Lendo mulheres: a literatura de autoria feminina nas salas de aula
formação leitora, literatura de autoria feminina, ensino de literatura, literaturas e identidades
Estudante do Ensino Médio decompõe os elementos de um artigo de opinião e elabora roteiro com orientações para produzir um bom texto do gênero
Luiz Henrique Gurgel
Os olhos do menino louro ficam concentrados na folha de papel que tem em mãos. Algo que se parece com um mapa. Ele explica como o criou. Com gestos precisos, vai apontando para pontos no papel, explicando o que vem primeiro, o que vem depois e como tudo deve estar articulado. William Latosinski Matos, da cidade de Pântano Grande (RS), explicava como havia concebido um roteiro para quem deseja escrever um bom artigo de opinião.
A ideia veio por sugestão de sua professora, Caroline Pinto Salgueiro. De tanto ouvi-la falar num “caminho das pedras”, a ser percorrido por quem quer escrever um bom texto, ele resolveu pôr mãos à obra e rascunhou numa folha de papel o seu próprio percurso. Depois passou o esquema para o computador, imprimiu e deixou pronto o mapa da mina.
“A minha professora, depois que trabalhou todas as oficinas, propôs na sala que cada aluno fizesse o seu caminho das pedras particular, da sua maneira, como acreditava que seria melhor para construir um artigo. Ela explicou nas oficinas cada passo da produção, e isso eu já tinha notado como funcionava. Dessa forma, a gente aprenderia e usaria para se guiar nas produções de outros textos, como eu produzi agora aqui [durante a oficina com os semifinalistas da categoria em Brasília, em dezembro de 2014]”, diz o estudante.
Ao ouvir sua explicação, tem-se a impressão de que ele está desmontando um artigo de opinião para entender suas engrenagens e articulações e, em seguida, montar um novo, como num jogo de Lego, destinado a jovens aprendizes de criação de textos. “Eu escrevi me baseando no caminho que criei para a construção de um texto. E o que fiz antes de escrever? Defini a polêmica e a minha posição – o primeiro e o segundo passo. Depois, fui estruturando o texto. O que tem no primeiro parágrafo? Eu apresentei a cidade, independentemente do tema, e depois a polêmica, dando a origem, começando a dar indícios do que vou tratar. Depois vem o segundo parágrafo, e fui desenvolvendo a questão polêmica com a minha opinião.” O estudante dá toda a explicação para justificar, com razão, que um “texto não sai do nada”.
Indagado se um estudante não poderia ficar muito dependente de um esquema como esse para escrever, William foi rápido: “Isso é só para o começo, ajuda bastante, mas com o tempo a gente fixa na memória como se faz um artigo, a estrutura já está na cabeça, e você faz. É simples”, concluiu, satisfeito com a criação.
Cenas da oficina de semifinalistas, durante a Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro de 2014.
Revista Na Ponta do Lápis
Ano XI
Número 25
Março de 2015
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