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Memórias da cidade: São Paulo ontem e hoje

Assim como as pessoas, os lugares têm suas memórias e suas marcas do tempo que passou e das mudanças que aconteceram. Mesmo uma cidade como São Paulo, mais conhecida pela modernidade de suas construções, também guarda muitas histórias em suas ruas e na própria memória de seus habitantes.

A história da cidade, que era uma pequena província e se transformou na segunda maior metrópole da América Latina, pode ser conhecida por meio de seus museus e prédios históricos. No Pateo do Collegio podemos ver ilustrações de como era São Paulo nos primeiros anos de sua fundação. Ali, padres Jesuítas levantaram a primeira construção da cidade, de pau a pique, e fundaram uma igreja e um colégio. Reconstruído, o espaço hoje conta com um museu e está aberto a visitas.

São Paulo também foi cenário de um importante momento da Independência do Brasil: o grito do Ipiranga. Hoje, às margens do rio de mesmo nome encontramos o Museu do Ipiranga, que guarda obras de arte e objetos históricos, sobretudo do período de 1822. Em restauro, o museu está fechado, mas ainda é possível visitar os jardins planejados do Parque e o Monumento da Independência, no seu entorno.

Apesar de fundada há 465 anos, São Paulo só começou a se destacar com seu grande crescimento no século XIX, com a expansão do ciclo do café no interior do estado. Ainda hoje encontramos alguns casarões, que eram moradias dos chamados “barões do café”. A Casa das Rosas, na Avenida Paulista, onde hoje funciona um centro cultural, é um exemplo dessa arquitetura.

 

Migrações

Foi também neste período que a cidade começou a receber muitos imigrantes, que vinham de diversos países para trabalhar aqui nas plantações de café, no comércio e na indústria que começava a crescer. A cidade recebeu muitos italianos, alemães, portugueses, espanhóis, japoneses, chineses, sírios, libaneses, entre outros. Já nas décadas entre 1960 e 1980, a cidade recebeu muitos migrantes de outros estados e cidades do Brasil.

Ainda chegam aqui pessoas de diferentes lugares. Hoje recebemos muitos vizinhos peruanos, bolivianos e haitianos, e também africanos vindos de países como Nigéria, Senegal, Angola, República Democrática do Congo e Camarões.

No Museu da Imigração é possível conhecer um pouco mais sobre as histórias dessas pessoas, suas culturas e sobre como elas se adaptaram para viver aqui. Documentos, exposições, objetos e alguns espaços onde os migrantes eram recebidos ao chegar ao Brasil nos ajudam a compreender melhor essas experiências de vida.

Além disso, algumas regiões da cidade acabaram concentrando muitos imigrantes de um mesmo país e recebendo grande influência de sua cultura. Assim, temos bairros como o Bixiga, que realiza até hoje festas tradicionais italianas, e a Liberdade, que reúne restaurantes e centros culturais de japoneses, chineses e coreanos.

As histórias desses migrantes são contadas por meio das festas, das tradições, de sua culinária, dos nomes das ruas, dos museus, dos livros e também das conversas do dia a dia, do sotaque das pessoas e das expressões de suas falas. É preciso ter olhares e ouvidos atentos, caros escritores do futuro.

 

Arte e literatura

E sabiam que um dos mais importantes movimentos da história da literatura brasileira aconteceu em São Paulo? Em fevereiro de 1922, o Theatro Municipal da cidade recebeu artistas de todo o Brasil para exposições de arte e sessões de literatura e música. O evento, de três dias, ficou conhecido como a Semana de Arte Moderna, ou Semana de 22. Entre os escritores, escultores, pintores e músicos que participaram do movimento estão nomes como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Anita Malfatti, Di Cavalcanti e Heitor Villa-Lobos, entre outros.

O evento é considerado marco do modernismo no Brasil, por representar a busca por renovação nas linguagens artísticas, experimentações e uma identidade mais brasileira nas formas de expressão. Um dos episódios mais marcantes da Semana de 22 foi a leitura de Os Sapos, de Manuel Bandeira. A plateia explodiu em vaias ao ouvir o poema, que ironiza a poesia parnasiana e, com muito humor, compara os poetas aos sapos.

Os anos 1960 e 1970 foram outro momento de grande efervescência cultural na capital paulista. Nos festivais de música da época, novos artistas, que até hoje são referência no país, se tornaram conhecidos do grande público. Em 1966, Chico Buarque e Jair Rodrigues dividiram o público brasileiro quando as canções A banda, de Chico, e Disparada, interpretada por Jair, empataram no festival. A cidade também viu montagens teatrais históricas. Grupos como o Arena e o Oficina trouxeram várias renovações para a arte dramática do país. Entre os escritores e dramaturgos do período, encontramos nomes como Décio Pignatari, Jorge Andrade e José Celso Martinez Côrrea.

 

O que levar?

– Roupas: O tempo em São Paulo pode ser bastante imprevisível e a temperatura pode variar bastante de um dia para o outro, por isso é bom estar preparado. É importante trazer roupas frescas para os dias mais quentes, como camisetas de algodão, mas não esqueça de incluir um casaco fino para a noite, quando a temperatura pode cair. Inclua também um casaco mais quente de reserva. Aposte na combinação de roupas leves com um casaquinho ou jaqueta, caso o dia esfrie. A previsão para outubro é de que a temperatura varie entre 15° e 30°.

– Sapatos: Não esqueça de trazer tênis confortáveis para poder caminhar, além de um sapato fechado, caso chova. Um guarda-chuva também é uma boa pedida para esta época do ano.

– Proteção: Não esqueça o protetor solar. O clima em grande parte do ano pode ser bastante seco e o sol pode castigar. Também é importante cuidar da hidratação e beber muita água.

– Saúde: Traga um pequeno kit com remédios que já tenha o costume de usar. Por conta do ar seco, soro para o nariz e antialérgicos são importantes para quem tem problemas respiratórios.

– Caneta e papel: para ouvir e anotar todas as novas histórias que esses dias de Encontro trarão, não esqueça de trazer caneta e um bloquinho de papel para anotar suas ideias e inspirações.