Habilidades para definir o foco narrativo de uma crônica

É possível que nas oficinas anteriores você tenha percebido que alguns alunos ainda têm sérias dificuldades com foco narrativo. Nesta etapa você vai poder ajudá-los.

Atividades

  1. Leia o começo de duas crônicas de Luis Fernando Veríssimo. Neles alguém narra um fato.
  2. A) “Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido se hoje pegasse uma bola de gude conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, quanto mais jogá-la com a precisão que tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de procurar no dicionário, pela primeira vez, o significado da palavra “gude”. Quando era garoto nunca pensei nisso, eu sabia o que era gude, gude era gude…”

    Luis Fernando Verissimo. Comédias para se ler na escola.

    Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. © by Luis Fernando Verissimo

    B) “O apelido dele era “Cascão” e vinha da infância. Uma irmã mais velha descobrira uma mancha escura que subia pela sua perna e que a mãe, apreensiva, a princípio atribuiu a uma doença de pele. Em seguida descobriu que era sujeira mesmo…”

    Luis Fernando Verissimo. Comédias para se ler na escola.

    Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. © by Luis Fernando Verissimo.

  3. Peça aos alunos que observem as palavras (verbos e pronomes) destacadas no texto A e respondam:
    • Em que pessoas estão empregadas as formas verbais e os pronomes?
    • O autor participa da história como personagem?
    • O autor participa da história como personagem?
  4. Agora, vejam no texto B os verbos e os pronomes empregados pelo autor e respondam:
    • Em que pessoas estão as formas verbais e os pronomes sublinhados?
    • O autor participa dos fatos? Ele também é personagem da crônica?
  5. Peça-lhes que reescrevam o texto abaixo transformando o autor-personagem em autor-observador.
  6. “[…] O meu fusca deslizava dócil e macio no asfalto, eu ia para a cidade feliz da vida. Tomara banho, fizera barba e, metido além do mais num terno novo, saíra para enfrentar com otimismo a única perspectiva sombria naquela manhã de cristal: a da hora marcada do dentista…”

    Fernando Sabino. “O enviado de Deus”, in: Elenco de cronistas modernos.

    21ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2005.