“Este é o terceiro ano que venho ao Encontro de Semifinalistas da Olimpíada com a minha escola. As pessoas perguntam: qual é o truque? Mas não é truque, é trabalho. Quando a gente faz as oficinas e começa a adaptá-las à nossa realidade, vê que o programa dá certo”, diz a professora Silvania Paulino Teixeira, de Santa Bárbara do Leste (MG).

A professora também participou do Encontro de Crônica deste ano acompanhando outro aluno, irmão da selecionada em Memórias Literárias. Silvania conta que a história da Escola Estadual Monsenhor Rocha, onde leciona, vem mudando após as classificações de seus alunos. Há 5 anos, o prédio da escola desmoronou por conta das chuvas. Desde então as aulas para os quase 800 alunos matriculados acontecem em espaços improvisados, como o salão paroquial e garagens. “Após a Olimpíada, a comunidade começou a se movimentar para pedir a reconstrução do espaço, que deve ser reinaugurado no próximo ano. Antes os alunos não queriam contar sobre sua escola, era algo que machucava. Hoje já falam, o aluno selecionado em Crônica escreveu sobre sua espera para estudar na nova escola e ter sua última aula na garagem. Já o grupo que é semifinalista em Documentário, gênero trabalhado por outra professora da mesma unidade, falou sobre a necessidade de mobilização para algo acontecer, como nesse caso”, diz Silvania.

Ela ainda lembra que precisou adaptar as oficinas sugeridas no programa da Olimpíada às condições das salas de aula improvisadas: “às vezes não tinha equipamento para passar um slide, por exemplo”. Ainda assim, o relato de prática de Silvania foi um dos premiados na categoria Crônica.

“Todo professor em sala de aula merecia passar por essa experiência e ter esse reconhecimento. Imagina a minha felicidade de estar aqui pela 3ª vez?”