Machado de Assis, o cronista

Mesmo sabendo que os(as) alunos(as) do Ensino Fundamental II já possuem experiência com leitura, é importante que a classe leia várias crônicas e possa observar os aspectos que são comuns a todas e aqueles que se diferenciam tendo em vista o tema, o estilo do autor, a época em que foi escrita, o suporte de publicação etc. A mediação do professor ao longo do processo – antes, durante e depois da leitura – é fundamental para o êxito do trabalho.

Lembrete

Para essa leitura diversificada utilize os textos da Coletânea; ao selecioná-la, leve em conta o interesse dos alunos e as habilidades de leitura que pretende ampliar.

Procure aprofundar seus conhecimentos antes de trabalhar com os alunos. A revista Na Ponta do Lápis nº 8, edição especial sobre Machado de Assis, traz vários artigos sobre a vida e a obra desse autor. Você também pode acessar sites que contenham fotos antigas do Rio de Janeiro, como o do Instituto Moreira Salles e o blog “O Rio de Antigamente”.

Atividades

  1. Após caminhar pelos mais variados estilos, o estudo agora se concentra nas crônicas de Machado de Assis. Por meio de perguntas, explore o que a classe já sabe sobre o autor.
  2. Depois de ouvir os alunos, se for necessário, forneça mais informações sobre quem foi Machado:

Para saber mais

Joaquim Maria Machado de Assis

Rio de Janeiro (RJ), 21/6/1839 – Rio de Janeiro (RJ), 29/9/1908

Filho de um pintor de paredes mulato e de uma lavadeira, Joaquim Maria Machado de Assis nasceu pobre, no subúrbio carioca, e tornou-se o mais importante dos escritores brasileiros. Publicou poemas, crônicas, contos e romances em capítulos nos jornais para os quais trabalhou. A vivência nos jornais transformou o garoto de subúrbio num homem da cidade. O grande tema de toda a sua obra foi justamente a vida na cidade (no caso, o Rio de Janeiro, na época capital política e cultural do Brasil), as reflexões sobre seu dia a dia e sobre a alma de seus moradores. Um verdadeiro historiador do cotidiano! Todos os acontecimentos da cidade mereciam seus escritos: espetáculos artísticos, disputas políticas, fatos econômicos, relações afetivas, sociais – tudo era registrado por sua pena. Os acontecimentos em si, na verdade, não foram o cerne de seus textos. O que importava era a reflexão profunda que os acontecimentos suscitavam em Machado e o modo como ele conseguia passá-la para os leitores. As crônicas de Machado, escritas ao longo de quarenta anos, são sempre atuais. Muitas delas serviram como espaço de denúncia da escravidão e de outras graves questões da época. Embora os conteúdos políticos e sociais estivessem sempre presentes em seus escritos, Machado não lhes dava um tom trágico, como faziam muitos autores seus contemporâneos. Ele refletia sobre esses acontecimentos históricos e provocava os leitores com uma “arma” literária eficaz, que manejava muito bem: a ironia. Embora sua obra fosse reconhecida pelos jornais, editoras de livros e seu público, Machado não conseguia viver de seus escritos. Foi funcionário público, como muitos autores radicados no Rio de Janeiro daquela época. Como capital política do país num tempo em que muitos dos empregos públicos eram de natureza burocrática, de “meio expediente”, a estrutura do funcionalismo público permitia que os escritores ocupassem parte de seu tempo na produção literária. No caso de Machado, somente no fim da vida os recursos provenientes de sua obra tornaram-se suficientes para provê-lo.

Acesse o site http://www.machadodeassis.org.br e o vídeo para saber mais sobre o autor.