30 de outubro de 2019
Maria Luísa Nascimento dos Santos saiu atrasada de sua casa em Xique Xique (BA) para vir ao Encontro de Semifinalistas da Olimpíada de Língua Portuguesa. O motivo? Estava terminando de escrever uma poesia para apresentar no sarau do evento. Ela conta que sempre quis ser escritora e quando viu, no blog de crônicas, que havia um sarau com apresentações dos alunos, resolveu que iria participar. “Escrevi o início deste poema há muito tempo, num momento de inspiração, aí resolvi terminá-lo”, diz.
O poema, que chamou a atenção por sua força e engajamento, foi inspirado nas mulheres de sua família. “Minha mãe nos criou, meus irmãos e eu, sozinha. E sempre foi minha base, junto com minhas avós. Quero ser uma mulher igual a elas”, explica.
O poema também fala muito da questão racial. Ela conta que se considera negra, mas que já se sentiu perdida em relação a esses conceitos. “Me disseram que eu não era negra, mas parda. Minha mãe diz que pardo é cor de saco de ovo. Somos negros e brancos, não importa se mais escuro ou mais claro, não é por isso que não vou ser negra. Ser negra é ok.”
Ao ver tantos colegas talentosos, Maria Luísa diz que quase desistiu de se apresentar, mas, incentivada por uma amiga, tomou coragem e leu seu poema. Confiram no vídeo abaixo: