Recomendações para ler, ver e ouvir nas férias

As férias estão próximas, mas nem por isso precisamos ficar longe da leitura. Ler livros, assistir a filmes e ouvir músicas são hábitos que trazem inúmeros benefícios para a vida, então por que não fazer disso parte dos nossos momentos de lazer durante as férias? 

Tendo isso em vista, a Equipe do Programa Escrevendo o Futuro preparou uma seleção de livros, vídeos e músicas para você apreciar nas suas merecidas férias. Confira e deixe sua opinião e novas sugestões aqui nos comentários. Desejamos ótimas férias a todos e todas!

03 julho 2019

 

Para ler

Querem nos calar: poemas para serem lidos em voz alta

Autoras: Anna Suav, Bell Puã, Bor Blue, Cristal Rocha, Dall Farra, Danielle Almeida, Laura Conceição, Letícia Brito, Luiza Romão, Luz Ribeiro, Mariana Felix, Meimei Bastos, Negafya, Roberta Estrela D'Alva e Ryane Leão.

Editora: Planeta

A antologia Querem nos calar: poemas para serem lidos em voz alta reúne poesias de 15 mulheres slammers de todas as regiões do Brasil. Os chamados poetry slams são batalhas de poesia falada com temática livre que tem como destaque temas como racismo, machismo e desigualdade social. Com prefácio de Conceição Evaristo, o livro conta também com ilustrações de Lela Brandão e é organizado pela escritora Mel Duarte (Fonte: Amazon).

Olhos d’água

Autoras: Conceição Evaristo

Editora: Pallas

Em Olhos d’água Conceição Evaristo ajusta o foco de seu interesse na população afro-brasileira abordando, sem meias palavras, a pobreza e a violência urbana que a acometem. Sem sentimentalismos, mas sempre incorporando a tessitura poética à ficção, seus contos apresentam uma significativa galeria de mulheres: Ana Davenga, a mendiga Duzu-Querença, Natalina, Luamanda, Cida, a menina Zaíta. Ou serão todas a mesma mulher, captada e recriada no caleidoscópio da literatura em variados instantâneos da vida?Elas diferem em idade e em conjunturas de experiências, mas compartilham da mesma vida de ferro, equilibrando-se na “frágil vara” que, lemos no conto “O Cooper de Cida”, é a “corda bamba do tempo”. Em Olhos d’água estão presentes mães, muitas mães. E também filhas, avós, amantes, homens e mulheres – todos evocados em seus vínculos e dilemas sociais, sexuais, existenciais, numa pluralidade e vulnerabilidade que constituem a humana condição. Sem quaisquer idealizações, são aqui recriadas com firmeza e talento as duras condições enfrentadas pela comunidade afro-brasileira. (Fonte: Amazon)

Um defeito de cor 

Autora: Ana Maria Gonçalves

Editora: Record

Fascinante história de uma africana idosa, cega e à beira da morte, que viaja da África para o Brasil em busca do filho perdido há décadas. Ao longo da travessia, ela vai contando sua vida, marcada por mortes, estupros, violência e escravidão. Inserido em um contexto histórico importante na formação do povo brasileiro e narrado de uma maneira original e pungente, na qual os fatos históricos estão imersos no cotidiano e na vida dos personagens. Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves, é um belo romance histórico, de leitura voraz, que prende a atenção do leitor da primeira à última página (Fonte: Amazon).

O mundo da escrita: como a literatura transformou a civilização

Autor:  Martin Puchner 

Editora: Companhia das Letras

O mundo da escrita nos conduz a uma viagem maravilhosa pelo tempo e pelo globo, por meio de dezesseis textos fundamentais, selecionados dentre 4 mil anos de literatura mundial. É assim que conhecemos a sra. Murasaki, autora do primeiro grande romance da história universal; as aventuras de Miguel de Cervantes ao enfrentar piratas ― tanto os que atuam no mar como os literários ―; e os artesãos da linguagem do épico oral Sundiata na África Ocidental. Também aprendemos como Goethe descobriu a literatura mundial na Sicília, passamos mil e uma noites com Sherazade, acompanhamos a difusão do Manifesto Comunista e a batalha dos livros na América espanhola.

Para contar toda essa trajetória, Martin Puchner trata tanto da narrativa quanto da evolução das tecnologias criativas ― o alfabeto, o papel, o códice, a impressão ―, que formaram pessoas, comércios e hábitos. A literatura, em suma, moldou nosso mundo, um espaço a partir do qual conversamos rotineiramente com vozes do passado e imaginamos que podemos nos dirigir aos leitores do futuro (Fonte: Amazon).

Sobre o autoritarismo brasileiro

Autora: Lilia Moritz Schwarcz  

Editora: Companhia das Letras

Os brasileiros gostam de se crer diversos do que são. Tolerantes, abertos, pacíficos e acolhedores são alguns dos adjetivos que habitam frequentemente a mitologia nacional. Neste livro urgente e necessário, Lilia M. Schwarcz reconstitui a construção dessa narrativa oficial que acabou por obscurecer uma realidade bem menos suave, marcada pela herança perversa da escravidão e pelas lógicas de dominação do sistema colonial. 

Ao investigar esses subterrâneos da história do país ― e suas permanências no presente ― a autora deixa expostas as raízes do autoritarismo no Brasil, e ajuda a entender por que fomos e continuamos a ser uma nação muito mais excludente que inclusiva, com um longo caminho pela frente na elaboração de uma agenda justa e igualitária (Fonte: Amazon).

Fiel

Autor: Jessé Andarilho

Editora: Objetiva

Baseado em histórias reais que aconteceram com o autor, seus amigos e conhecidos, o primeiro romance do carioca de 33 anos conta a vertiginosa ascensão e a queda de um menino no tráfico carioca. Fala também, com propriedade, da vida de centenas de jovens das periferias, favelas e comunidades das grandes metrópoles.

Com mais um diferencial curioso: foi todo escrito pelo autor nas teclas de um celular para ocupar o tempo que passava dentro do trem a caminho de casa para o trabalho e vice-versa, muitas vezes em pé. Nascido no Rio de Janeiro em 1981, no bairro do Lins, Jessé foi criado em Antares, conjunto habitacional popular criado no início da década de 70 na Zona Oeste da cidade, para receber moradores de favelas removidas da Zona Sul. Seu interesse pela literatura e pela escrita começou por acaso, quando ganhou de presente o livro Zona de Guerra, de Marcos Lopes. Saiu dizendo para todo mundo que tinha muitas histórias como as do livro para contar. 

Até que ouviu de um amigo: “Tem história melhor que a do cara, então vai lá e escreve!”. Jessé não pensou duas vezes e começou a escrever. Assim nasceu o Fiel e também o codinome Andarilho (Fonte: Livraria Travessa).

Pesado demais para a ventania - Antologia Poética

Autor: Ricardo Aleixo

Editora: Todavia

Uma seleção com o melhor de um dos mais importantes poetas brasileiros de hoje. Ricardo Aleixo não é um, mas vários. Há em sua obra, cuidadosamente trabalhada desde a estreia em livro nos anos 1990, uma mescla do melhor da poesia e das artes brasileiras dos séculos XX e XXI. Aleixo é lírico e profundo como os melhores poetas mineiros desde Drummond; é experimental como os concretistas; carismático na mistura de lirismo, depoimento pessoal e irreverência como Leminski; performático e interessado na música e no teatro; contundente na denúncia do racismo brasileiro como Mano Brown. Em todas essas facetas, o poeta mineiro demonstra engenho e arte para falar do amor, da família, da cultura afro-brasileira, das grandes cidades e da própria literatura. Eis um guia portátil – e irresistível – para a melhor poesia brasileira sendo produzida hoje (Fonte: Amazon).

Diário Bolivariano:  um caminho para Carabobo

Autor: Emerson Alcalde

Editora: Autonomia Literária

Dois jovens oriundos da periferia paulistana embarcam numa viagem à Venezuela. Chegando lá, se deparam com uma realidade muito diferente daquela exibida pela imprensa. Ambos, com pouco estudo, tentam entender o momento histórico que estão vivendo, travando o primeiro contato com outra nação culturalmente diferente e que faz e entende política de um modo emocionado e pulsante em suas “calles”. A faísca deste atrito impulsiona mudanças profundas nas concepções de mundo dos jovens viajantes. Assim como alguns diários antigos, que sempre traziam consigo um cadeado com chave para guardar segredos, os personagens desta trama buscam uma para desvelar o labirinto socialmente construído que impede a ascensão de negros, indígenas e pobres no continente. Como os diários podem ser importantes documentos históricos de testemunho que revelam uma época, o romance Diário Bolivariano descreve um momento singular da América Latina, marcado por ditaduras, revoluções, avanços sociais e golpes (Fonte: Autonomia Literária).

Deus ajude essa criança

Autora: Toni Morrison

Editora: Companhia das Letras

Lula Ann Bridewell, ou simplesmente Bride, como prefere ser chamada, é uma jovem cuja pele escura foi motivo de desgosto dos pais desde seu nascimento. “Não levou mais de uma hora depois que tiraram a criança do meio das minhas pernas pra perceberem que tinha alguma coisa errada. Muito errada. Ela era tão preta que me assustou”, diz Mel, a mãe de Bride, de pele mais clara. Abandonada pelo marido, que a culpa pela cor da filha, Mel é incapaz de lhe devotar amor, e sua rudeza com Bride denota a um só tempo a decepção que sente e a preocupação com seu futuro. “A cor dela é uma cruz que ela vai carregar pra sempre.” 

Neste poderoso romance, Morrison procura responder a uma difícil pergunta: o que fazer com o erro cometido por uma criança, quando ele foi motivado por uma força contra a qual ela era incapaz de lutar? Curto e contundente, Deus ajude essa criança é uma leitura mais essencial do que nunca (Fonte: Amazon).

Crônicas de um ano atípico

Autor: Martinho da Vila

Editora: Kapulana

Crônicas de um ano atípico reúne 48 crônicas semanais do aclamado sambista, compositor e escritor Martinho da Vila, acompanhadas do posfácio “Martinho, um artesão”, escrito por Tom Farias. O sambista fala, com o humor e a leveza usuais, de temas de caráter pessoal e também aborda fatos marcantes sociais, culturais e políticos, do ano de 2018, como o assassinato de Marielle Franco, as eleições presidenciais, a visita ao ex-presidente Lula em Curitiba e a derrota do Brasil na Copa do Mundo (Fonte: Amazon).

Para assistir

Esconde-esconde. Luciana Bollina e Luiz Felipe Mendes (Don). Rio de Janeiro, 2016.

As Hiper Mulheres. Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro. Alto do Xingu (MT), 2012.

O download deste filme está disponível para exibições via Videocamp. Organize sua exibição clicando aqui.

Guri. Adriano Monteiro. Vila Velha (ES), 2019.

Acompanhe por aqui os festivais em que o filme estará sendo reproduzido.

Programa Segundas Intenções - Entrevista com Djamila Ribeiro

Programa Segundas Intenções - Bernardo Carvalho fala sobre literatura e muito mais no Segundas Intenções

Para ouvir

Viagens da Caixa Mágica

Artista: Lázaro Ramos; Jarbas Bittencourt e Heloisa Jorge.

Samba da Utopia

Artista: Jonathan Silva

38 thoughts on “Recomendações para ler, ver e ouvir nas férias

  1. Muito rica essa seleção, só em ler essa pequena apresentação da obra Um defeito de cor, já nos remete ao nosso passado de tantas desumanidade com nossos irmãos negros, assim como ver a voz de mulheres nas poesias… Em fim, não estou de ferias mas vou tentar ler algo.

  2. Excelente as indicações de leitura e os filmes! Gostei o da Hiper mulheres! Gostaria de ler o livro Querem nos calar, que tem como temática o poema, abordando diversos temas! Aqui no Nordeste não estamos de férias, mas desejo ler este livro! Tantas temáticas importantes e que estão presentes na sociedade!!!

  3. Muito bom indicar leituras para recesdo escolar, porém só livros de cunho político e voltado para uma questão ideológica. Seria viável leituras com outros aspectos como temas linguísticos, e outras ideologias para ampliar o léxico de discussão.

  4. Adorei as sugestões. Vou aproveitar o que puder. Gostei do livro Deus ajude esta criança e da música Samba da Utopia. Obrigada

  5. Que absurdo – com exceção de uma que não tenho conhecimento – Toni Morrison os demais autores, todos petistas de carterinha de visitarem o CHEFE na cadeia. Será que só estas leituras são boas? Somente estes autores são bons para os professores? Ou será que é a maneira comunista de fazer uma lavagem cerebral nos professores. SOU PROFESSORA E LEIO MUITO…

  6. Muito boa as indicações de leitura. Senti falta da literatura escrita por indígenas. Como: Daniel Munduruku, Eliane Potiguara, Yaguarê Yamã, Marcia Kambeba e outros. Fica a sugestão!

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