O mundo é vasto. A textualização do mundo, também.

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Conceição Evaristo


Tenho afirmado orgulhosa e enfaticamente que não nasci rodeada de livros e sim de palavras. Desde criança aprendi a colher palavras. Palavras que estavam inscritas no corpo, ou melhor, que falavam pelo corpo de minha mãe e de todas as pessoas que nos cercavam. Não só as pessoas, mas os parcos objetos, as paredes de adobes, as telhas quebradas do teto de nossa casa, as coisas que representavam a nossa fortuna doméstica e familiar, tudo falava. Havia uma lata azul de gordura de coco carioca, que ficava sobre uma prateleira de tábuas rasas. Na lata aparecia o desenho de um coqueiro com as folhas abertas e pendentes para o chão. Outras imagens também eram vistas, como a de dois homens negros com vestimentas de cozinheiros, oferecendo bandejas com alimentos prontos. Um deles parecia portar um frango assado. Fiz infindos diálogos com o vasilhame que continha a gordura de coco, marca carioca e com o oferecimento do homem desenhado a instigar a nossa fome. E, assim, eu ia fazendo do mundo, palavras. Se o mundo de coisas era magro, econômico, as palavras, os sons eram fartos e me permitiam engrandecê-lo.

Repito aqui uma afirmação várias vezes dita:

“Do tempo/espaço, aprendi desde criança a colher palavras. A nossa casa vazia de móveis, de coisas e, muitas vezes, de alimento e de agasalhos, era habitada por palavras. Mamãe contava, minha tia contava, meu tio velhinho contava, os vizinhos amigos contavam. Eu, menina, repetia, inventava. Cresci possuída pela oralidade, pela palavra. As bonecas de pano e de capim que minha mãe criava para as filhas nasciam com nome e história. Tudo era narrado, tudo era motivo de prosa-poesia”.

Cresci em meio a um escutar infindo, que se dava de forma naturalizada e também programada. Tio Totó, quase sempre no final das tardes, talvez nos dias em que ele estivesse padecendo de banzo, me contava histórias. Há muito descobri que as primeiras versões de Mil e uma noites, Barba azul, Pedro Malasartes ouvi desse meu tio. Dele ainda ouvi muitas e muitas histórias da escravização dos povos africanos no Brasil. Tio Totó nasceu sob os efeitos da Lei do Ventre Livre. Um dado instigante é que ele sabia ler e escrever. E uma das tias minhas, tia Lia, irmã de minha mãe, e que me criou, esposa de tio Totó, também me conferiu a fortuna da palavra. Ela também era alfabetizada, frequentou, talvez, um ano de escola e foi lendo e escrevendo sozinha pela vida afora. Lembro-me das histórias familiares e também dos fatos da história de Minas Gerais contados por ela. Ouvi muito sobre a Inconfidência Mineira e seus poetas inconfidentes. Sobre as Entradas e Bandeiras em terras de Minas Gerais. Soube da ambição de Borba Gato e de Fernão Dias Paes Leme, bandeirantes ligados ao desbravamento e aos mandos das terras das Gerais, pela voz dessa minha tia. Informações que me chegavam via escuta de textos lidos por ela. Leitura silabada, mas compreensível e sedutora, para uma menina que queria ouvir e dizer o mundo.

Venho afirmando, com igual veemência e orgulho, que “talvez o primeiro sinal gráfico que me foi apresentado como escrita tenha vindo de um gesto antigo de minha mãe. Ancestral, quem sabe? Pois de quem ela teria herdado aquele ensinamento, a não ser dos seus, os mais antigos ainda? Ainda me lembro que o lápis era um graveto, quase sempre em forma de uma forquilha, e o papel era a terra lamacenta, rente às suas pernas abertas. Mãe se abaixava, mas antes, cuidadosamente, ajuntava e enrolava a saia para prendê-la entre as coxas e o ventre. E de cócoras, com parte do corpo quase alisando a umidade do chão, ela desenhava um grande sol, cheio de infinitas pernas. Era um gesto solene, que acontecia sempre acompanhado pelo olhar e pela postura cúmplice das filhas, eu e minhas irmãs, todas nós ainda meninas. Era um ritual de uma escrita composta de múltiplos gestos, em que todo corpo dela se movimentava e não só os dedos. E os nossos corpos também, que se deslocavam no espaço acompanhando os passos de mãe em direção à página-chão em que o sol seria escrito. Aquele gesto de movimento-grafia era uma simpatia para chamar o sol. Fazia-se a estrela no chão”

Ouso afirmar que dessa escrita – que incorpora todo o corpo, inscrição que se faz não no espaço da folha, mas no espaço da vida, do acontecimento tramado e vivido pelo corpo, nesse gesto performático de minha mãe ao desenhar o sol no chão, inscrição oriunda de um gestual das culturas africanas – está a nascença de minha escrita.

Também reconheço que foi do âmbito familiar que herdei a curiosidade pela leitura: o texto impresso, jornais velhos, restos de livros e revistas, almanaques, calendários, a famosa e antiga Folhinha Mariana, pregada na parede, com suas letras nos perseguindo. Não havia como ficar imune ao mundo da leitura. Ainda mais com uma mãe e com uma tia a folhear esse material conosco, nos apontando e brincando com as ilustrações. Fazíamos jogos de adivinhar a escrita. E sempre a fala e mais fala. Fala inventiva, invenção pura do que o desenho podia dizer. Entretanto, o avanço no mundo da leitura ocorre no processo escolar, a partir da alfabetização. Conheci as cartilhas, Lili, Lalau e o lobo; li com afinco e gosto As mais belas histórias, da 1ª- à 4ª- série (cada ano escolar correspondia a um volume), da educadora Lúcia Casasanta, assim como li várias vezes Alaíde Lisboa, as histórias da Bonequinha preta e do Bonequinho doce. Tive que ler e estudar, com igual afinco o Meu Catecismo, de Padre Álvaro Negromonte, que, se não me falha a memória, era composto também de um livro para cada série escolar. Creio que naquela época o ensino religioso era obrigatório, pois a primeira comunhão foi por iniciativa da escola.

E, assim, fui adentrando no mundo da leitura, cada vez mais e mais. Descobri que vários livros juntos, arrumados em prateleira, formavam uma biblioteca. Meu tio Oswaldo Catarino Evaristo possuía uma no quartinho em que ele morava, mas de entrada independente, ao lado da casa de minha mãe. Biblioteca que minha mãe não nos deixava visitar e que era trancada quando ele saia para trabalhar. Imagino que era leitura só para adultos.

Mas é quando outra tia, também irmã de minha mãe, me oferece a maior fortuna. Tia Laurinda se torna servente da Biblioteca Pública de Minas Gerais Luiz Bessa. Ganho um tesouro e me aprofundo cada vez mais no universo da leitura. No fim de minha infância e de toda minha juventude, a leitura e já a escrita me ajudaram a suportar um mundo, que eu já indagava, sem saber o que significavam tantas perguntas.

Li muito, pelas noites adentro. Lia tudo o que me caia em mãos. Revistas em quadrinhos, os gibis da época: Pato Donald, Bolinha, Luluzinha, revistinha da Turma Mônica, do Saci Pererê. Como chorei com as histórias de amor das fotonovelas! Havia uma dessas publicações, uma revista chamada Capricho, com histórias lacrimejantes de amor.

O mundo da leitura foi me trazendo novas leituras, nada ordenadas, umas ao acaso, outras não. Aos 13 anos, querendo entender uma discriminação que desde criança eu já percebia, perguntei a uma professora o que poderia ler sobre o assunto. Ela me aconselhou a ler Raimundo Nina Rodrigues. O médico naturalista não me ensinou nada. Não entendi o livro, o que me salvou; pois, se eu tivesse entendido, a minha identidade negra, em formação, teria sido totalmente distorcida.

Cito outras leituras feitas ainda no período da infância e da juventude. Citações que não correspondem a uma ordem cronológica de leitura e sim de memória. Li Otto Lara Resende, Herberto Sales, Morris West, Michel Quoist, Jorge Amado, Monteiro Lobato, Jota G. de Araújo Jorge, José Mauro de Vasconcelos, Josué de Castro, Josué Montello, Mário Palmerio, Carlos Drummond de Andrade, Machado de Assis, Aluísio de Azevedo, Anne Frank (reli várias vezes o diário dela), Saint-Exupéry.

Nos finais dos anos 1960, o livro Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus, caiu em minhas mãos por meio de um movimento de base de orientação católica. Vivi um estado de comoção muito particular, pois Carolina Maria de Jesus escrevia, lá de São Paulo, o que nós, minha família, vivíamos na época, em Belo Horizonte. Todo o nosso núcleo familiar leu o livro; quem não leu, escutou. No final da tarde aconteciam serões de leitura no espaço do terreiro, em frente à porta, para sabermos da vida de uma nossa igual em tudo. Foi tão impactante a leitura de Quarto de despejo, que minha mãe, anos mais tarde, já nos anos 1980, resolveu escrever um diário também. 

Quanto ao meu caminho tão diferenciado, talvez, de várias escritoras e escritores brasileiros em acessar o mundo da leitura, me fez sentir um intenso incômodo quando, em um desses famosos encontros de literatura, ouvi um escritor bastante conhecido e considerado afirmar algo mais ou menos assim: “A pessoa que começa lendo gibi, ou que tem como início de suas leituras esses textos, nunca chegará a ser bom leitor, ou nunca buscará boa literatura”

Observei que o enorme incômodo que senti foi também o de algumas pesquisadoras e pesquisadores de literatura que estavam ao meu lado. Deixei passar. Cá estou eu, há muito, lendo Machado de Assis, Lima Barreto, Cruz e Souza e Luiz Gama, entre outros. Autores contemporâneos nacionais e estrangeiros como Allan da Rosa, Edmilson Pereira de Almeida, Cuti, Mia Couto, Valter Hugo Mãe, Ondjaki, também fazem parte das minhas leituras. Autoria de mulheres, há tempos, igualmente cultivo: Cecília Meireles, Adélia Prado, Clarice Lispector... Mas o que tenho buscado como novo compromisso de leitura é a autoria de mulheres negras brasileiras que, por injunções do racismo e do machismo, travam um longo percurso para chegar à cena literária. Afirmo que escritoras brasileiras, como Ana Maria Gonçalves, Miriam Alves, Lia Vieira, Eliana Alves Cruz, Lívia Natália, ilustram a diversidade da literatura brasileira. Nesse mesmo movimento, procuro ler autoras africanas, como Paulina Chiziane, de Moçambique; Conceição Lima, de São Tomé e Príncipe; Vera Duarte, de Cabo Verde; Odete Semedo, de Guiné-Bissau; que escrevem a partir de suas experiências de mulheres africanas. As afro-americanas Toni Morrison, Maya Angelou, Alice Walker; assim como as afro-cubanas, Nancy Morejón, Georgina Herrera, Teresa Cárdenas; e outras como Maryse Condé, das Antilhas, me capturam a partir de nossas experiências históricas similares, de nossa descendência de povos que conheceram a escravização e a colonização.

Apenas conclamo, vamos ler! O mundo é vasto! A textualização do mundo, também!

 

 


Maria da Conceição Evaristo de Brito é romancista, contista e poeta. Nasceu em Belo Horizonte (MG) em 1946. A partir da década de 1980 engaja-se no tema afrobrasilidade, por meio do Grupo Quilombhoje, responsável pela estreia literária de Conceição em 1990, com textos publicados na série “Cadernos Negros”. Suas obras, poesia e prosa, especialmente o romance Ponciá Vicêncio (2003), abordam temas sobre a discriminação de raça, gênero e classe. Atualmente, Conceição leciona na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 

52 thoughts on “O mundo é vasto. A textualização do mundo, também.

  1. Texto maravilhoso! Me vi em todos os parágrafos, frases e palavras. Sou filha de mineira e me orgulho em ser filha de mãe que eatudou apenas a segunda série primária, porém, uma leitura de mundo perfeita. Parabéns por palavras mágicas que me trouxe a infância de outrora.

  2. Parabéns pelo texto, de uma sensibilidade ímpar que faz aflorar os mais profundos sentimentos, como o cheiro da infância num tempo em que as crianças eram de fato crianças!

  3. A leitura inicia na infância, colhemos palavras ,gestos e outros , montando assim um acervo para fazermos uso num futuro próximo e não importa o tipo de leitura. Futuro esse que nos rodeia minuto a minuto das nossas vidas.
    Ler é um processo lento, infinito, pois cada situação nos instiga a ler e nos conduz a conhecimentos profundos.

  4. Adorei! Como tudo o que Conceição escreve, o texto é lindo, profundo, cheio de verdade e nos traz uma identificação com a nossa essência.
    parabéns pelo artigo.
    Professora iza Marta Ferreira Raymundo
    Escola Professora Marilda da Silva Garcez Ferraz de Carvalho – Queluz/SP

  5. Maravilha de leitura. Nascer num lar assim, encantado. Um luxo cada vez mais distante. Eu nasci carente e encontrei na arte da palavra o que me preenche: o belo, o inominável, o sensível, o efêmero! A palavra anda comigo desde pequena e agora sinto-me menor ainda porque há sempre novos olhares, novos lugares, novas buscas…vou atrás desse uni-verso.

  6. Quando criança tive contato com histórias em quadrinho e , ao contrário do que muitos podem pensar, não limitou a minha vontade de ler. Cresci e ao longo de minha escolaridade, li vários títulos de autores clássicos da nossa literatura e o encantamento me envolveu que me profissionalizei como professora de literatura. Os autores citados no texto acima já fizeram e fazem parte da minha vida até hoje.

  7. Goto de ciranda de roda sou professora e gostaria de participar do progama escrevendo o futura sou professora atualmente do 5 ano fundamental 1

  8. Nunca li um texto tão poético, tão emocionante, tão cheio de lembranças, tão rico em literatura. Conceição Evaristo é o exemplo de escrita que toca na alma de quem lê. Nossa Cecília Meireles da atualidade!
    Obrigada por esse presente!
    Ele será para mim como o Diário de Anne Frank, impossível não relê-lo.

  9. Encontro em Conceição Evaristo um jeito sublime de falar de dores de mulheres fortes tal qual ela mesma o é. Em textos como O PÃO SAGRADO, somos capazes de sentir o milagre da vida de maneira superior grandes são os sentimentos, as sensações que suas palavras provocam na gente. Imagino a beleza que deve ser conviver com alguém que, pelas palavras, encanta a todos, pelas experiencias de vida, ilumina a esperança do mundo.

  10. As histórias de um leitor se demostram sua paixão por leitura 24h…leitura como o ar que respiramos e necessitamos para viver.Como eu gostaria que todos em especial professores tivessem paixão por leitura…seriam a verdadeira alavanca de uma Educação de qualidade.

  11. Me vi na história de Conceição, em que apenas com oito ou nove anos via meu pai rodeados de jovens em frente a nossa casa, na época chamado de terreiro, quando ele contava varias histórias comio a João e Maria e outras em todas as noites, quando ele não organizava rodas de brincadeiras…Tudo me relembrou agora com saudade! E o que me fez perceber que tudo isso contribui para o desenvolvimento da aprendizagem, ou habilidades e competências… Como os tios de Conceição, meu pai guardava numa mesa um acervo de livros e quando ele saia de casa me sentia livre pra olhar as gravuras e em alguns me deliciava nas leituras de almanaques e livros de literatura de cordel… Percebe-se o quanto é necessário a leitura nos dias de hoje…como professora vivo tentando fazer com que a motivação em ler aconteça nos meus alunos e confesso que aquele que pega gosto se sobressai rápido e melhor…

  12. Texto fantástico! É incrível a capacidade da Conceição Evaristo em escrever as suas memórias numa linguagem tão emocionante e inspiradora. Li o conto ” Olhos d’água” para os meus alunos e eles ficaram encantados com as palavras ao mesmo tempo que lamentavam a angustia da personagem por não lembrar a cor dos olhos da sua mãe.

  13. ” O texto é vasto, e o mundo também” nos remete a nossa infância, como nos era colocado a leitura e se realmente essa vivência nos oportunizou sermos leitores e se o nosso cotidiano está entrelaçado à prática leitora. Na escola onde atuamos será que favorecemos espaço e tempo para esse universo leitor, onde as letras brinquem e dialoguem com os nossos discentes? Um texto bastante reflexivo para o fazer pessoal e profissional.

  14. Texto maravilhoso!Eu também sou negra e a cada dia que leio os textos de Conceição Evaristo, tenho a certeza de que Ela é uma escritora que nos impulsiona a ler mais e escrever bem ….

  15. Lindas e puras palavras, é assim mesmo, tenho afirmado sempre em casa a meus filhos e, nas salas de aulas para meus alunos, a leitura de textos, livros, folhetos, panfletos e tudo mais que aparecer diante dos olhos são princípios de um caminho sem volta àqueles que descobre o mundo por meio das palavras, da escrita. Por que sem volta? Justamente porque o é fascinante, surpreendente, dinâmico e subjetivo, pois cada um constrói sua realidade após a leitura. Ler é descobrir e se redescobrir a cada palavra!

  16. Me emocionei muito ao fazer essa leitura, imaginando as inúmeras dificuldades da época, que só fortalece o desejo e a sede de aprender, hoje com tantas facilidades e oportunidades vejo tantos jovens sem o mínimo de interesse pelo aprender, fico a imaginar às vezes muitos com tantas oportunidades e outros com tão pouco enriquece seu conhecimento!

  17. Excelente texto. Provoca-nos um prazer intenso ao nos inteirarmos de sua totalidade e nos leva a nos apossarmos da integridade de uma texto que revela a grandeza das palavras escolhidas e acolhidas num gênero em que o conteúdo traz-nos lembranças e depoimentos de uma pessoa cujos parentes relatam experimentos com não só a língua falada, mas também com o sentimento de conhecer mais para poder crescer e promover o desenvolvimento de outros.

  18. Adorei o texto de Conceição. Já tive oportunidade de conhecê la no Memórias de Baobá realizado anualmente em Fortaleza na praça histórica do Passeio Púbico. É uma pessoa maravilhosa. E excelente professora, além de valorizar a oralidade e a Cultura Ancestral.

  19. Na leitura do relato de Conceição, viajei no tempo fazendo uma releitura da textualização do meu mundo.
    Muito bom!
    Também conclamo! Vamos ler! Mundo vasto mundo!(Drummond) Mais vasto é nosso coração!

  20. Me encantei ,encontrei e emocionei com esse contexto magnífico. Semelhante a minha história de vida e bem vivida. Lembro-me das histórias contadas por meu pai , no terreiro em frente à porta. E mim deixa saudade da minha infância.

  21. Vastidão desse universo absurdamente rico. Tanto a descobrir sempre… eternamente. Lindo ensaio, profunda reflexão sobre cultura, leitura, existência, construções de vida. Sem contar o delicioso incentivo pra incursões em leituras de autores em especial, autoras, pra mim desconhecidas. E … relembrar as fototovelas lindamente chorosas em preto e branco.

  22. Hoje, diante de um dia ensolarado, lindo, ouvindo o som do mundo e a doce voz da Conceição Evaristo entrando sutilmente em minha vida e levando-me ao passado…quanta emoção…quanta recordação boa…quantas histórias para serem revividas e contadas….linda história com um jeitinho diferente de ser…. quanta beleza, quanto aprendizado… gratidão.

  23. Viajei nessa história, que é muito parecida com tudo que vivi na infância até a juventude. Também sou de Minas Gerais e me identifico com cada pedacinho dessa história. As histórias que meu pai contava me encatavam, lembro-me como se fosse hoje. Que ssudades da minha infância que outrora não volta mais, ou melhor, volta sim, quando olho para os olhinhos brilhantes da minha filha, já moça universitária e meus
    queridos alunos do segundo aninho anos iniciais que adoram ouvir as histórias da minha infância.

  24. Muito bom o texto, me vi alguma vezes na leitura, desde muito cedo ouvia as histórias que meus avós contavam e nesse contato de história ia criando um mundo imaginário, quando fui para escola já sabia escrever meu nome graças as minha tia que estudavam que quando iam fazer as tarefas diária da escola sempre brincava comigo e minha irmã de escolinha. Enfim a escola sempre foi um sonho bora mim e apesar das dificuldades sempre ia a escola com muita alegria em meu coração.

  25. Com certeza a infância eh um celeiro de histórias, eu me lembro das fitas cassetes, dos Lps, dos passeios de bicicletas, do primeiro amor, e das infinitas séries, super máquina, moto lazer, águia de fogo, esquadrão classe A, barrados no baile etc. Quem viveu essa época sabe, que fomos felizes com coisas simples, agora a ganância, a inveja, e o incerto predomina, e a saudade do tempo que as pessoas olhavam nos olhos e tinha mais contato humano eh inevitável. Sem falar nas músicas, que nos faziam viajar, só restou saudades nada mais.

  26. Amei o texto que nos remete a um período das fase da vida de uma pessoa ,onde podemos perceber várias argumentos de conversas.

  27. Sou encantada pelos escritos de Conceição Evaristo! Metáforas repletas de significados sobre a vida, o mundo… Ler, escutar, as produções literárias de Conceição é um intenso mergulho nas emoções. Obrigada, Conceição Evaristo, por inscrever em suas produções a textualidade da vida.

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