A produção

Atividades

  1. Vamos iniciar a escrita do poema. Retome com os alunos a situação de produção, eles vão escrever sobre o lugar onde vivem.
  2. Cada um deve exprimir no texto sua visão pessoal e original desse lugar. Além de concorrer a uma premiação na Olimpíada, o texto dele será exposto no mural e poderá ser divulgado na cidade, por meio de folhetos, jornais, internet, ou ser apresentado oralmente na rádio local, se houver. O interlocutor – a pessoa a quem o poema se dirige – é alguém que quer saber como é a cidade e aprecia ouvir e ler poemas. Alguns dos leitores serão também avaliadores dos textos.
  3. Para que o poema desperte o interesse do leitor e a vontade de ele conhecer o local retratado, os autores devem usar as palavras com cuidado e combiná-las de uma forma especial, empregando os recursos poéticos estudados ao longo das oficinas.
  4. Pensando no tema – “O lugar onde vivo” –, o aluno escolhe de que modo vai delimitar seu texto, isto é, de qual aspecto da cidade vai tratar. Em seguida, levando em conta as características do poema, ele deve tomar algumas decisões:
    • O poema terá rimas ou não? Regulares ou irregulares?
    • O poema será composto em quadras ou em outro tipo de estrofe?
    • Que tipo de repetições o poema terá? Aliterações, repetições de palavras ou versos? Todas elas? Algumas delas?
    • Como fazer para que o poema tenha um ritmo harmônico e cadenciado? Ou ele terá versos irregulares, longos, resultando num ritmo solto, diferenciado em cada um dos versos?
    • É possível empregar comparações ou criar metáforas e personificações?

     

  5. Com base nas decisões tomadas, cada aluno escreve e reescreve o seu poema tantas vezes quantas forem necessárias.

 

Afinando um pouco mais o olhar

Apontamos alguns problemas que geralmente aparecem nos textos dos alunos, mas sabemos que eles não são os únicos. Outros podem surgir. Portanto, fique atento a mais alguns detalhes:

  • É melhor evitar rimas comuns ou “fáceis”, como o diminutivo e o aumentativo das palavras (“inho” e “ão”). Rimas ricas são formadas com palavras de categorias gramaticais diferentes, por exemplo: adjetivos com substantivos; substantivos com verbos. Eventualmente, o diminutivo pode ter um bom efeito poético; tudo depende do modo como se combinam os elementos que compõem o texto. Releia “Cidadezinha”, de Mario Quintana, e chame a atenção dos alunos para esse fato. Faça o mesmo com “Duas dúzias de coisinhas…” O mais importante é o efeito de sentido do conjunto, obtido pela contribuição de cada um dos aspectos do texto, combinados uns com outros.
  • Devem ser revistos os poemas que deslizam para a expressão de sentimentos pessoais e se esquecem de contar como é “o lugar onde vivo”. Neste caso, sugira o acréscimo de algum aspecto interessante do lugar: uma paisagem bonita, um jeito de ser da população local, um acontecimento curioso, uma festa popular. Caso o aluno perceba o engano e se proponha a fazer algum corte, oriente-o a escolher adequadamente o que pode ser eliminado.
  • Às vezes, o poeta desrespeita intencionalmente as regras gramaticais: pontuação, concordância, ortografia. Ele pode usar a transcrição oral de uma palavra para mostrar o jeito de falar do povo, por exemplo. Se houver algum caso desses, seja cuidadoso e verifique se o aluno está usando adequadamente esse recurso ou se apenas não sabe a grafia correta de uma palavra ou a forma culta de usar uma regra de concordância.
  • Lembre-se de que o poema fica mais instigante para o leitor com um título original. Oriente os alunos a evitar o uso do tema “O lugar onde vivo” como título de suas produções.