensões (regional, histórica, social, situacional, ocupacional, etária etc.), de forma a ampliar a compreensão sobre a natureza viva e dinâmica da língua e sobre o fenômeno da constituição de variedades linguísticas de prestígio e estigmatizadas, e a fundamentar o respeito às variedades linguísticas e o combate a preconceitos linguísticos.; EM13LP09Comparar o tratamento dado pela gramática tradicional e pelas gramáticas de uso contemporâneas em relação a diferentes tópicos gramaticais, de forma a perceber as diferenças de abordagem e o fenômeno da variação linguística e analisar motivações que levam ao predomínio do ensino da norma-padrão na escola..
OBJETIVOS GERAIS:
- Apresentar, ou retomar, aos alunos e alunas as noções relativas à variação linguística, em seus diversos níveis de ocorrência.
- Introduzir a noção de uso da língua como uma ferramenta de poder que pode ser usada como instrumento de empoderamento dos sujeitos, por exemplo, as mulheres.
- Possibilitar a reflexão sobre movimentos atuais de mudança e de variação da língua presentes nas mídias, sobretudo no meio digital, e reconhecer os conflitos ideológicos existentes nesses processos, sobretudo nas propostas de uma linguagem inclusiva.
ETAPA 1 - A língua em movimento: processos de variação no uso da língua (2 aulas)
ETAPA 2 - Língua e poder: pode a língua excluir as pessoas? (1 ou 2 aulas)
ETAPA 3 - A mulher na sociedade, a mulher na língua! (1 ou 2 aulas)
ETAPA 4 - Língua(gem) inclusiva: o que é e como se faz? (2 a 3 aulas)
ETAPA 5 - Na escola, há espaço para “todes”? (2 aulas)
ETAPA 6 - Língua(gem) inclusiva: quando pode? (2 aulas)
REFERÊNCIAS
ABRAÇADO, Jussara. Entrevista com Maria Marta Pereira Scherre sobre preconceito lingüístico, variação lingüística e ensino. Revista Cadernos de Letras da UFF–Dossiê: Preconceito lingüístico e cânone literário, Rio de Janeiro, n. 36, p. 11-26, 2008. Disponível em: http://moodle.stoa.usp.br/file.php/1103/textos/Norma_e_Ensino/SCHERRE_entrevista.pdf. Acesso em: 25 abr. 2022.
ALib - Projeto Atlas Linguístico do Brasil. Disponível em: https://alib.ufba.br/. Acesso em: 25 abr. 2022.
AMARAL, Eduardo Tadeu Roque; SANTOS, Marcos Paulo. Mudanças nas estratégias nominais para a referência a seres humanos em discursos parlamentares do Rio Grande do Sul (Brasil). Études romanes de Brno. Vol. 42, iss. 1, pp. 163-183. 2021. Disponível em: https://digilib.phil.muni.cz/handle/11222.digilib/144085. Acesso em: 25 abr. 2022.
Atlas linguístico do Brasil: descrevendo a língua, formando jovens pesquisadores. 2009. Disponível em: https://alib.ufba.br/sites/alib.ufba.br/files/descrevendo_a_lingua_formando_jovens_pesquisadores_-_dvd_1_2009.pdf. Acesso em: 25 abr. 2022.
CARTACAPITAL (Brasil). Falar “presidenta” é tão correto quanto “presidente”. CartaCapital, 29 nov. 2014. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/politica/falar-201ca-presidenta201d-e-tao-correto-quanto-201ca-presidente201d-3220. Acesso em: 18 abr. 2022.
Diplomas de graduadas terão que grafar profissões no feminino. Extra. Disponível em: https://extra.globo.com/noticias/brasil/diplomas-de-graduadas-terao-que-grafar-profissoes-no-feminino-4497560.html. Acesso em: 25 abr. 2022.
FAROL DA BAHIA. Português brasileiro tem nota menor e rende discriminação em escolas e universidades de Portugal. Farol da Bahia. Disponível em: https://www.faroldabahia.com.br/noticia/portugues-brasileiro-tem-nota-menor-e-rende-discriminacao-em-escolas-e-universidades-de-portugal. Acesso em: 25 abr. 2022.
JANA VISCARDI. “Língua para todes: um ensaio sobre o gênero neutro”. Blog: Anderson Rodrigues. Disponível em: https://andersonrodrigues.pro.br/lingua-para-todes-um-ensaio-sobre-o-genero-neutro/. Acesso em: 25 abr. 2022.
Linguagem neutra e sua inclusão na comunicação. YouTube: TV UFMG. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=o4CKf3PTgck. Acesso em: 25 abr. 2022.
Mulheres Fantásticas #10 | Wangari Maathai. YouTube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=pu5uSL5w7WA. Acesso em: 25 abr. 2022.
SANTOS, Marcos Paulo. Sexismo linguístico e nomes gerais: a construção de uma língua inclusiva. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos da UFMG). Faculdade de Letras da UFMG, Belo Horizonte, 2019. Disponível em: http://hdl.handle.net/1843/LETR-BAERAK. Acesso em 18 abr. 2022.
TOLEDO, Leslie Campaner de et al. Manual para o uso não sexista da linguagem: o que bem se diz bem se entende. Porto Alegre: Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 2014. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3034366/mod_resource/content/1/Manual%20para%20uso%20n%C3%A3o%20sexista%20da%20linguagem.pdf. Acesso em: 18 abr 2022.
VARIAÇÕES Linguísticas Regionais. YouTube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=iu4ra9tkFWM. Acesso em: 18 abr. 2022.
Sobre o autor
Marcos Paulo Santos é mestre em Variação e Mudança Linguística pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Recebeu o Prêmio de Melhor Dissertação do Poslin/UFMG de 2019 com o estudo da temática da linguagem inclusiva. Atua como professor de língua portuguesa na rede pública estadual de Minas Gerais, professor de redação para o ensino médio e revisor de textos na rede privada de Belo Horizonte.
Contato: marcospaulomp02@gmail.com