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O fazer docente comprometido com a educação para as relações étnico-raciais

Escrevendo

06 de novembro de 2024

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Para pensar e praticar uma educação antirracista no Brasil é preciso, em um primeiro momento, reconhecer as desigualdades históricas presentes em nossa sociedade e compreender como elas se manifestam, por exemplo, em projetos pedagógicos que abordam conteúdos e conhecimentos forjados em uma visão de mundo uniforme, homogênea. No bojo deste entendimento está o compromisso de construir paradigmas para o ensino e aprendizagem nas escolas que acolham as diferentes epistemologias, os outros saberes e as contribuições culturais elaboradas a partir da diversidade de povos e etnias que compõem o nosso tecido social.

Como fruto das lutas promovidas pelos movimentos negro e indígena, tivemos, no âmbito das políticas públicas, dois importantes marcos para a concretização de uma educação para as relações étnico-raciais: a Lei nº 10.639, de janeiro de 2003, que tornou obrigatória a inclusão da História e Cultura Afro-Brasileira e Africanas nos currículos da educação básica, com o intuito de dar visibilidade à história das populações negras no país, destacando suas tradições e contribuições para a formação da sociedade brasileira; e a Lei 11.645, de março de 2008, que ampliou essa perspectiva tornando obrigatória também a inclusão da História e Cultura Indígenas.

Apesar dos avanços trazidos por estas normativas, as escolas brasileiras ainda enfrentam desafios para implementar uma concepção de educação que valorize e celebre as narrativas plurais presentes em nossa formação e constituição social. Um dos fatores que contribuem para que isso ocorra é a existência de lacunas significativas nos processos formativos de professoras e professores.

Neste sentido, a presença de pensamentos, saberes, ciências e conhecimentos diversos produzidos por personalidades, cientistas, autoras e autores negras(os) e indígenas deve compor o planejamento docente de forma integral e independe de um calendário de eventos circunscritos aos meses de abril e novembro.

E pensando justamente nas premissas de celebrar, memorar e repertoriar, reunimos neste especial conteúdos que abordam a história, a literatura e as culturas negras e indígenas para que estas temáticas possam integrar, de forma contínua, os programas de ensino de Língua Portuguesa de professoras e professores nas salas de aula brasileiras.

 

Materiais em diálogo com a Lei nº 10.639/03

Revista Na Ponta do Lápis – sonhar um sonho tão bonito: como pensar as questões étnico raciais na educação

Conheça a edição nº 39 da revista Na Ponta do Lápis, que reúne artigos, literatura, entrevista e projetos para a sala de aula, com enfoque nas questões étnico-raciais na educação. Neste número você encontra:

 

Artigos

 

Planos de aula e orientação para a prática

Veja alguns planos de aulas e propostas de atividades de Língua Portuguesa alinhados à Base Nacional Comum Curricular para você, professora ou professor, trabalhar com as suas turmas:

 

 

Podcast Educação na ponta da Língua

Ouça também os episódios História e cultura afro-brasileira na escola e Literatura afro-brasileira na escola do podcast Educação na ponta da Língua, com desafios e reflexões de educadoras sobre o trabalho com história, cultura e literatura afro-brasileira na sala de aula.

 

Textos literários

Inspire-se com essa seleção de poesias e prosas publicadas no Portal Escrevendo o Futuro:

 

Materiais em diálogo com a Lei nº 11.645/08

Revista Na Ponta do Lápis – Semear, reflorestar e sonhar o Brasil

Conheça a edição nº 40 da revista Na Ponta do Lápis, que reúne diversos conteúdos com enfoque nas línguas, culturas e literatura dos povos indígenas que habitam, cultivam e preservam o território multicultural do nosso país. Neste número você encontra:

 

Artigos

  • No artigo Artes verbais indígenas: portais para uma educação pluriversal, a pesquisadora e escritora Macuxi Sony Ferseck mostra como as poéticas indígenas baseadas na oralidade abordam temas como infâncias, espiritualidade e território, estabelecendo uma relação harmônica com a natureza, e apresenta uma reflexão sobre os modos de entender o próprio fazer educacional a partir da pluriversalidade.

  • Em As línguas dos povos indígenas no contexto escolar, o professor de tupi-guarani e indígena de Peruíbe (SP) Luã Apyká fala sobre a pluralidade linguística e cultural do Brasil e ainda defende a importância da escola para difundir conhecimentos sobre as culturas indígenas.

  • Já no artigo Pela literatura, conhecer jovens indígenas brasileiros, a autora Marina Almeida parte do exercício comparativo de vivências cotidianas de estudantes ao de crianças e jovens apresentadas(os) em obras literárias indígenas como uma forma de conhecer mais sobre esses povos.

 

Literatura indígena

Yaguarê Yamã é natural da região do rio Paraná Urariá, Amazonas, e pertence aos povos Maraguá e Saterê-Mawé. Conheça alguns de seus textos literários publicados no Portal Escrevendo o Futuro:

No Portal, você ainda encontra uma entrevista com o autor e o plano de aula Apresentando a literatura indígena: orientações para a leitura do conto “A gênese Maraguá e a origem do mundo”, de Yaguarê Yamã, elaborado pela pesquisadora e escritora Macuxi Sony Ferseck.

  • Daniel Munduruku é escritor e professor nascido em Belém, Pará, e pertence ao povo indígena Munduruku. Conheça sua crônica Tatuapé. O caminho do Tatu que parte da comparação entre as tocas de tatu e o metrô que perfura o solo de São Paulo para refletir sobre o passado e o presente de regiões da cidade, cujos nomes em línguas indígenas são um dos poucos vestígios da presença desses povos naqueles locais.

 

Podcast Educação na ponta da Língua

Ouça também os episódios História e cultura dos povos indígenas na educação e Línguas e literatura indígena na escola do podcast Educação na ponta da Língua, com experiências reais, desafios e reflexões de educadoras sobre o trabalho com as temáticas indígenas na sala de aula.

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