Contra-argumentação

 

Na atividade anterior foi trabalhada a argumentação. Agora, você irá ajudar seus alunos a exercitar a contra-argumentação.

Atividades

  1. Estimule os alunos e as alunas a que se contraponham aos argumentos do artigo “Do chumbinho nos haitianos aos protestos de domingo”, assumindo pontos de vista diferentes ou mesmo contrários aos de Mônica Francisco.
  2. Em linhas gerais, os alunos e as alunas deverão tomar os dados de realidade apontados pela autora como sinais ou exemplos de problemas sociais que poderiam ser encarados e solucionados de outras formas. É possível argumentar, por exemplo, no sentido de que a questão dos refugiados haitianos mereceria um tratamento à parte, por suas particularidades. Há quem pense, ainda, que a violência urbana não atinge só as camadas populares, assumindo formas próprias em diferentes camadas sociais. De acordo com muitas pesquisas, a violência doméstica atravessa todos os estratos sociais, dos mais ricos aos mais pobres. E a exclusão e a discriminação também atingiriam gays, mulheres, idosos e deficientes, independentemente de seu status. Assim, seria possível, a título de exemplo, a) alegar que o artigo lido deixa de lado questões relevantes para a discussão da violência; b) apontar e discutir esses outros aspectos do fenômeno; c) argumentar no sentido de que tratar de refugiados e violência urbana num só artigo impede de tratar cada uma dessas questões com o interesse que merece etc.
  3. Chame a atenção das alunas e alunos para a necessidade de, uma vez decidido o assunto a ser tratado, estabelecerem a tese (firmando claramente, portanto, o ponto de vista que dará coerência a todo o artigo) e de elaborarem os argumentos que a defenderão. Recomende, então, que pesquisem, em livros, revistas, jornais e internet diferentes opiniões e estudos sobre o tema escolhido.
  4. Divida a turma em pequenos grupos. Peça às alunas e aos alunos que conversem sobre a(s) tese(s) e os possíveis argumentos que utilizariam. Os(as) alunos(as) devem registrá-los para, num momento posterior, apresentá-los à classe. Lance questões para ajudá-los nesse desafio:
    • A jornalista abordou todas as formas de violência e/ou injustiça social? Discutiu os problemas apontados com a devida consistência? Defendeu pontos de vista sempre corretos e aceitáveis? De acordo com a autora, “não estamos em guerra”; será? Há quem diga o contrário…
    • Homens, mulheres e gays vivem a realidade de que o artigo trata da mesma forma? Adultos, jovens e crianças sofrem os efeitos da violência da mesma maneira? Refugiados e favelados podem ser considerados em pé de igualdade?
  5. Aquecidos pela discussão, as alunas e alunos deverão escrever um artigo de opinião que se contraponha ao de Mônica Francisco.
  6. Para isso, podem começar o artigo referindo-se ao texto e/ou a sua autora: “Em artigo publicado no Jornal do Brasil, Mônica Francisco afirma que precisamos estancar a violência contra os refugiados haitianos e setores desfavorecidos da população. Entretanto…”.
  7. Lembre a turma que, ao escrever um artigo de opinião, o(a) articulista(a) deve conhecer os argumentos dos opositores e dialogar com eles, antecipando possíveis críticas. Dessa forma, pode contestar de modo mais eficaz os pontos de vista contrários aos seus, convencendo o(a) leitor(a) de sua posição. Nesse sentido, o artigo a ser produzido deve dialogar intensamente com as opiniões de Mônica Francisco e/ou de autores(as) que defendem as mesmas ideias.