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Entre toadas de versos e vaquejadas

13 de novembro de 2019

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Fernanda monta cavalo bravo, pratica vaquejada, cuida do gado, compõe e canta toada. “Dizem que não é coisa de menina, mas eu não acho.” A jovem, que vive em Minador do Negrão, no agreste de Alagoas, explica que muitas mulheres da nova geração já participam dessas tradições, que no passado eram apenas masculinas.

No sarau, Fernanda apresentou uma toada de sua autoria (veja abaixo), onde ela apresenta sua região e o orgulho que tem de sua cultura. “Tem gente que tem vergonha de dizer que é nordestino. Eu não, é uma terra de gente corajosa”.

Ela conta que vive numa fazenda e gosta de ajudar a família no cuidado com as ovelhas e cavalos. “Agora estamos na seca, precisamos procurar uma barragem e trazer água para os animais e até mesmo para nós. Vamos buscar com um carro de boi, mas é preciso tomar muito cuidado para que não ocorra nenhum acidente no caminho. Às vezes também precisamos ir buscar palma na serra para alimentar o gado”, explica.

Atualmente, Fernanda passa a semana na casa de sua avó, para facilitar seu acesso à escola, mas ela volta todos os fins de semana. “Aproveito para matar a saudade e ver meu cavalo. Ele é meu melhor amigo, dou rapadura para ele na minha mão. E ele não é muito manso, não… Consigo até ficar em pé em cima dele, não tenho medo”. Ela conta que seu sonho é ser veterinária e que sempre ajuda quando algum animal está machucado.

 

Vaquejada

Fernanda também participa de vaquejadas na região. Ela explica que é um esporte no qual dois cavaleiros tentam derrubar um boi bravo – uma veste é colocada na cauda do boi para protegê-lo. “Não conheci meu avô, mas dizem que sou igual. Ele corria boi no mato, fazia toada…”

Nessas disputas, é comum se machucar, mas Fernanda não se importa com isso. “Caímos muito, saímos todas arranhadas, às vezes com cortes feios, mas minha alegria é estar lá no meio da pista”. E logo após as vaquejadas, muitas toadas são compostas. “Com a emoção da disputa, fazemos os versos na hora e quem está ouvindo chega a se arrepiar…”

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